By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL CENTRO SUL – Imagem: Jornal Hoje Centro Sul
Os atuais contratos com as concessionárias de pedágio no Paraná
vencem no dia 27 de novembro e não serão renovados. Como será a nova
concessão? Quais investimentos deverão ser feitos nas rodovias? E o
preço, irá realmente baixar? Estas e outras perguntas foram respondidas
pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo ministro da
Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, na última quarta-feira (11).
Eles apresentaram os detalhes do novo modelo para a concessão de 3,3
mil quilômetros de rodovias do Paraná, que garante cerca de R$ 44
bilhões de retorno da tarifa paga em execução de obras. A proposta
abrange seis lotes, com estradas estaduais (35%) e federais (65%).
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“Essa junção com a União, que permitiu aliar estradas federais e
estaduais, ganha volume de tráfego, interesse das concessionárias, gera
concorrência e, por consequência, tarifas mais baratas”, destacou o
governador.
O contrato será de 30 anos. Vence o leilão (que será feito na Bolsa
de Valores) quem apresentar o maior desconto na tarifa de pedágio, com
expectativa de redução média, já na largada, de 30% em relação aos
preços atuais.
“O Paraná teve, ao longo de mais de duas décadas, um dos pedágios
mais caros do Brasil. Nosso desafio era construir um modelo que chegasse
a um desconto maior, com uma tarifa justa e também com muita obra”,
afirmou o governador. “Teremos no Paraná o maior projeto de
infraestrutura da América Latina, com R$ 44 bilhões em investimentos e
quase 1,4 mil quilômetros de duplicações”, disse Ratinho Júnior.
A Assembleia Legislativa, a sociedade civil organizada e do setor
produtivo, representado no G7, participaram ativamente das discussões
sobre o novo pedágio, junto com os governos Estadual e Federal. O
presidente da Assembleia Legislativa, deputado Ademar Traiano frisa que o
amplo debate foi positivo para todos. “Essa modelagem representa o
clamor da sociedade do Paraná. Preservou o interesse do Estado e vai
acabar com um trauma que já dura mais de duas décadas”, destacou Ademar
Traiano.
Para o ministro da Infraestrutura Tarcísio Gomes de Freitas, a
proposta para as novas concessões estabelece equilíbrio. “Chegamos a um
modelo muito equilibrado, que foi construído equalizando a quantidade de
obras necessárias ao Estado com a preservação do caixa”, afirmou
Freitas. “Qualquer modelo que preserve caixa será bem-sucedido. Quando
alguns dos maiores operadores de rodovias já estão te procurando e
estudando o modelo de concessão do Paraná, significa que acertamos na
modelagem. Então estamos no caminho certo”, ressaltou.
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O que será concedido para a iniciativa privada administrar?
Serão seis lotes de rodovias, totalizando 3.368 quilômetros. O pacote
é dividido em 65% de rodovias federais e 35% estaduais. Será a maior
concessão rodoviária da América Latina.
Qual a previsão para ocorrer o leilão?
A proposta ainda está sendo ajustada e será analisada pelo Tribunal
de Contas da União (TCU), último estágio antes de avançar para leilão na
Bolsa de Valores (B3). Nesse momento a Assembleia Legislativa também
discute a delegação de rodovias estaduais para a União, o que deve
entrar na análise do TCU. A perspectiva é que o pregão ocorra no
primeiro trimestre de 2022.
Como será o leilão?
Na Bolsa de Valores, com total transparência. Os lotes serão
leiloados de maneira separada. Ou seja, cada fatia pode ficar sob
administração de uma empresa/consórcio. A competição será livre,
inclusive para arrematar mais de um lote.
Quais são os lotes?
Lote 1: trechos das rodovias BR-277, BR-373, BR-376, BR-476, PR-418, PR-423 e PR-427, com extensão total de 473,01 km.
Lote 2: trechos das rodovias BR-153, BR-277, BR-369, BR-373, PR-092,
PR-151, PR-239, PR-407, PR-508 e PR-855, com extensão total de 575,53
km.
Lote 3: trechos das rodovias BR-369, BR-376, PR-090, PR-170, PR-323 e PR-445, com extensão total de 561,97 km.
Lote 4: trechos das rodovias BR-272, BR-369, BR-376, PR-182, PR-272,
PR-317, PR-323, PR-444, PR-862, PR-897 e PR-986, com extensão total de
627,98 km.
Lote 5: trechos das rodovias BR-158, BR-163, BR-369, BR-467 e PR-317, com extensão total de 429,85 km.
Lote 6: trechos das rodovias BR-163, BR-277, R-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483, com extensão total de 659,33 km.
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Sim. A diminuição do valor da tarifa é uma das premissas da nova
proposta. A previsão é de redução média de 45% a 50% em relação aos
atuais valores.
Há um exemplo prático de como se dará essa redução?
Por exemplo, uma praça de pedágio que tenha uma tarifa de R$ 16,30
vai a leilão com uma redução média de 31%. Antes mesmo do desconto
concedido pela concessionária, a tarifa já será reduzida para $ 11,30.
Esse valor ainda diminui conforme a proposta de cada empresa. Se ela
conceder 10% de desconto, a tarifa vai a R$ 10,20. Se o desconto for de
17%, a tarifa chega a R$ 9,40. Se for de 26%, R$ 8,50. Ou seja: o valor
final esperado é de 37% a 48% menor que o atual. O desconto inicial vai
variar de acordo com o trecho e o lote.
A tarifa média atual das tarifas é de R$ 16,30. Esse valor deve ficar abaixo de R$ 10 depois do leilão.
Está previsto algum tipo de vantagem para quem for usuário frequente?
Sim, um desconto fixo de 5% para quem optar pelo pagamento por tag e
um outro porcentual, a ser estipulado, de acordo com a frequência do
usuário.
E em relação ao pagamento por quilômetro rodado?
Os novos acordos contemplarão gatilhos para a implantação da cobrança
por quilômetro rodado, decretando o fim da necessidade das praças de
cobrança de pedágio. Mas a iniciativa ainda passa por regulamentação no
governo federal.
Serão quantas praças de pedágio?
42 praças no total. São 15 novas nessa proposta.
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PR-151, Km 188, próximo ao município de Sengés;
PR-280, Km 241, próximo ao município de Renascença;
PR-182, Km 510, próximo ao município de Ampere;
BR-376, Km 260, próximo ao município de Califórnia;
BR-163, Km 159, próximo ao município de Lindoeste;
BR-467, Km 89, entre as cidades de Toledo e Cascavel;
BR-163, Km 313, próximo ao município de Mercedes;
BR-272, Km 536, próximo a Francisco Alves;
PR-323, Km 233, próximo a Cianorte;
PR-323, Km 185, próximo ao município de Jussara;
BR-376, Km 60, próximo ao município de Guairaçá;
BR-153, Km 5, próximo a Jacarezinho;
PR-092, Km 290, próximo ao município de Quatiguá;
PR-323, Km 310, próximo a cidade de Umuarama;
PR-445, Km 57, perto de Londrina.
A nova concessão será maior que a atual, o que abre a necessidade de
novas praças. Segundo o governo federal, na média de uma a cada 70
quilômetros. A ideia é ter um conjunto de modernizações coeso e seguro
para os usuários.
Qual o investimento previsto para o período?
A previsão é de cerca de R$ 44 bilhões de investimentos em obras por
parte das concessionárias. Serão 1.783 quilômetros de duplicação;
construção de 11 contornos urbanos (Arapongas, Apucarana, Ponta Grossa,
Califórnia, Sul Maringá, Norte Londrina, Nova Londrina, Itaúna do Sul,
Guaíra, Peabiru e Marmeleiro); 253 quilômetros de faixa adicional nas
rodovias já duplicadas; 104 quilômetros de terceira faixa para apoio ao
trânsito; sinal wi-fi em todos os trechos de estradas, câmeras de
monitoramento e iluminação em LED; e mais 1.000 obras de arte como
viadutos, trincheiras e passarelas. Além disso, a proposta estipula
outros R$ 35 bilhões para custos de operação e manutenção das vias.
Quando as obras terão de ser executadas?
Essa é uma importante diferença para o atual modelo em vigência no
Estado. 90% das obras precisam ser realizadas até o sétimo ano do acordo
e 100% até o décimo ano. Outro ponto importante: até as obras serem
concluídas, haverá um desconto de 40% no valor da tarifa. O preço cheio
só pode ser cobrado após a totalidade das entregas.
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O próprio contrato prevê isso. Além de conceder o maior desconto na
tarifa para vencer o leilão, a concessionária precisa realizar um aporte
financeiro (de valor proporcional ao desconto concedido) para garantir a
execução do acordo, chamado de seguro-usuário.
Qual o valor deste seguro-usuário?
São três níveis de aporte. R$ 15 milhões por ponto porcentual até
10%; R$ 60 milhões por ponto porcentual até 17%; e R$ 150 milhões por
ponto porcentual após 17%. O valor será assegurado por lote e poderá ser
aplicado com diferentes finalidades.
Quais finalidades? O Estado pode usar esse seguro de alguma maneira?
Basicamente para mais desconto na tarifa ou para execução de novas
obras. Será criado um conselho gestor formado por agência reguladora,
representantes dos governos federal e estadual, da Assembleia
Legislativa, da sociedade civil organizada e da população para decidir
qual a melhor opção. O comitê será composto a cada 5 anos para definir a
forma de usar os recursos através de audiências públicas.
Como ficará a conservação das estradas no período entre o fim dos atuais contratos e o início dos novos?
O Governo do Estado mantém conversas com a União para alinhar a
melhor proposta. Atualmente, o Paraná consegue manter a conservação do
conjunto estadual de estradas.
Haverá cobrança de tarifas nesse período?
O assunto ainda está em análise por todos os envolvidos.
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