By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TRIBUNA DO PARANA – Imagem: Átila Alberti/Tribuna do Paraná
O governo federal determinou nesta terça-feira (31) a criação de uma nova bandeira tarifária para arcar com os custos elevados da geração de energia em meio à crise hídrica. O anúncio foi feito pelo Ministério de Minas e Energia após reunião extraordinária da Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética (CREG).Na agenda, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apontou
que a arrecadação já realizada por meio das cobranças adicionais da
bandeira, no atual patamar vermelho 2, é insuficiente para fazer frente
aos custos reais observados e previstos para fazer frente aos próximos
meses – que ainda serão secos. “Tendo em vista o déficit de arrecadação
já existente, superior a R$ 5 bilhões, e os altos custos verificados,
destacadamente de geração termelétrica, foi aprovada determinação para
que a agência reguladora implemente o patamar específico da Bandeira
Tarifária, intitulado “Escassez Hídrica””, informou o MME. O valor será
de R$ 14,20 por kWh, com vigência de 1º de setembro de 2021 a 30 de abril de 2022.
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Segundo o ministério, a bandeira “Escassez Hídrica” provocará aumento
de 6,78% na tarifa média dos consumidores regulados, aqueles que estão
ligados às distribuidoras de energia, caso dos residenciais.
A taxa aplicada até este 31 de agosto era de R$ 9,49 por cada 100 quilowatts-hora
consumidos, reajustada há dois meses, com acréscimo de 52%. Após aquela
alteração já havia expectativa para a nova alta, a ser promovida após
uma revisão dos parâmetros de cálculo. Segundo a Aneel, ela seria
necessária pois aquele reajuste vigente a partir de julho não acomodaria
o preço da geração durante o segundo semestre – o risco foi indicado
pela área técnica da Aneel, que sinalizou necessidade de um reajuste
total entre 84,3% e 92,3% na bandeira vermelha 2 para dar conta do
encarecimento na oferta.
Reajuste na bandeira para pagar pela crise
Os
custos na geração de energia tiveram avanço considerável a partir do
despacho das usinas térmicas, amplamente acionadas na tentativa de
contornar a crise hídrica e evitar o esvaziamento dos reservatórios de
hidrelétricas, que se encontram em níveis preocupantes por causa da
escassez histórica. No período de doze meses encerrados em julho, a
tarifa média de energia no país subiu 20%. O aumento de julho já teve
fortes efeitos na inflação, junto com outros fatores como alta das
commodities e quebras nas cadeias produtivas.
Na semana passada, o
ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que haveria novo reajuste. A
declaração veio junto com um período de mudança de tom do governo
federal em face à crise hídrica, com uma série de anúncios relacionados à
economia de energia – voluntária para a indústria e para consumidores
de pequeno porte e compulsória no serviço público.
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Até o momento,
o Ministério de Minas e Energia afasta um cenário de riscos de
desabastecimento, mas nota recente do Operador Nacional do Sistema
Elétrico (ONS) alerta para risco de apagão caso o país não aumente em 8%
a sua oferta de energia entre os meses de setembro e novembro (quando
se inicia o período úmido e para quando se espera a retomada das
chuvas).
Bônus confirmado para redução do consumo das residências
Junto
do anúncio da chamada bandeira tarifária Escassez Hídrica, o Ministério
de Minas e Energia confirmou as regras propostas para o Programa de
Incentivo à Redução Voluntária do consumo de energia elétrica, aplicável
aos consumidores de pequeno porte, como os residenciais. Eles estará
vigente a partir de setembro, com bônus de R$ 50 por 100 kWh reduzidos,
limitado à faixa de economia entre 10% e 20%. Consumidores de baixa
renda que aderem à tarifa social também poderão participar segundo o
MME.
Os recursos para arcar com o “prêmio” aos consumidores
engajados virão dos Encargos de Serviço do Sistema (ESS), já cobrados na
fatura mensalmente. Segundo o MME, o bônus deve custar cerca de R$ 339
milhões por mês, R$ 1,3 bilhões no período de quatro meses.
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