By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: G1
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) falou pela primeira vez, neste sábado (18), sobre a criança de 8 anos que desmaiou de fome em uma escola pública do Distrito Federal. Segundo Rollemberg, o caso do menino "é pontual" e reflete a condição da família e não da escola.
"Essa é uma família carente, assistida pelo governo. Uma família de
catadores que morava no Setor Noroeste e ganhou um apartamento no
Paranoá Parque", disse o governador ao reforçar que a família recebe
assistência através dos programas Bolsa Família e DF Sem Miséria.
De acordo com Rollemberg, a escola também serve refeições "equivalentes
a almoço" durante a tarde, três vezes por semana. O GDF diz que estuda mudanças no cardápio e que enviou nutricionistas para avaliar "as necessidades" dos alunos da Escola Classe 8.
Sem almoço
O menino que desmaiou de fome nesta semana, enquanto assistia à aula em
uma escola do Cruzeiro, mora no Paranoá Parque – um condomínio do
programa Minha Casa, Minha Vida. Como não há colégio público no local,
250 crianças percorrem 30 quilômetros, todos os dias, para frequentar a
escola.
Segundo os professores, o problema é que as crianças precisam sair de
casa duas horas antes do horário da escola – a aula começa às 13h - e
muitas não conseguem almoçar antes de sair. Além, disso, o lanche é
servido só às 15h30.
"Ficam dispersos, não prestam atenção. Eles falam: 'tia, tô com fome.'
[...] A escola faz o que pode, chama a família, o Conselho Tutelar, não é
omissão da escola", disse a professora Ana Carolina Costa que atendeu o
aluno que passou mal.
"A gente chamou o Samu. Quando o Samu chegou e fez o atendimento, e viu que era fome, até o rapaz praticamente chorou."
Após recobrar os sentidos, o menino contou aos médicos do Samu qual
tinha sido a última refeição: um prato de mingau de fubá, comido no dia
anterior.
Os professores da Escola Classe 8 dizem ver sentido na alegação da
Secretaria de Educação – que oferece almoço apenas para crianças em
turno integral, que passam o dia nos colégios –, mas pedem que uma
exceção seja aberta a esses alunos, em razão do trajeto e da condição
social.
"O que a escola precisa é que seja ofertado um complemento. A gente não
vai alimentar essas crianças com biscoito", diz a professora Fabiane
Rios.
A reclamação é encampada pelo Sindicato dos Professores (Sinpro-DF),
que diz já ter enviado contestação ao governo sobre o caso. "Já pedimos
diversas vezes para oferecer almoço e lanche para essas crianças. Como
elas vêm de muito longe, não dá para ficar só com o lanche parcial", diz
o diretor da entidade, Samuel Fernandes.
"A gente se sentiu impotente. Como uma criança desmaia de fome?"
Por que tão longe?
Ao ser questionada sobre a necessidade de enviar essas crianças para um
colégio a 30 km de distância, a Secretaria de Educação do DF disse que
existe previsão para construir escolas no Paranoá Parque e no Itapoã,
mas "não há disponibilidade financeira imediata para essas obras".
Os terrenos já foram separados, e uma dessas escolas já tem projeto
pronto. Agora, a secretaria diz aguardar "dotação financeira", ou seja,
dinheiro para colocar a obra em pé. A pasta diz que, ao todo, 730
crianças usam o transporte escolar público para sair do Paranoá Parque e
chegar a escolas em outras regiões.
"A Secretaria acrescenta que 84 crianças que estão cursando o 5º ano no
Cruzeiro, irão cursar o 6º ano nos Centros de Ensino Fundamental 03 e
05 do Paranoá, em 2018", diz a nota da secretaria.
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