By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Carlos Moura
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
concedeu nesta sexta-feira (25) uma liminar (decisão provisória) em que
autorizou o uso das forças de segurança pública para o desbloqueio de rodovias ocupadas por caminhoneiros grevistas. A liminar de Moraes atende a um pedido do governo federal.
A pedido do governo, Moraes impôs multa de R$ 100 mil por hora às
entidades que atuarem nas interdições de vias, além de multa de R$ 10
mil por dia para motorista que esteja obstuindo a pista.
Na ação, assinada pelo presidente Michel Temer e pela advogada-geral da
União, Grace Mendonça, o governo pede que o STF considere a greve
ilegal porque, apesar de ter "compromisso democrático" com a livre
manifestação, não se pode inviabilizar direitos fundamentais, como a
locomoção.
Continua depois da
publicidade
A Advocacia Geral da União apontou ainda risco de "caos social" em
razão da falta de combustível e desabastecimento de alimentos.
"Autorizo que sejam tomadas as medidas necessárias e suficientes [...]
ao resguardo da ordem no entorno e, principalmente, à segurança dos
pedestres, motoristas, passageiros e dos próprios participantes do
movimento que porventura venham a se posicionar em locais inapropriados
nas rodovias do país; bem como, para impedir, inclusive nos
acostamentos, a ocupação, a obstrução ou a imposição de dificuldade à
passagem de veículos em quaisquer trechos das rodovias [...] inclusive
com auxílio, se entenderem imprescindível, das forças de segurança
pública, conforme pleiteado", diz o ministro na decisão.
O caso ainda terá que ser julgado pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, em data ainda não estipulada.
Na decisão de 16 páginas, o ministro Alexandre de Moraes considerou que
houve "abuso no exercício dos direitos de reunião e greve" por conta
"da obstrução do tráfego em rodovias e vias públicas", impedindo o
abastecimento de combustíveis e outros insumos.
"Na presente hipótese, entendo demonstrado o abuso no exercício dos
direitos de reunião e greve, em face da obstrução do tráfego em rodovias
e vias públicas, impedindo, a livre circulação no território nacional e
causando a descontinuidade no abastecimento de combustíveis e no
fornecimento de insumos para a prestação de serviços públicos
essenciais. [...] O quadro fático revela com nitidez um cenário em que o
abuso no exercício dos direitos constitucionais de reunião e greve
acarretou um efeito desproporcional e intolerável sobre todo o restante
da sociedade", destacou.
O ministro afirmou que, embora o uso da Polícia Militar em todo o país
seja competência de vários órgãos, é preciso autorizar a atuação
coordenada para que a situação se normalize.
Continua depois da
publicidade
"O tempo já transcorrido de paralisação do tráfego, com o consequente
represamento de bens e serviços e escoamento de estoques em todo o país,
e o tempo necessário para que esse fluxo se normalize, reclama a adoção
de uma medida incisiva e inequívoca quanto à necessidade de que se
garanta plena e imediata liberdade de tráfego em todas as rodovias do
Brasil."
Alexandre de Moraes ponderou que o direito de reunião é "um dos
princípios basilares de um estado democrático". E que o direito de greve
é "necessário à efetivação da cidadania", mas que isso não deve
desrespeitar outros direitos fundamentais. Por isso, completou que "os
requisitos necessários para a concessão da medida cautelar estão
presentes".
"A razoabilidade no exercício da greve, das reuniões e passeatas
previstas constitucionalmente, deve, portanto, evitar a ofensa aos
demais direitos fundamentais, o desrespeito à consciência moral da
comunidade, visando, em contrapartida, a esperança fundamentada de que
se possa alcançar um proveito considerável para a convivência social
harmoniosa, resultante na prática democrática do direito de
reivindicação", concluiu.
Manifestação
Caminhoneiros entraram nesta sexta-feira (25) no quinto dia consecutivo de paralisações em todo o país. Eles reivindicam, entre outros itens, a retirada de impostos que incidem sobre o óleo diesel.
O movimento grevista continuou mesmo após, na noite de quinta (24), o governo ter anunciado um acordo com a categoria, que previa uma "trégua" de 15 dias. Diante da continuidade da greve, o presidente Michel Temer acionou o uso de forças federais para desobstrução das rodovias.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR
A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.