By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Nasa
Imagine um asteroide vindo em direção à Terra com a possibilidade de
causar grandes estragos, ou até mesmo acabar com a existência humana. Cenários como esse ainda estão restritos às telas dos cinemas.
Mas existe o temor de que isso possa se tornar realidade no futuro.
Nesse sentido, a Nasa, a agência espacial americana, anunciou na terça-feira (5/10) vai lançar no próximo mês uma
espaçonave para atingir um asteroide — propositalmente — e mudar seu
caminho, testando pela primeira vez um método de "defesa planetária".
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Um foguete SpaceX Falcon 9 será lançado da Base da Força Espacial de
Vandenberg, cerca de 80 km a noroeste de Santa Bárbara, Califórnia.
Dois asteroides que orbitam o Sol e ocasionalmente se aproximam da Terra são o alvo da Nasa.
Segundo a agência, eles não representam uma ameaça ao nosso planeta,
mas sua proximidade os torna um candidato preferencial para o teste de
uma técnica que poderia algum dia impedir que um "asteroide perigoso
atinja a Terra".
"Vamos garantir que uma rocha vinda do espaço não nos mande de volta à
Idade da Pedra", diz Thomas Statler, cientista da Nasa, no podcast da
agência.
O maior dos dois asteroides, Didymos, tem 780 metros de diâmetro. Ao
redor dele, orbita um satélite natural menor, chamado Dimorphos.
Dimorphos, com cerca de 160 metros de diâmetro, é "mais típico do
tamanho dos asteroides que podem representar a ameaça significativa mais
provável para a Terra", segundo a Nasa.
Esse corpo celeste, segundo Statler, "não é necessariamente o asteroide que vai causar um efeito devastador na Terra".
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O objetivo da missão é atingir Dimorphos a uma velocidade de quase 24
mil km/h e mudar sua órbita "por uma fração de um por cento" — uma
mudança pequena, mas significativa o suficiente de tal modo que os
cientistas serão capazes de observá-la a partir de telescópios Terra.
"A colisão mudará a velocidade da minilua em sua órbita ao redor do
corpo principal em uma fração de um por cento, mas isso mudará o período
orbital da minilua em vários minutos — o suficiente para ser observado e
medido usando telescópios na Terra", diz a agência em seu site.
Se a Nasa detectar um asteroide que represente um risco para a Terra —
segundo Statler, a agência não trabalha com essa hipótese pelo menos nos próximos 100 anos — ela tentaria atingi-lo e mudar seu curso, em vez de destruí-lo completamente.
A espaçonave DART se separará do foguete SpaceX e navegará no espaço
por mais de um ano antes de atingir Dimorphos no fim de setembro de
2022, quando a dupla de asteroides estará perto o suficiente da Terra —
11 milhões de quilômetros — de modo que os cientistas poderão vê-los.
A interação será gravada por um lançamento de satélite italiano de 14 kg da espaçonave.
Embora não tenha como objetivo mudar o curso de um asteroide que destrua
a Terra, a missão tem "proporções históricas", diz Statler.
Será "a primeira vez que a humanidade realmente mudou algo no espaço", acrescenta ele.
"Deixamos pegadas e marcas de pneus e coisas assim. Mas esta será a
primeira vez que a humanidade mudará um movimento celestial", conclui.
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