By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: REVISTA ISTOE – Imagem: Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que antevê
problemas no ano que vem se não for aprovado o voto impresso auditável
para as eleições presidenciais, e disse que não entregará a faixa a um
sucessor em caso de suspeita de fraude.Bolsonaro, que fez da defesa do voto auditável uma de suas principais
bandeiras, reforçou o discurso em sua transmissão semanal ao vivo pelas
redes sociais e disse que faz não uma ameaça, mas um alerta, caso seja
mantido o atual sistema de votação no pleito do ano que vem. Segundo
ele, o “povo não vai admitir”.
“Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não”, disse o presidente.
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“Vamos para o voto auditável. Esse voto ´mandrake´ aí… não vai dar
certo. Vamos ter convulsão no Brasil. Nós vamos ter um problema
seríssimo no Brasil. Eu estou fazendo de tudo, avisando com
antecedência, para evitar isso aí”, acrescentou.
Bolsonaro fez referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
que aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto no momento,
como um suposto beneficiário de fraudes.
“Tiraram o ladrão da cadeia. Tornaram o ladrão elegível, no meu
entender, para ser presidente, sim, mas na fraude. Porque no voto ele
não ganha, não ganha de ninguém, então não vou admitir um sistema
fraudável de eleições”, disse.
O presidente reafirmou que não haverá problemas orçamentários para a
execução do voto impresso, caso a modalidade seja autorizada pelo
Congresso Nacional.
No entanto, Apesar de referir-se ao Parlamento como aliado, o
presidente pode encarar uma negativa de deputados e senadores.
Dirigentes do 11 partidos políticos, aliás, já manifestaram
posicionamento em defesa das urnas eletrônicas.
Bolsonaro acusou o Judiciário de interferir em outro Poder, tendo em
mãos reportagem sobre reunião de ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF) com dirigentes de partidos políticos.
“Não é convencimento isso daqui, é quase uma imposição”, disse. “Não
podemos aceitar isso aqui, essa interferência deslavada no Legislativo.”
O presidente insinuou, ainda, que suas declarações em defesa do voto
auditável tenham motivado decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes
que abriu nova apuração contra bolsonaristas, dessa vez sobre
organização criminosa que estaria por trás da disseminação de fake news.
Dentre os investigados, estão duas deputadas e dois filhos do chefe do
Executivo, o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e o vereador Carlos
Bolsonaro (Republicanos-RJ).
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“É uma covardia o que estão fazendo, Alexandre de Moraes, é uma
covardia. Será que é um troco porque eu falei sobre voto auditável hoje
de manhã?”, insinuou.
Em outro momento, o presidente foi mais direto e disse que “como
retaliação, com toda certeza, o senhor Alexandre de Moraes manda
investigar organização criminosa: duas deputadas e o Flávio, meu filho
senador, e o Carlos também”.
Constantemente Bolsonaro coloca em dúvida a lisura da votação
eletrônica no Brasil, que o elegeu deputado por várias vezes e
presidente em 2018. Ele chegou a afirmar ter provas de fraude na eleição
daquele ano, alegando que teria vencido o pleito no primeiro turno, e,
apesar de dizer que apresentaria essas alegadas evidências, nunca o fez.
Apesar das acusações constantes de Bolsonaro contra o sistema de
votação, desde a adoção da urna eletrônica, em 1996, nunca foi
comprovada qualquer fraude nas eleições realizadas desde então. Além
disso, também ao contrário do que frequentemente afirma o presidente, a
votação eletrônica é sim auditável, conforme já esclareceu por diversas a
Justiça Eleitoral.
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