By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Radio Najua
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) cumpriu nesta quarta-feira
(27) 13 mandados de busca e apreensão nas casas de 11 funcionários e
ex-servidores da Assembleia Legislativa que trabalharam no gabinete da
presidência da Casa na gestão do deputado Nelson Justus (DEM) – de 2007 a
2010. Entre os alvos, estão Sérgio Roberto Monteiro, atual chefe de
gabinete do parlamentar, e Luiz Alexandre Barbosa, que é assessor no
gabinete de Justus.
A operação faz parte da
investigação criminal aberta pelo MP que tem como alvo o ex-presidente e
é relacionada ao caso dos "Diários Secretos", revelado pela Gazeta do
Povo e a RPCTV. Como Justus tem foro privilegiado, por ser deputado
estadual, o procedimento tramita no gabinete do procurador-geral de
Justiça, Gilberto Giacoia, e os pedidos de busca e apreensão foram
autorizados pelo Tribunal de Justiça.
Durante a
operação, foram apreendidos documentos na casa dos 11 alvos e duas
pessoas foram presas por porte ilegal de arma. Elas foram soltas após
pagar fiança. O MP não se manifestou oficialmente sobre a operação
porque a investigação é sigilosa.
Fantasmas e laranjas
A
promotoria estadual investiga indícios da contratação de funcionários
fantasmas no gabinete da presidência da Assembleia na gestão de Justus.
Existem ainda suspeitas do uso de “laranjas” num suposto esquema de
desvio de dinheiro público – o que configura crime de peculato. O
material apreendido nas casas dos investigados já começou a ser
analisado e deve ajudar na apuração do caso.
Além
da investigação criminal, o MP apura ainda um possível ato de
improbidade administrativa de Justus durante a gestão como presidente da
Casa. O deputado já responde a seis ações de improbidade propostas pelo
MP por causa das denúncias de irregularidades mostradas na série
“Diários Secretos”.
A Gazeta do Povo não
conseguiu localizar até 20h desta quarta Justus e os funcionários dele
Sérgio Monteiro e Luiz Alexandre Barbosa. Por causa do horário, eles não
foram encontrados na Assembleia Legislativa.
Esquema
As
primeiras denúncias do caso foram feitas pela Gazeta do Povo e pela RPC
TV na série de reportagens “Diários Secretos” . Em 2010, as reportagens
mostraram um esquema de desvio de dinheiro público dentro da Assembleia
do Paraná. Na época, foi revelada uma montada por Justus usando-se de
cargos na presidência da Casa -- só Sérgio Monteiro teve 20 parentes
empregados no gabinete de Justus e na presidência.
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