terça-feira, 23 de julho de 2013

Governo do Paraná pode ter levado golpe de italiano



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Erick Gimenes (G1 Noticias) Imagem: Ricardo Almeida (AEN)


O vereador Carlos Mariucci (PT) protocolou, na segunda-feira (22), um requerimento em que solicita à Prefeitura de Maringá, no norte do Paraná, esclarecimentos sobre a atuação da empresa suíça Avio International. A empresa anunciou, na quarta-feira (17), a instalação uma fábrica de helicópteros e aviões no município. De acordo com o parlamentar, o presidente da empresa, Luigino Fiocco, é condenado por fraudes com propostas semelhantes na província de Villacidro, na Itália, e pode ter aplicado um golpe no governador Beto Richa (PSDB) e no prefeito de Maringá, Carlos Roberto Pupin (PP).
“Estive em Curitiba no último fim de semana e só se fala que o governador e o prefeito de Maringá estão entrando em um golpe, em uma ‘barca furada’. Fomos atrás de pesquisar e encontramos diversas condenações na Itália pelas mesmas ações propostas por aqui. Esse senhor nunca produziu um avião.  Estamos com receio de que caímos em um 'conto-do-vigário'”, afirma Mariucci.
Jornais regionais da ilha de Sardenha de fato relatam que a Aviotech, empresa de Fiocco instalada na província de Villacidro em 1999, faliu sob fortes indícios de fraude, evasão fiscal e outros crimes. O empresário foi condenado pela Justiça italiana a seis anos de prisão por falência fraudulenta – outros crimes dos quais ele era acusado prescreveram no decorrer do processo, segundo os jornais italianos.
“Seria maravilhoso se fosse verdade, mas é estranho. Isso nem passou pela Câmara, não teve discussão nenhuma, ninguém falou nada. Foi tudo feito sob sigilo. Queremos explicações para as diversas interrogações que existem”, diz o vereador.
A Avio confirmou, em nota divulgada na segunda-feira (22), que o empresário foi condenado na Itália, mas afirmou que “são referentes a um processo de mais de dez anos, já resolvido na justiça italiana”. A fabricante suíça, contudo, informou que não há nenhum problema que coloque em risco os investimentos programados para o Paraná.
“A Avio International Group Holding S.A. refuta categoricamente qualquer informação que coloque em dúvida a idoneidade do empreendimento a ser estabelecido no Brasil, bem como do seu proprietário Luigino Fiocco”, comunicou a empresa.
Sem risco
A Prefeitura de Maringá e o Governo do Estado dizem que não há risco de as autoridades terem caído em um golpe. O secretário de Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, afirma que a empresa tem 90 dias para apresentar o protocolo de intenções e para a instalação da fábrica – o que praticamente anularia as chances de uma fraude, segundo ele.
“Os investimentos da Avio serão anteriores aos benefícios que a empresa teria. O governo tem o maior interesse em receber essa tecnologia, mas, se houver fraude, não há prejuízo nenhum para o estado. Isso não muda nada para nós. É simples: a empresa apenas deixa de vir para Maringá”, ressalta. O secretário estadual garante que Fiocco apresentou certificações dos equipamentos necessários para o funcionamento da fábrica.
O secretário de Comunicação de Maringá, Milton Ravagnani, assegura que a única vantagem que a empresa vai ter é a possibilidade de parcelamento nos impostos brasileiros. Por isso, não há risco de prejuízo para o município. “Vão aplicar golpe em quem? Não há dinheiro público nisso. A única ligação com Maringá é que eles [a Avio] escolheram o município para instalar a empresa. Só vamos vender o terreno”, explica.
Ravagnani diz estar preocupado com os boatos já que, segundo ele, isso pode fazer com que o presidente da empresa suíça desista de instalar a fábrica em Maringá. “Ele não tem obrigação nenhuma de instalar a fábrica em Maringá. Pode muito bem se irritar com tudo isso e levar a ideia para a Argentina, por exemplo”.
Com a instalação da Avio, temos a possibilidade de ampliar o aeroporto, além de movimentar a economia em todo o estado. Não queremos perder isso”. A cidade o perderia muito caso o empresário desistisse da proposta, conforme o secretário municipal.
O Aeroporto Silvio Name Junior, em Maringá, tem atualmente 2,1 mil metros quadrados, de acordo com Ravagnani – a ideia é que fosse ampliado para 3,5 mil metros quadrados, caso a instalação da empresa se concretizasse.
O requerimento com os questinamentos enviado por Carlos Mariucci ainda precisa ser aprovado pela Câmara de Vereadores para chegar até o Executivo – a Casa, porém, está em recesso e só volta às atividades no dia 6 de agosto, quando o pedido de esclarecimento deve ser votado em regime de urgência. Se aprovado pelos parlamentares, o prefeito de Maringá tem 15 dias para responder às solicitações do vereador.

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