segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Dilma é reeleita presidente do Brasil

Texto: Rádio Najua
Dilma Rousseff nasceu em um lar de classe média de Belo Horizonte, em 1947. Filha do meio de um imigrante búlgaro e uma professora carioca, teve uma infância tranquila, bastante próxima a mãe e aos dois irmão. Dilma começou o ensino fundamental no Colégio Sion, uma das instituições de ensino mais tradicionais de Belo Horizonte, só para meninas. Ali, pela primeira vez, Dilma conheceu a pobreza, por intermédio de ações comunitárias promovidas pelas Freitas do Sion.

Dilma militou na Colina e na Val-Palmares durante o período em que o país foi governado por uma ditadura militar. Usou os codinomes de Wanda,  Lúcia e Maria. Nesse período, esteve envolvida no planejamento do assalto ao cofre do ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros. 

A participação na política partidária deu-se primeiramente por meio do PDT, de Leonel Brizola. Dilma desembarcou em Brasília para compor a equipe de transição de Lula, chefiada por Antônio Palocci, em 2002, já filiada ao PT. O desempenho na equipe de transição levaram Lula a nomeá-la para o Ministério de Minas e Energia. 
Lula gostou do perfil gerencial e apostou em Dilma para substituir José Dirceu, que deixava a Casa Civil depois das denúncias do Mensalão. Na pasta, transformou-se na “gerentona”. Era ouvida pelo presidente e temida por outros ministros e por assessores. 

Dilma foi a escolhida de Lula para disputar a presidência em 2010. Deu certo. A  petista derrotou o tucano José Serra em 2010 com 56,05% dos votos válidos.

Na presidência, o mandato de Dilma pode ser divido em dois. Na primeira metade, a presidente discursou na ONU, demitiu ministros acusados de corrupção, ganhou a alcunha de faxineira e viu sua aprovação bater nos 73%. Com a saída de Antônio Palocci, que deixou governo depois da divulgação de uma reportagem mostrando que seu patrimônio havia aumentado em R$ 20 milhões em um ano, que Dilma inicia sua segunda fase no governo. Sem Palocci, sua visão “desenvolvimentista” da política econômica passa a ser dominante, sem contestação.
A presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita nesse domingo (26) para comandar o país por mais quatro anos, com mandato de 2015 a 2018. De acordo com a divulgação da apuração do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela tem 51,48% dos votos válidos contra 48,52% do candidato da oposição, Aécio Neves (PSDB). A presidente está matematicamente reeleita com 98,29% dos votos do país contabilizados. Ela foi eleita com 53,5 milhões votos contra 50,4 milhões.

Dilma Rousseff venceu a eleição presidencial mais disputada, difícil e inesperada desde a redemocratização do país. O pleito de 2014 foi temperado com tragédia e reviravolta: a morte de Eduardo Campos em um acidente aéreo, a comoção e o tsunami eleitoral pró-Marina Silva (PSB), a virada de Aécio Neves (PSDB) e, por fim, a recuperação da petista na última semana antes da votação.

Com a vitória, Dilma é a terceira presidente reeleita democraticamente no Brasil. Com ela, o PT ruma para seu quarto mandato consecutivo. Ao final de 2018, o partido terá governado o Brasil por 16 anos, período de continuidade sem igual na história política brasileira e pouco comum nas democracias consolidadas – nos Estados Unidos, por exemplo, o mesmo partido não consegue emplacar três mandatos consecutivos desde 1909, quando os republicanos venceram a terceira disputa seguida contra os democratas.

Com um início de campanha difícil, em que a própria militância petista chegou a cogitar a volta do ex-presidente Lula (PT), a presidente Dilma Rousseff (PT) chegou ao final do segundo turno com sinais de cansaço, resultado da agenda intensa de viagens realizadas na última semana. Na reta final da corrida presidencial, inclusive, ela decidiu alterar a agenda, evitando grandes eventos.

O cansaço ficou evidente quando a presidente participou do debate no SBT, no último dia 16. Logo depois da transmissão, Dilma passou mal e interrompeu a fala durante uma entrevista ao vivo. Mesmo assim, ela terminou a conversa em tom de bom humor, quando foi interrompida ao tentar concluir a fala. “Se é assim que você quer, é assim que será feito”.

A imagem mais bem-humorada e de mulher comum foi bastante explorada na campanha da petista. O tom teve que ficar mais pesado, porém, quando vieram os ataques dos demais candidatos, principalmente quando foram discutidas as denúncias de corrupção na Petrobras através da operação Lava Jato da Polícia Federal (PF), escândalo que estourou bem no meio da corrida presidencial e foi bastante explorado nos debates.

Os opositores também focaram as críticas nos problemas econômicos do país. Para rebater os ataques, o PT investiu pesado nos avanços sociais dos últimos 12 anos. Nas propagandas eleitorais e nos debates, a presidente destacou programas como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Pronatec.

Quando viu a candidatura ameaçada pelo crescimento nas pesquisas de Marina Silva (PSB), a petista passou a criticar duramente a substituta de Eduardo Campos (PSB) pelas inconsistências de suas propostas, como pela sua posição em relação ao pré-sal e por sua defesa à independência do Banco Central.

Embates
Já na campanha de segundo turno, contra Aécio Neves (PSDB), a troca de farpas ficou ainda mais evidente. No debate no SBT, inclusive, a campanha do “nós contra eles” se intensificou com comparações das gestões tucanas com as petistas e acusações de nepotismo e corrupção.

Na ocasião, a petista chegou até a citar o caso em que o senador foi parado em uma blitz no Rio de Janeiro. “Acho importante a Lei Seca para o Brasil. Todas as semanas tem gente morrendo em acidentes de trânsito. Temos que tratar esse assunto com seriedade. Ninguém pode dirigir embriagado ou drogado”, cutucou.

Deslocamento

Dilma Rousseff poderia garantir uma fortuna em programas de milhagem – caso não viajassem em jatinhos particulares. Em apenas 18 dias neste 2.º turno, a petista percorreu 16,4 mil Km. Com a necessidade de conquistar votos em todo o país, a agenda beirou o surreal – às vezes, no mesmo dia, chegou a passar por três regiões diferentes. 

A presidente visitou 12 estados e 16 cidades, mas não foi à região Norte – onde venceu no 1.º turno. Em com¬paração com a parte inicial da campanha, o ritmo foi bem mais pesado. Dilma viajou 680 quilômetros no primeiro turno. No 2.º, foram 914 quilômetros. 

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