By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Celso Paiva, Dassler Marques, Fábio de Mello Castanho e Marcus Vinicius Pinto – Imagem: Rafael Ribeiro (CBF)
A atual campeã mundial e bicampeã europeia teve de se render no Rio de Janeiro. E bailou impassível diante de uma Seleção Brasileira
de atuação exuberante, neste domingo, no Estádio do Maracanã. Dono da
partida desde o gol de Fred a 2min de jogo, o Brasill massacrou a Espanha com 3 a 0 e conquistou a Copa das Confederações, de modo irretocável, pela quarta vez na história. Com cinco vitórias em cinco jogos disputados, 14 gols pró e três sofridos.
Nos almanaques que registrarão o título constará uma
atuação defensiva de grande solidez, especialmente de David Luiz, Luiz
Gustavo e Paulinho, além de duas ótimas defesas de Júlio César. Neymar,
autor do mais belo gol da partida, ainda ficará marcado pela assistência
perfeita de corta-luz para Fred, o mais decisivo diante da Espanha.
Autor de dois na final e artilheiro da competição com cinco gols ao lado
de Fernando Torres, mas sem ter enfrentado o Taiti.
Com 73.531 torcedores presentes, o Maracanã também fez
sua parte e com brilho. O público participou do início ao fim: cantou o
Hino Nacional antes e durante a partida, provocou a arbitragem, os
espanhóis e até Shakira, de nome gritado quando Piqué foi expulso por
falta violenta em Neymar. Claro, também gritou "campeão" e "olé", este
último quando o placar ainda marcava 1 a 0.
A caminho de um objetivo mais importante, a Copa do
Mundo do próximo ano, a Seleção Brasileira mandou uma mensagem ao
mundo, como havia sugerido na véspera o campeão mundial Luiz Felipe
Scolari. De atuação performática à beira do gramado durante os 90
minutos, sereno durante a competição, teve o nome gritado pelo Maracanã
em vários momentos da final. Foi um dos personagens mais importantes
para o título.
Baile brasileiro tem gols de Fred e Neymar no primeiro tempo
Um atropelamento brasileiro em 45 minutos, com um gol no
início e outro no fim. Assim pode ser definida a atuação da Seleção
contra a Espanha no
primeiro tempo da decisão. Incendiada por um público extremamente
participativo, a equipe de Luiz Felipe Scolari deu poucas chances à
Espanha, que tinha inferioridade até na posse de bola depois de 15
minutos transcorridos. Fruto, principalmente, de uma marcação fortíssima
de praticamente todos os jogadores brasileiros no campo de ataque.
Já aos 2min, a Seleção trouxe os torcedores para seu
lado com a abertura do placar em um lance de raro oportunismo de seu
centroavante. Da direita, Hulk fez bom cruzamento, e Fred e Neymar se
enrolaram com a marcação. Atento e com raça, o camisa 9 tocou por cima
de Casillas, mesmo caído, e estufou as redes pela quarta vez na Copa das Confederações.
Apesar da vantagem no marcador, o Brasil permaneceu protagonista durante boa parte do primeiro tempo no Rio de Janeiro,
ainda que a Espanha tenha elevado seu percentual de posse de bola pouco
a pouco. Minutos depois de Fred fazer o primeiro, Oscar teve espaço e a
bola em seu pé direito para dobrar o placar, mas colocou ao lado da
trave esquerda. Paulinho também tentou de cobertura, pouco depois, e
Casillas pegou.
Enquanto a Espanha não jogava nem próximo de seu padrão, o Brasil voava.
Em dois contragolpes, gerou cartões amarelos em lances agudos na
velocidade. Neymar recebeu de Marcelo e já havia deixado Arbeloa para
trás quando foi calçado no meio-campo. O espanhol era o último homem no
lance, mas não foi expulso. Depois, Oscar conduziu com liberdade e foi
empurrado por Sergio Ramos. Nova advertência.
Com velocidade para propor o jogo, o Brasil criava chances em atacado e
Fred, diante de Casillas em belo passe de Neymar, errou quando teve
liberdade e tempo para dominar.
Exatamente como na sequência, com Pedro e assistido por
Mata aos 40min: às costas de Marcelo, o atacante venceu Júlio César, mas
parou em um corte perfeito de David Luiz. Ele correu, se esticou de
carrinho e ainda conseguiu jogar por cima da meta. A torcida foi ao
delírio, mas ainda tinha muito mais pela frente.
Aos 44min, mais um duro golpe no favoritismo dos espanhóis. Em tabela
esperta, Oscar recebeu, teve paciência, visão e contou com a
movimentação perfeita de Neymar contra um Arbeloa perdido. O camisa 10
brasileiro, de canhota, fuzilou Casillas com precisão e correu para as
arquibancadas para uma comemoração bonita, rodeado por jogadores e
torcedores.
Segundo tempo confirma o baile brasileiro no Maracanã
As conversas no vestiário espanhol tiveram pouco efeito.
A troca de Arbeloa por Azpilicueta, também não. Já a 2min, quando a
torcida ainda recuperava o fôlego para a segunda etapa, o Brasil
fez o terceiro. Pelo centro, Hulk abriu à esquerda, Neymar fez
corta-luz e Fred, justamente às costas de Azpilicueta, bateu de chapa,
com a direita, para vencer Casillas. À essa altura, já era uma tourada
no Maracanã.
No roteiro da festa, porém, ainda estava previsto outro
tipo de emoção. Jesús Navas, que havia acabado de entrar, foi calçado
por Marcelo dentro da área e a arbitragem, em cima do lance, marcou
pênalti. A Espanha, que havia acertado as sete cobranças da disputa com a Itália, não acertou a oitava. Sergio Ramos bateu para fora.
O Brasil até pressionou para tentar atender o pedido da
torcida, que gritava por mais um, mas optou por controlar o jogo. O que
ficou ainda mais foi possível pelas entradas de Jô e especialmente
Hernanes e Jadson, que estreou na competição. O momento de maior
euforia, na última parte, ficou com Neymar. Em velocidade, levou a
marcação de Piqué, expulso por derrubá-lo.
Faltava ainda o momento de Júlio César, o melhor em
campo na semifinal contra o Uruguai. Ele provavelmente teria defendido o
pênalti batido por Sergio Ramos, pois estava na bola, mas ainda
conseguiu duas defesas de levantar o público. Assim, a Seleção
Brasileira confirmou o 3 a 0, seu terceiro jogo sem sofrer gols na Copa
das Confederações. Uma competição que, do início ao fim, teve só um
dono: o Brasil de Felipão.
BRASILJulio Cesar, Daniel Alves, Thiago Silva (c), David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Fred e Neymar
ESPANHA
Casillas, Arbeloa, Sergio Ramos, Pique e Alba; Busquets, Xavi, Iniesta, Juan Mata e Pedro; Fernando Torres.
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