By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: G1
Um professor denunciado por uma aluna por tê-la mudado de lugar dentro
da sala de aula em uma escola do Recife venceu um processo por danos
morais contra a jovem na Justiça, que determinou que o docente receba R$
5 mil de indenização. A decisão, à qual ainda cabe recurso, se refere à
polêmica ocorrida em uma turma do 2º ano do ensino médio na Escola
Estadual Apolônio Sales, no Ibura, na Zona Sul da capital, e que se
arrastava desde abril de 2016.
O caso ocorreu durante uma aula de matemática ministrada pelo professor
Jeff Kened Barbosa, de 62 anos, 30 deles dedicados à docência. Segundo o
docente, a estudante estava conversando com outros colegas em sala e
atrapalhando a apresentação do conteúdo.
Continua depois da publicidade
O professor teria pedido, por três vezes, que ela parasse a conversa e,
na quarta, teria dito para que ela trocasse de lugar na classe. “Ela
disse que tinha completado 18 anos e que ninguém mandava mais nela. A
aula foi interrompida e ela, levada para a coordenação. No dia seguinte,
ela veio com a mãe, pedindo que eu fosse afastado de minhas funções.
Naquele dia, a reunião durou das 7h30 às 11h”, conta Jeff.
Ainda segundo o professor, na primeira reunião, o educador tentou
colocar um ponto final na história, desculpando-se com a aluna, mas isso
não foi suficiente. A mãe e a estudante disseram que conheciam seus
direitos e, por isso, não parariam até a última instância da Justiça.
“Elas acionaram primeiro o Conselho Tutelar do Ibura, depois à Gerência
Regional de Educação e, por fim, o Ministério Público de Pernambuco.
Todos emitiram pareceres favoráveis a mim. Alunos da escola fizeram
campanha e passeatas em meu favor”, afirma Jeff.
Após os trâmites iniciados pela estudante, o professor decidiu rebater
as ações, com um processo por danos morais contra a aluna. Ele diz nunca
ter se sentido tão constrangido em toda a carreira e, por isso, optou
por acionar a Justiça.
Como a mãe e a filha mudaram de endereço, a Justiça passou quase um ano
tentando localizá-las, conseguindo apenas conseguiram por meio de
cartões de crédito. Quando intimadas, elas não receberam o documento por
causa de um erro no complemento do endereço.
“Mãe e filha diziam que ela tinha sofrido um constrangimento
psicológico e estava abalada, sem dormir e sem comer. Na verdade, eu que
estava sofrendo todo esse tipo de pressão. Fui socorrido por colegas,
com picos de pressão alta. Fiquei sem poder dormir, procurando um motivo
para o que estava acontecendo, e não encontrava”, explica o docente.
O juiz Auziênio de Carvalho Cavalcanti decidiu que o professor será
indenizado por danos morais e vai receber R$ 5 mil, mas ainda é possível
recorrer da decisão. De acordo com a juíza Nalva Campello, do 3º
Juizado Especial Cível e das Relações de Consumo da Capital, esta é a
forma que a Justiça tem para reparar os danos morais.
"O dano moral tem sido a coisa mais recorrente na Justiça. Todos que
passam por uma situação de constrangimento podem buscar a Justiça.
Quanto à procedência da reparação, isso depende do caso, que vai ser
estudado pelo juiz", ressalta a juíza.
Para o professor, que passou dois anos aguardando um desfecho para a
história, a sensação é de alívio. “Nossa profissão tem sido muito
desvalorizada e temos sido muito humilhados. Eu me sinto de alma lavada,
porque é uma luta de toda a classe. Recebi ligações parabenizando, de
todo o Brasil, mesmo não tendo publicado a decisão em lugar algum”,
finaliza.
Respostas
Em nota, a defesa da estudante e da mãe afirmou que vai recorrer da
decisão "por um dano que sequer foi provado em juízo". O documento diz,
ainda, que a estudante "não só saiu da cadeira como lhe foi solicitado,
como sofreu vários constrangimentos com diversos jargões usados pelo
professor, inclusive, um que dizia, em alto e bom tom, 'quem come do meu
pirão, prova do meu cinturão'".
A defesa afirma, ainda, que a aluna foi afastada por 12 dias pelo
médico que a atendeu, "em virtude do trauma psicológico sofrido em sala
de aula. Durante esses 12 dias, o professor permaneceu dentro do
estabelecimento escolar, realizando, com certeza, sua defesa perante a
coordenação da escola, bem como todos os alunos que presenciaram o fato
em sala de aula".
Também por meio de nota, a Secretaria de Educação de Pernambuco
comunicou que "prioriza a resolução de eventuais conflitos ocorridos nas
escolas da Rede Estadual dentro da própria escola, junto à gestão e aos
diretamente envolvidos". O texto traz, ainda, que a "Secretaria e as
Gerências Regionais de Educação acompanham, quando acionados, de maneira
a assegurar que seja garantido o direito de professores e de estudantes
em cada caso".
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR
A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.