By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Folha de S. Paulo
A Polícia Federal (PF) de São Paulo concluiu não haver provas em trecho
da delação premiada do ex-ministro Antônio Palocci em que ele citou o
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Banco BTG
Pactual S/A.
No documento, o delegado federal Marcelo Feres Daher afirmou que os
fatos delatados por Palocci foram desmentidos por todas as testemunhas,
declarantes e por outros colaboradores da Justiça.
Segundo o delegado, os colaboradores que desmentiram o ex-ministro
"aparentemente não teriam prejuízo algum em confirmarem a narrativa de
Palocci caso entendessem ser verdadeira".
A delação de Palocci foi fechada em 2018 e tem 34 anexos.
No anexo desacreditado pela PF, Palocci relatou que o banqueiro André
Esteves movimentou no BTG, em nome de terceiros, valores recebidos por
Lula em crimes de corrupção e caixa 2.
Em troca, teria recebido informações privilegiadas do governo sobre a
mudança da taxa Selic, que permitiu que ele tivesse lucro e que usasse
parte desses recursos para fazer doações para a campanha do PT em 2014.
Esse anexo levou à abertura de um inquérito em São Paulo.
O delegado ainda explicou que notícias jornalísticas foram suficientes
para iniciar o inquérito policial, mas "parecem que não foram
corroboradas pelas provas produzidas". Portanto, não será dada
continuidade ao procedimento penal, conforme concluiu o delegado da PF.
O Ministério Público Federal (MPF) já recebeu o relatório final da PF e vai analisar. Agora, há três caminhos a seguir:
- Pedir o arquivamento
- Novas diligências
- Oferecer denúncia à Justiça
O que dizem os citados?
Por meio de nota, a defesa do ex-ministro afirmou que, na investigação,
existe uma prova pericial que comprova a veracidade da colaboração de
Palocci.
A defesa dele também disse que existem outros fundos indicados por
Palocci que confirmam a versão do ex-ministro e que ainda não foram
investigados pela PF.
O BGT Pactual e o banqueiro André Esteves não quiseram comentar.
Palocci condenado
Na Lava Jato, Palocci foi condenado a 18 anos de prisão. Com o acordo de delação, a pena foi reduzida para nove amos de cadeia.
O ex-ministro ficou preso por mais de dois anos, em Curitiba. Desde novembro de 2018, está em prisão domiciliar.
Ação envolvendo a Odebrecht
No começo de agosto, a 2ª turma do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu a um pedido da defesa do ex-presidente retirou a delação do ex-ministro Palocci de uma ação contra Lula na Lava Jato.
Na prática, o que Palocci disse não poderá ser usado contra Lula no caso em que o ex-presidente é acusado de receber vantagens indevidas da Odebrecht.
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