By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
"Pensei na minha filha e em quem pudesse precisar, para encontrar a
cura através de mim", afirmou Maria José de Jesus Silva, de 61 anos. Ela
tem diabetes e participa como voluntária de pesquisas clínicas pela
segunda vez, em Curitiba.
Se, para alguns, tomar um medicamento sem saber ao certo quais serão os
efeitos pode soar estranho, para Maria José é uma maneira de contribuir
com a ciência e de ajudar outras pessoas no tratamento e cura de
doenças.
Os dois estudos em que ela participa são sobre um remédio que faz o
paciente perder açúcar pela urina e que melhora a função renal.
"Pensei na minha filha e em quem pudesse precisar, para encontrar a
cura através de mim", afirmou Maria José de Jesus Silva, de 61 anos. Ela
tem diabetes e participa como voluntária de pesquisas clínicas pela
segunda vez, em Curitiba.
Se, para alguns, tomar um medicamento sem saber ao certo quais serão os
efeitos pode soar estranho, para Maria José é uma maneira de contribuir
com a ciência e de ajudar outras pessoas no tratamento e cura de
doenças.
Os dois estudos em que ela participa são sobre um remédio que faz o
paciente perder açúcar pela urina e que melhora a função renal.
Avanços
O professor do curso de nefrologia e do programa de pós-graduação em
ciências da saúde da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR),
Thyago Proença de Moraes, afirmou que é impossível ter avanços nas
pesquisas científicas sem a participação de voluntários.
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De acordo com Moraes, as pesquisas com voluntários permitem novos medicamentos e procedimentos.
O professor disse que cada centro de pesquisa no Brasil é ligado a um
comitê de ética. "É impossível começar projeto ou pesquisa sem passar
pelo comitê", afirmou.
Para os voluntários, principalmente aqueles que são atendidos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS), é uma oportunidade de ter acesso a novos
medicamentos, segundo o professor.
Fases da pesquisa
Moraes explicou que a pesquisa clínica é dividida em quatro fases.
Nas duas primeiras, conforme o professor, os voluntários usam o
medicamento para testar a dose máxima dele e o efeito colateral. "No
Brasil, praticamente não se faz", falou Moraes sobre as fases 1 e 2.
O professor contou que, as fases 3 e 4, que são as desenvolvidas no
país, são o momento da pesquisa em que já se sabe qual é a dose que
funciona. "Testa-se o tamanho do efeito. Então, o risco é muito
pequeno", afirmou.
Há dois tipos de pesquisas, segundo o professor. A pesquisa ligada à indústria e a em que o pesquisador desenvolve um projeto.
A pesquisa relacionada à indústria costuma ter mais voluntários, de acordo com Moraes.
"Na pesquisa clínica, o ideal é não saber qual medicamento está sendo usado", afirmou o professor.
Ele explicou que há dois grupos de voluntários. Um grupo recebe um tipo
de medicamento, enquanto o outro toma um remédio diferente.
Essa divisão, conforme Moraes, ocorre para que não se tenha o risco de induzir o resultado.
De acordo com o professor, os voluntários não podem ter lucro com a
pesquisa. Moraes explicou que existem duas maneiras de abordar pessoas
para que sejam voluntárias.
Umas das formas é por meio de divulgação. Porém, o número de voluntários angariados desse modo é pequeno, segundo o professor.
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"Outra possibilidade de conseguir voluntários é identificando, nos
ambulatórios e consultórios, os pacientes que tenham o perfil para a
pesquisa clínica. É a maneira que mais funciona no Brasil", afirmou.
Moraes também esclareceu que, sempre que uma pesquisa clínica é feita,
existe a obrigação de oferecer apoio ao voluntário, caso tenha qualquer
complicação.
Atualmente, a PUCPR desenvolve 27 estudos, com 169 voluntários.
'Deu uma força'
Assumpta Caregnato, de 87 anos, é voluntária há menos de um ano em um
estudo da PUCPR para tratamento de anemia destinado a pacientes com
doença renal crônica.
A decisão de participar da pesquisa foi em família, como contou Matilde
Olipa Carenhato. Ela é nora de Assumpta e é quem cuida da idosa.
Elas moram na Lapa, na Região Metropolitana de Curitiba. Matilde disse
que o tratamento está "caminhando super bem" e que participar dele foi
um acerto.
Matilde contou que, quando Assumpta foi encaminhada de um posto de
saúde para a Santa Casa de Curitiba, onde começou o tratamento, houve a
sugestão das médicas.
"Ela concordou. Ela não gosta de ir para as consultas, prefere ficar em
casa, por causa da idade. Mas ela aceitou de boa", disse. Matilde ainda
contou que o remédio usado não interferiu no comportamento nem no humor
da sogra.
Assumpta toma um comprimido – referente à pesquisa clínica – por dia. O
tratamento é de cinco anos, podendo ser interrompido, caso a paciente
queira, ou então ter continuidade depois desse prazo.
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