By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
O ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), concedeu
progressão ao regime semiaberto ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, que
chefiou a Secretaria de Governo durante a gestão do ex-presidente Michel
Temer (MDB).Ele e o irmão, o ex-deputado federal Lúcio Vieira Lima foram
condenados em 2019 por lavagem de dinheiro e organização criminosa, em
processo relacionado à apreensão de cerca de R$ 51 milhões em dinheiro
em um apartamento de Salvador.
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“Preenchidos os requisitos subjetivo e objetivo, conforme já
reconhecido no despacho (…), e comprovado o recolhimento do valor
definido a título de multa penal, defiro a Geddel Quadros Vieira Lima a
progressão ao regime semiaberto”, escreveu Fachin na decisão, assinada
na quinta-feira (9).
O ex-ministro estava em prisão domiciliar com monitoramento por
tornozeleira eletrônica desde 15 de julho de 2020, após liminar
concedida pelo ministro Dias Toffoli. Na semana anterior, Geddel havia
recebido resultado positivo para Covid-19 -diagnóstico posteriormente
descartado após um exame de contraprova-, o que motivou o pedido da
defesa.
No mês passado, em sessão virtual, a Segunda Turma do STF já havia
atendido parcialmente a um pedido da defesa de Geddel e de Lúcio e
anulado as condenações de ambos por organização criminosa. Foi mantida,
porém, a condenação por lavagem de dinheiro.
Na ocasião, votaram a favor da anulação os ministros Gilmar Mendes,
Ricardo Lewandowski e Nunes Marques. Apenas Fachin, relator do processo,
votou contra.
Em outubro de 2019, a Segunda Turma do STF sentenciou Geddel Vieira
Lima a 14 anos e 10 meses de reclusão e 106 dias-multa (cerca de R$ 1,6
milhão, considerando valores da época), em regime fechado, por lavagem
de dinheiro e associação criminosa. Seu irmão, o ex-deputado Lúcio
Vieira Lima, foi condenado a 10 anos e 6 meses de prisão e 60 dias-multa
(R$ 908 mil).
Eles também foram condenados a pagar indenização por danos morais
coletivos no valor de R$ 51 milhões e impedidos de ocupar cargo ou
função pública pelo dobro do prazo das penas de prisão. Foi decretada,
ainda, a perda dos bens e dos valores acumulados a partir das condutas
criminosas, em favor da União.
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Nesse julgamento, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski já haviam
divergido quanto à condenação por associação criminosa e à indenização.
Segundo denúncia apresentada pelo MPF (Ministério Público Federal
(MPF), Geddel, Lúcio e a mãe, Marluce Vieira Lima, lavaram dinheiro
entre 2010 e 2017 com a finalidade de ocultar valores provenientes de
crimes anteriores, por meio de empreendimentos imobiliários. Em 2017, a
Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em dinheiro em um apartamento de
Geddel em Salvador – que ficou conhecido como “bunker”.
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