By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Divulgação
Os profissionais se recusaram a fazer a interrupção da gravidez, permitida por lei neste caso, alegando que era tarde demais. No entanto, a autorização para a interrupção da gravidez saiu mais de um mês após a constatação que a menina estava grávida.
"Eu quero que você tire o que o velho colocou em mim", tinha dito a menina, de acordo com o registro do caso após o relatório de abuso.
Na Argentina, de acordo com a lei que rege desde 1921, o aborto é permitido em dois casos: quando em perigo a vida da mulher e quando a gravidez é resultado de estupro, sem exigir semanas de gestação.
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Embora a gravidez tenha sido detectada no dia 21 de janeiro, quando a menina foi para o centro médico com dores de estômago, a autorização foi adiada em pouco mais de um mês, quando a vítima de estupro estava na 23ª semana de gestação.
"O direito à saúde não foi respeitado. Obstáculos e barreiras foram colocados. A prática legal foi atrasada e permitiu a progredir no processo de gestação e terminou como terminou", disse o advogado Soledad Deza, do grupo Católicas pelo Direito de Decidir.
A também advogada Cecilia de Bono ressaltou que a menina e sua mãe pediram a interrupção da gravidez.
"A vontade da menina tinha que ser levada em conta", disse.
No entanto, segundo os médicos, era tarde demais para interromper a gravidez.
"A verdade é que não se podia esperar por um parto normal", disse a ginecologista Cecilia Ousset, que esteve presente durante o procedimento. "Seu corpo não estava pronto para uma gravidez de 23 semanas, e mesmo que estivesse, não estava em condições psicológicas devido aos vários abusos que sofreu".
A menina passou por uma "micro-cesariana" e o bebê de cinco meses foi levado para a área de neonatologia.
As chances de sobrevivência do bebê prematuro são "extremamente difíceis", segundo o médico Carlos Schwartz.
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Caso gerou revoltaO episódio gerou a denúncia de várias organizações sociais, entre elas o movimento feminista "Ni Una Menos". Nas redes sociais, internautas divulgam fotos suas de quando tinham 11 anos, como forma de protestar contra a decisão dos médicos de fazer uma cesariana na menina. Em geral, as mulheres têm usado a hashtag #NiñasNoMadres (meninas, não mães).
"O Estado é responsável por torturar Lucia", disse a organização, que pediu uma mobilização em Tucuman, em relação ao atraso no processo de aprovação, que neste caso é apoiada pela lei.
Enquanto isso, ONGs de direitos humanos ANDHES observou que "a prática (cesariana) não foi solicitada. Siprosa (sistema de saúde local) é responsável", acrescentou.
O governo provincial justificou a medida, pedindo para continuar com "os procedimentos necessários para salvar as duas vidas".
No ano passado, a legalização total proposta do aborto até a 14ª semana de gestação foi aprovado pela Câmara dos Deputados, mas sofreu um revés no Senado, que rejeitou a proposta por 38 votos a 31.
Na Argentina, berço do Papa Francisco e com forte influência da Igreja Católica, a questão dividiu a opinião popular.
No mês passado, um caso semelhante ocorreu na província de Jujuy, onde uma menina de 12 anos, que estava grávida de 24 semanas, também por estupro, passou por cesariana, embora tivesse solicitado o aborto. O procedimento foi adiado e o bebê morreu dias depois do nascimento.
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