By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Mateus Bonome/Estadão
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (24) que se um
“bundão” da imprensa contrair o novo coronavírus, a chance de sobreviver
é “bem menor”.
Bolsonaro, que foi infectado pelo vírus, deu a declaração durante discurso no Palácio do Planalto, no evento batizado de “Brasil vencendo a Covid-19”.
O Brasil registra mais de 3,6 milhões de casos, com 114 mil mortes, até as 13h desta segunda, conforme levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
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Bolsonaro se referiu aos profissionais de imprensa enquanto relatava
que, na década de 1970, quando estava na ativa do Exército, salvou um
colega.
Na frase, ele mencionou que era atleta das Forças Armadas e fez uma referência ao seu pronunciamento de 24 de março, quando declarou que, por ter “histórico de atleta”, não precisaria se preocupar caso contraísse Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.
"Era um jovem aspirante do Exército Brasileiro [em 1978 quando salvou um
colega], tinha 23 anos, sempre fui atleta das Forças Armadas. Aquela
história de atleta, né, que o pessoal da imprensa vai para o deboche,
mas quando pega [covid-19] num bundão de vocês, a chance de sobreviver é
bem menor”, disse Bolsonaro.
“Só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade, em grande parte. Tem
exceções, né, como aqui o Alexandre Garcia [jornalista]. A chance de
sobreviver é bem menor do que a minha”, acrescentou.
A declaração foi proferida um dia depois de o presidente afirmar a um jornalista que estava com vontade de “encher” a boca dele “na porrada”,
ao ser indagado por um repórter do jornal "O Globo" sobre cheques de
Fabrício Queiroz para a primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O evento desta segunda-feira no Palácio do Planalto reuniu médicos que
defendem o que chamam de “tratamento precoce” contra a Covid-19, com o
uso da hidroxicloroquina. O medicamento não tem comprovação científica
da eficácia contra o novo coronavírus.
Na visão do presidente, apesar da ausência de comprovação científica,
muitas das 114 mil mortes por Covid-19 poderiam ter sido evitadas se o
uso do medicamento não tivesse sido politizado.
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Durante a cerimônia, que teve discursos de médicos favoráveis ao uso da
hidroxicloroquina, uma das médicas pediu um minuto de silêncio em
homenagem aos quase 115 mil mortos registradas no Brasil até o momento.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, não participou do encontro
porque cumpria agenda no Ceará nesta segunda-feira. A pasta foi
representada pelo secretário-executivo (número 2 do ministério) Elcio
Franco.
Autoridades e médicos defenderam a autonomia do médico, mediante aval
do paciente, para definir o tratamento a ser realizado contra a
Covid-19.
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