By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: EXTRA – Imagem: Divulgação
Uma menina de 14 anos foi morta com pedradas na cabeça, na tarde do
sábado, após ser estuprada em uma linha de trem desativada, no Centro de
Tanguá, na Região Metropolitana do Rio. O autor do crime é o irmão mais
velho da vítima. Um adolescente de 17 anos que há dois meses havia
deixado o Instituto Padre Severino, na Ilha do Governador, onde cumpriu
dois anos de pena pelos crimes análogos ao de estupro e de tentativa de
homicídio contra uma jovem moradora de Itaboraí.
Ainda em estado
de choque, a mãe da vítima e do autor do crime conta que no sábado, a
filha saiu de casa cedo e disse que iria passar o aniversário na casa do
pai. Chegando lá, ele deu um dinheiro para a filha ir ao mercado
comprar algumas coisas, mas ela não apareceu mais.
— Já na parte
da tarde, meu filho mais velho chegou em casa muito nervoso e suado.
Disse que estava muito preocupado com os irmãos dele. Ainda cheguei a
questionar se ele sabia de alguma coisa, mas ele disse que não sabia de
nada e que estava muito preocupado. Fiquei muito nervosa e como meus
outros dois filhos estavam em casa, comecei a ligar para o celular da
minha filha e nada dela atender. Até que recebemos uma ligação da
polícia e acabamos descobrindo o pior — conta a dona de casa de 33 anos.
A
denúncia do caso chegou pelo WhatsApp do EXTRA (21 99809-9952 e 21
99644-1263). De acordo com o delegado titular da 70ª DP (Tanguá), Raul
Gustavo Morgado, a menina foi encontrada, ainda com vida, por uma equipe
de policiais militares do 35º BPM (Itaboraí). A vítima estava nua e com
o rosto completamente desfigurado. Ela foi levada imediatamente para o
Hospital municipal Desembargador Leal Júnior, em Itaboraí, mas não
resistiu aos ferimentos e acabou morrendo em decorrência de um
traumatismo craniano.
— Logo depois que entramos no caso, já começamos a fazer diligências
para tentar localizar algum suspeito. Durante o depoimento do pai da
menina, ele contou que deu R$ 20 para filha comprar algumas coisas no
mercado, mas que foi o filho mais velho que chegou com as compras. Foi
então que começamos a suspeitar do irmão dela, porque encontramos no
bolso da garota uma nota fiscal de um mercado com as mesmas mercadorias
que ele havia levado para a casa do pai — explicou o delegado.
Ainda
de acordo com Raul, o rapaz se comportou de maneira muito fria e só
admitiu que havia matado a irmã, depois que os investigadores falaram
que haviam encontrado a nota das compras no bolso da irmã dele.
—
Ele disse que fez isso porque já havia estuprado a irmã quando ela ainda
tinha 9 anos. E que depois que saiu da internação, ela havia dito a ele
que contaria para a família o que ele fez com ela. Durante o
depoimento, ele contou em detalhes como matou a irmã. Ele disse que
encontrou com ela voltando do mercado e disse a ela que ira acompanha-lá
até a casa do pai deles. No meio do caminho, ele deu uma "banda" nas
pernas dela e aproveitou para estuprá-la. Logo em seguida, ele pegou um
pedregulho e deferiu golpes na cabeça da irmã, até ela apagar.
A menina foi enterrada no domingo e o rapaz foi detido e entregue à
Justiça para que sejam definidas as medidas socioeducativas que serão
aplicadas a ele.
Lembranças e revolta
Na
casa em que morava com a mãe e os outros dois irmãos, o que ficou foram
desenhos e algumas recordações que a mãe tenta guardar:
— Minha
filha era uma garota linda e feliz. Queria encontrar com meu filho e
perguntar, olhando nos olhos dele, por que ele fez essa maldade tão
grande. No dia do crime, se eu tivesse uma arma, acho que eu mesma teria
matado ele. Hoje, já com a cabeça mais fria, peço a Deus para que tire
de mim toda a raiva que estou sentindo do meu filho. É difícil falar
isso, mas acho que ele é um maníaco sexual.
Ainda de acordo com a
mãe, dias depois de sair da internação, o filho chegou a pedir para que
ela tivesse relações sexuais com ele.
— Foi horrível escutar
aquilo. Ele disse sério e eu respondi na hora que ele estava ficando
maluco e que eu nunca faria isso. Sinceramente, depois de saber o que
ele teve coragem de fazer com a própria irmã, provavelmente ele fazia
isso com outras mulheres.
Apaixonada por desenhos e pinturas, a
adolescente estava no 5º ano do ensino fundamental, em uma escola
municipal de Tanguá. Suas professoras lembram de como ela era alegre e
comunicativa:
— Na sexta-feira, ela chegou no colégio muito
animada dizendo que completaria 14 anos no sábado. Reunimos nossos
alunos e cantamos parabéns para ela. Não imaginávamos que aquela seria a
nossa despedida. Agora, o que fica é o sentimento de saudade e de
revolta por um irmão ter tido a coragem de fazer uma crueldade dessa.
Esse rapaz deve ser um maníaco. Ele tem 17 anos, ou seja, vai ser solto
rapidamente e nós ficaremos em risco.
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