By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
O caminho para alcançar um objetivo é diferente de uma pessoa para
outra. Em cima de uma bicicleta, o roçador Edemilson Wielgosz, de 47
anos, sabe que o trajeto é desgastante, mas não impossível.
Ele garante que os três filhos adolescentes não parem de estudar, mesmo
sem computador, internet e morando distante do colégio. A família vive
em um sítio às margens da BR-376, em Guaratuba, no litoral do Paraná.
Edemilson pedala até Garuva (SC), município vizinho, todas as
terças-feiras para buscar materiais e tarefas para que eles estudem em
casa, durante a pandemia do novo coronavírus. O trajeto de ida e volta soma 28 km.
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"Estou lutando para dar dignidade a eles. Falta muita coisa e o que
temos é simples, mas nunca faltou carinho e empenho. Já passamos por
muitas dificuldades, ainda dói, mas desistir não é uma opção. Nunca
foi", disse o pai.
O roçador estudou até a 4ª série e vê, nos filhos, a chance de não deixar se repetir o passado que teve.
'Feio é não tentar'
Morando em uma casa de madeira à beira da estrada, a família raramente
consegue sinal de telefonia. Com isso, Edemilson aproveita para fazer
ligações, quando precisa, no trabalho, e os filhos se arriscam
caminhando pela rodovia até encontrarem algum sinal para o celular.
"Nasci e me criei aqui, mas é ruralzão, né? É gostoso o nosso
lugarzinho, sossegado, tem um rio perto, mas tem esses problemas. Eles
se arriscam pela estrada até algum restaurante ou estabelecimento para
conseguir sinal", explicou o pai.
Conforme o pai, algumas vezes, quando a tarefa exige algum tipo de
pesquisa, um dos filhos vai até a região que tem sinal de telefonia, faz
capturas de tela do celular com o conteúdo e volta para terminar em
casa.
Persistência
De acordo com Edemilson, há nove anos ele enfrenta o desafio de cuidar e educar os filhos sozinho.
"A mãe deles foi embora do nada. Faz nove anos que eu cuido deles
sozinho.
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Quando eles eram menores, eu sempre preparava a comida e lavava
as roupas a noite, depois do trabalho. Agora com eles mais velhos, fica
um pouco mais fácil administrar serviço e casa", contou.
O pai trabalha há 18 anos em uma pousada mas, devido à pandemia, o
local não paga o salário há mais de três meses, segundo ele.
"Lá eu faço de tudo, roçada, limpeza, serviço de jardinagem. Eu ganho
um 'salarinho' que não dá muita coisa. Só que agora faliu, eles não têm
mais dinheiro para pagar a gente. Eu estou aguentando até encontrar
outro serviço. Está bem complicado. Me preocupo", comentou.
A família Wielgosz sobrevive com ajuda de cestas básicas e doações.
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