By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: CORREIO BRAZILIENSE – Imagem: Divulgação
O militante bolsonarista Márcio Giovani Niquelatti, mais conhecido por
professor Marcinho, foi preso de forma preventiva pela Polícia Federal
no domingo (5/9), em Santa Catarina, por conta de ameaças de morte
contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).Durante uma recente transmissão ao vivo nas redes
sociais, Márcio revelou a existência de um esquema criminoso que iria
premiar com dinheiro quem conseguisse a cabeça do ministro.
"Não vou falar agora quem é, mas existe. Pode
me torturar. Mas tem um empresário grande aí que está oferecendo. Tem
até uma grana federal que vai sair o valor pela cabeça do Alexandre de
Moraes, vivo ou morto, para quem trazer ele", afirmou Márcio.
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O militante foi preso por determinação do próprio ministro, que conduz um inquérito no STF que apura a produção de notícias falsas e ofensas contra magistrados da Corte. O pedido da prisão foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na mesma transmissão, Márcio disse que faz parte de um
"grupamento" que tem como objetivo "caçar ministro, em qualquer lugar
que eles estejam". "Portugal, Espanha, China. Onde eles estiverem, tem
brasileiro sabendo já", destacou.
Segundo ele, Moraes não é o único com a cabeça a
prêmio. "O Brasil demorou, mas aconteceu (sic). Agora, no Brasil,
ministro do Supremo vai ser assim. Vai ter prêmio pela cabeça deles".
Márcio também fez ameaças ao Congresso Nacional e disse
que o grupo criminoso iria "limpar" o parlamento. "Vai (limpar o
Congresso). Todos. A maioria dos políticos do Brasil nós já temos uma
ficha, um dossiê guardado. Cara que tem multa de trânsito, pedofilia.
Vários processos tramitando nos tribunais", comentou.
"Político corrupto nós vamos começar a caçar. Cada um
já tem um grupamento. Nós vamos caçar cada um no seu estado. Desde
vereador a prefeito, o pau vai cantar parelho. Não vai ter mais
molezinha", acrescentou.
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No pedido de prisão elaborado pela PGR,
a subprocuradora-geral Lindôra Araújo lamentou o "abominável discurso"
de Márcio e disse que ele "atua de forma a ameaçar, de forma concreta, a
ordem pública, bem como a integridade física de magistrados integrantes
da mais alta Corte do país".
"O discurso do citado interlocutor, além de ultrapassar
todo e qualquer limite que possa vir a ser conferido ao exercício
constitucional da liberdade de expressão, possui nítidos contornos
criminosos, colocando em risco não apenas a regularidade da atuação das
instituições democráticas, em especial o Poder Judiciário, mas também a
vida de suas excelências", ponderou.
"Trata-se de conduta gravíssima, consistente na
promoção à incitação de atos violentos contra esse Supremo Tribunal
Federal, a tornar imperiosa a atuação imediata das instituições
democraticamente constituídas, no intuito de restabelecer a normalidade e
a ordem social", acrescentou.
Lindôra classificou a prisão de Márcio como "necessária
e imprescindível". "O que se nota é o emprego abusivo dos direitos de
reunião e de liberdade de expressão, cujo exercício não se coaduna com
ataques à democracia, ao Estado de Direito e às suas instituições,
tampouco com ameaças de violência física ("vivo ou morto"). Tais
garantias não podem, jamais, serem utilizadas como escudo para a prática
de crimes."
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