segunda-feira, 5 de julho de 2021

Áudios mostram que Bolsonaro teria se envolvido no esquema de rachadinha

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: INTERVALO DA NOTICIAS – Imagem: Igo Estrela (Metrópoles)
Gravações revelam que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria integrado esquema de devolução de salários de assessores no período compreendido entre 1991 a 2018, nos mandatos de deputado federal. A apuração, os áudios e os vídeos são da coluna da jornalista Juliana Dal Piva, do Uol.
De acordo com a jornalista, que dividiu a denúncia em três reportagens, o presidente não só integrava o esquema como era quem cobrava a devolução dos salários dos assessores de seu gabinete. Segundo Andrea Siqueira Valle, ex-cunhada do presidente, o mandatário da República demitiu o irmão dela porque ele não estaria cumprindo o combinado de devolver o valor acertado.
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“O André deu muito problema porque ele nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6.000, ele devolvia R$ 2.000, R$ 3.000. Foi um tempão assim, até que o Jair pegou e falou: ‘Chega. Pode tirar ele, porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'”, disse Andrea. Ouça aqui o áudio na reportagem.
Segunda denúncia
Em uma segunda denúncia, o chefe do Executivo federal é conhecido na família Queiroz como “01”. Os áudios apontam diálogos entre a esposa e a filha de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, que já é investigado na apuração de “rachadinha”.
Nos áudios, mãe e filha comentam que Bolsonaro, que já era presidente, não deixaria Queiroz voltar ao cargo de assessor no gabinete de Flávio.
“É chato também, concordo. É que ainda não caiu a ficha dele que agora voltar para a política, voltar para o que ele fazia, esquece. Bota anos para ele voltar. Até porque o 01, o Jair, não vai deixar. Tá entendendo? Não pelo Flávio, mas, enfim, não caiu essa ficha não. Fazer o quê? Eu tenho que estar do lado dele”, disse Márcia. Ouça aqui.
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Terceira denúncia
Na terceira, a jornalista mostra que não só Queiroz recolhia os salários de assessores, mas que outras pessoas também foram, supostamente, designadas para a tarefa. Um coronel da reserva do Exército, de nome Guilherme dos Santos Hudson, foi apontado pela ex-cunhada de Bolsonaro como responsável por cobrar parte do recebimento.
“O tio Hudson também já tirou o corpo fora, porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele”, afirmou Andrea. Ouça a declaração aqui.
A reportagem do Uol entrou em contato com o advogado do presidente, Frederick Wassef, que disse que os fatos não procedem. “São narrativas de fatos inverídicos, inexistentes, jamais existiu qualquer esquema de rachadinha no gabinete do deputado Jair Bolsonaro ou de qualquer de seus filhos.”
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O que diz a Presidência
A Secretaria de Comunicação da Presidência da República respondeu, no início da tarde desta segunda (5/7), às denúncias. Em nota, o órgão diz que, como não teve acesso à íntegra das gravações divulgadas pelo Uol, “mas apenas a trechos fora de contexto”, como consta no comunicado, “sem mais informações sobre data e hora”, não há como se manifestar.
“A construção da narrativa, tal qual feita pelo Uol, por meio da divulgação de trechos sem contextualização cronológica, parece ter como intuito induzir o leitor/espectador a conclusões precipitadas por carecer de contexto”, diz a nota.
Com informações do Metrópoles.

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