By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil
O novo reajuste do preço do óleo diesel de 8,9%, anunciado na manhã
desta terça-feira, 28, pela Petrobras, deve levar à atualização do piso
mínimo do frete rodoviário. Pela legislação, a Agência Nacional de
Transportes Terrestres (ANTT) tem de reajustar a tabela do frete a cada
seis meses ou quando a variação do preço do diesel for igual ou superior
a 10% – quando é acionado o mecanismo de gatilho. Desde a última
atualização do piso pelo gatilho em 3 de março pela ANTT, o preço do
óleo diesel acumula alta de 17,1% segundo cálculos feitos pelo Broadcast
Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.O cálculo inclui os ajustes do preço do óleo diesel feitos desde 1º
março pela Petrobras, que não foi incluído na atualização posterior da
ANTT, até esta terça.
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Desde lá, foram oito ajustes consecutivos, sendo
cinco de alta e três de queda, totalizando a variação de incremento de
17,1% no valor do óleo fóssil.
Procurada pela reportagem, a ANTT não respondeu ao pedido de comentário até o momento desta publicação.
O reajuste mais recente da tabela do frete foi feito em 14 de julho
pelo método de atualização semestral. Contudo, isso não impede que os
valores do preço do diesel sejam contabilizados para reajuste pela
variação do combustível. Segundo a lei que institui o piso mínimo do
frete, a atualização semestral não anula o acionamento do gatilho de
10%.
Presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos
Automotores (Abrava), Wallace Landim, considera que um reajuste no piso
mínimo deve ser feito pela ANTT de imediato, diante da nova alta do
preço do diesel.
“ANTT precisa fazer reajuste na tabela. A atualização a cada seis
meses não interfere na revisão pelo gatilho.Deu 10% de variação, mesmo
que tenha feito reajuste da planilha semestral, é obrigatório fazer pelo
gatilho. Já superamos os 10%”, disse Landim, conhecido como Chorão, ao
Broadcast Agro.
A Abrava, assim como outras entidades que representam os
caminhoneiros autônomos, pedem que a ANTT contrate entidade técnica para
elaborar o estudo de atualização do piso mínimo. O contrato da entidade
com o Esalq-Log (Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística
Agroindustrial da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”),
responsável pela metodologia da tabela, expirou no início deste ano.
“Cobramos que se contrate entidade técnica para cálculo ser feito com
metodologia correta”, apontou Chorão.
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Resposta – Uma possível paralisação dos transportadores rodoviários,
motivada pelos elevados preços do diesel, não é descartada, segundo
Chorão. “Estamos avisando que estamos no limite. O combustível está
subindo sucessivamente. Precisamos tomar uma atitude mais enérgica”,
defendeu Chorão. “Não concordamos, porém, que isso seja feito somente
pelos caminhoneiros. É preciso incluir todo setor de transporte como
taxistas e motoristas de aplicativos, que também são afetados pelo preço
do combustível”, acrescentou o presidente da Abrava.
Ele criticou a atuação do presidente da República, Jair Bolsonaro, no
enfrentamento da questão dos combustíveis. “O presidente precisa parar
de transferir a responsabilidade e fazer política. Não é possível o
chefe da Nação fazer discurso dizendo que não é mágico e que o problema
está nos governadores”, disse Chorão.
O presidente da Abrava disse ainda que a categoria está
“desacreditada” com as promessas do governo. “A narrativa de trocar
Roberto Castello Branco pelo Joaquim Silva e Luna era uma narrativa de
que ele (governo) ia fazer alguma coisa e isso não aconteceu”, comentou
Chorão.
Castello Branco foi demitido do cargo de presidente da Petrobras pelo
presidente Bolsonaro em 19 de fevereiro após sucessivos aumentos do
óleo diesel neste ano e de ser acusado de ser insensível às dificuldades
dos consumidores em arcar com a alta dos preços dos combustíveis neste
ano.
Chorão também relatou que a categoria está se organizando junto com
motoristas de aplicativos e demais trabalhadores do setor de transporte
para defender os pleitos em comum.
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Um destes pedidos é a mudança de política de preços da Petrobras para
combustíveis de exportação para importação (PPE para PPI). “Enviamos
ofícios para os ministérios e devemos participar de audiência pública na
Câmara dos Deputados para falar sobre a questão do combustível”,
afirmou Chorão.
A entidade também se reuniu na segunda-feira por videoconferência com
o ministro do Supremo Tribunal Federal Dias Toffoli para tratar da ação
direta de inconstitucionalidade (ADI) do piso mínimo do frete, que está
sendo julgada pela Suprema Corte.
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