By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O agravamento da crise hídrica deve fazer com que o patamar 2 da bandeira tarifária vermelha da conta de luz volte a subir já a partir de setembro. A decisão será tomada na próxima terça-feira, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Especialistas a par das discussões afirmam que o reajuste pode levar o
atual patamar 2 de R$ 9,49 por kw/h consumido para R$ 11 ou até R$ 15 –
um reajuste de mais de 50% neste adicional.
Em agosto, a opção da Aneel foi não reajustar o valor, mesmo com defasagem na conta das distribuidoras.
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Segundo fontes ouvidas pelo blog à época, pesou para a decisão a
preocupação com a escalada da inflação, refletida em parte pela conta de
luz.
O reajuste dos valores vem sendo mais frequente porque, com a falta de
chuvas e diminuição nos reservatórios das hidrelétricas, o sistema
elétrico precisa acionar termelétricas, uma energia mais cara.
Neste momento, segundo especialistas no setor, a conta já está negativa
para as distribuidoras, que precisam comprar a energia mais cara para
manter o abastecimento.
Essa tarifa atinge os consumidores cativos – população em geral e
pequenos negócios. Os consumidores do mercado livre, como indústria,
grandes negócios, shopping centers ou hospitais não fazem parte de quem
paga este custo.
A demora do governo em alertar a população sobre a gravidade do momento
e para reagir à crise hídrica, tomando medidas severas para economia de
energia, relembra a perda de oportunidade que o país teve no início da
pandemia da Covid-19.
Na ocasião, o governo apostou na versão da "gripezinha", expressão
adotada pelo presidente Jair Bolsonaro – não priorizou compra de vacinas
e se perdeu em embates com governadores.
Agora, tenta afastar a má notícia do consumidor. São poucas campanhas
para as pessoas economizarem energia em casa, promoção de medidas
voluntárias para empresas. E falta estímulo real para que haja troca de
horário de produção ou mesmo adiamento para depois de novembro, quando
as chuvas já deverão ter voltado.
Prova disso é o fato de o consumo de energia estar atingindo o pico.
Nesta terça-feira, chegou a 83 mil megawatts em todo o país.
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Há quem diga que muitas empresas, já esperando que em setembro ou
outubro medidas de racionamento sejam obrigatórias, estão antecipando
produção.
De qualquer forma, parece que elevar o custo da conta residencial pouco
pode fazer para derrubar o consumo nos próximos dois meses.
É preciso comunicar com clareza e sem receio de arranhar a agenda
política do governo, que teme ainda mais impacto na inflação e o
descontentamento de quem paga a conta.
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