By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: G1
O governo federal vai suspender a abertura de novos cursos de medicina
pelos próximos cinco anos, por meio de uma moratória, segundo
informações do Ministério da Educação (MEC). O decreto já foi elaborado pelo MEC, mas ainda precisa ser assinado pelo presidente Michel Temer para entrar em vigor.
Os dois editais em andamentos, lançados ainda na gestão anterior, para a
criação de novos cursos terão continuidade. Um deles previa a criação
de 36 cursos com 2.305 vagas em municípios do Sul e Sudeste. Destes, 11 cursos com 710 vagas foram implementados até agosto do ano passado. Os 25 cursos restantes ainda terão as vagas abertas.
A medida seria um reivindicação da classe médica que está preocupada
com a qualidade de ensino nas faculdades de medicina. A medida vai na
direção contrária a de gestões anteriores do MEC, que investiram na
expansão dos cursos para suprir déficits na distribuição dos
profissionais pelo país: o número de habitantes por médico no Norte é quase três vezes o do Sudeste.
Em nota, o MEC disse que tomou dados para a decisão. "O MEC levou em
conta os dados da Organização Mundial de Sáude (OMS), que apontam que o
Brasil já atingiu as metas de alunos/vagas estabelecidas, de cerca de
11.000 por ano", informa o ministério.
A pasta diz que a medida foi uma proposta do ministro Mendonça Filho ao
presidente Michel Temer. "A medida visa a sustentabilidade da política
de formação médica no Brasil, preservando a qualidade do ensino, já que o
Brasil é referência na formação médica."
Em nota, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior
(ABMES) disse que a medida é um retrocesso. “Estancar a criação de novas
graduações na área não tem qualquer relação com a garantia da qualidade
dos serviços prestados e nem dos profissionais que são disponibilizados
no mercado de trabalho. As instituições de ensino passam anualmente por
avaliações feitas pelo próprio Ministério, cujo processo inclusive está
sendo reformulado”, diz Janguiê Diniz, diretor presidente da ABMES.
Do outro lado, a Associação Médica Brasileira (AMB) manifestou "total
apoio à moratória" e cobra até mesmo o cancelamento de editais
anteriores, pleito negado pelo MEC. "Médicos mal formados são mais
inseguros, solicitam exames desnecessários, não utilizam os tratamentos
apropriados, não seguem os protocolos corretos, aumentando o tempo de
internação dos pacientes e de intervenção médica sem real necessidade”,
diz o presidente da AMB, Lincoln Ferreira.
Mais médicos: expansão
A expansão dos cursos de medicina estava prevista desde 2014 e fazia
parte do programa Mais Médicos. À época, os dados oficiais apontavam que
o país tinha 21.674 vagas de medicina.
Sob a gestão do ministro da Educação, Henrique Paim, o governo federal
estabeleceu como meta de criar 11,5 mil novas vagas em cursos de
medicina.
Em uma primeira etapa da expansão, 36 cidades atenderam aos critérios
do MEC e foram contempladas com a autorização para abrir os cursos. As
cidades escolhidas tinham 70 mil habitantes ou mais e não ofereciam a
formação médica.
Edital questionado pelo TCU
Publicado em dezembro de 2014, o edital que previa a seleção das
instituições para criação das novas vagas de medicina, foi suspenso em
outubro de 2015 pelo Tribunal de Contas da União.
Na ocasião, a ministra Ana Arraes destacou em seu despacho que no
edital do MEC não havia "delimitação clara dos critérios de habilitação,
principalmente quanto à capacidade econômico-financeira" das
mantenedoras. Somente em julho do ano passado, o TCU determinou a
liberação do edital.
Em setembro do ano passado, o secretário de regulação e supervisor da educação superior do MEC, Maurício Costa Romão, disse, em entrevista ao G1,
que para ter a proposta contemplada, a instituição tinha de cumprir
três requisitos: ter bons indicadores de qualidade, robutez financeira e
projeto pedagógico para a formação médica. "As propostas que não foram
habilitadas não cumpriram um ou mais critérios", afirmou.
Novos cursos com bolsas
O projeto de expansão prevê que dez por cento das vagas devem ser
concedidas com bolsas voltadas para estudantes de baixa renda. O
objetivo da abertura de novos cursos é garantir atendimento a municípios
considerados prioritários pelo governo. Todas as cidades têm pelo menos
70 mil habitantes e não ofereciam a formação médica, segundo o governo.
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE
RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA
NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM
OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE
AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.