By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TRIBUNA DO PARANÁ – Imagem: Divulgação
O bloqueio atinge os dois lados da rodovia e reúne aproximadamente 150 manifestantes com seus caminhões. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Santa Catarina, o ato começou por volta das 6h, mas veículos de passeio e de emergência estão passando normalmente.
A manifestação é feita no pátio e nos arredores de um posto de combustíveis. O grupo informou à concessionária que administra o trecho que não tem hora para terminar o ato.
No Paraná, não houve ainda registros de manifestações. Conforme a PRF, as rodovias que cortam o Estado seguem normalmente sem nenhum indicativo de paralisação. No entanto, a categoria também está mobilizada em outros estados, como São Paulo, Minhas Gerais, Bahia, Goiás, Mato Grosso e Espírito Santo.
Outros estados
Em São Paulo, caminhoneiros estão na rodovia Anchieta bloqueando o acesso ao porto de Santos, um dos mais importantes da economia brasileira. O bloqueio começou por volta das 7h, na alça de acesso ao porto – o congestionamento chegou a cinco quilômetros.O acesso ao porto está fechado pelos caminhoneiros mas quem vai em direção a Santos tem passagem livre. Por volta de 11h50, o tráfego no local foi normalizado, de acordo com a Ecovias, concessionária responsável pelo trecho.
Em Minas Gerais, os caminhoneiros bloqueiam desde às 2h a a rodovia BR-381, no km 361, em João Monlevade – a pista só está liberada para automóveis e ônibus – e a BR-040, em Paracatu, na altura no km 45. Já no Espírito Santo, a manifestação ocorre no km 11 da rodovia BR-262, em Viana. No Rio Grande do Sul, caminhoneiros bloqueio o acesso ao porto de Rio Grande e protestam em outras duas rodovias, as BRs 285 e 468. Também há registro de bloqueio na BR-116 em Itatim, na Bahia. Em Goiás, a BR-452 está em meia-pista em Rio Verde, e há mais uma interdição parcial na BR-153, no km 515, em Aparecida de Goiânia.
No Mato Grosso, o bloqueio é na BR-163, em Sorriso, nos dois sentidos da pista na altura do km 474. A expectativa do sindicato era de intensa mobilização no estado. Na página da União Nacional dos Caminhoneiros (Unican), há relatos de que os caminhoneiros estão se mobilizando para interditar as BRs 158 e 070 em Barra do Garças, em Mato Grosso. A manifestação deverá ser estendida para as cidades de Água Boa, Nova Xavantina, Ribeirão Cascalheira e Confresa, também no Estado. A região tem uma alta concentração de caminhoneiros por causa da safra de grãos.
Os manifestantes disseram que permitem a passagem de carros de passeio, cargas vivas, ambulâncias, ônibus e caminhões com oxigênio. Segundo a categoria, a intenção é chamar a atenção dos governantes para os problemas que os caminhoneiros enfrentam como a falta de segurança nas estradas e alta do combustível.
Protesto anunciado
Os caminhoneiros já se articulavam para realizar os protestos nesta terça. “E, pelo que estamos vendo até agora, é um movimento bastante forte”, afirmou o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unican), José Araújo Silva, o China.Ele explicou que não foi feito um levantamento para saber quantas rodovias serão paralisadas. Mas os profissionais do Acre e do Espírito Santo, por exemplo, já anunciaram que vão fechar as rodovias dos respectivos Estados, diz China.
“Sabemos que começa amanhã (terça-feira), mas não tem data para acabar”, diz China. Ele afirma que os caminhoneiros estão indignados com o aumento dos impostos sobre o óleo diesel, que representou R$ 0,46 por litro. “Imagina numa viagem longa o que significa esse aumento para o caminhoneiro. Esse aumento foi a gota d’água.”
Além do aumento dos impostos sobre os combustíveis, os motoristas também reclamam da redução dos investimentos na melhoria das estradas. Com a delicada situação fiscal do país, o governo fez um corte radical nos investimentos, especialmente da área de infraestrutura. Dos R$ 36,1 bilhões previstos na Lei Orçamentária para este ano no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) apenas R$ 19,7 bilhões estão disponíveis. A redução total, após dois sucessivos bloqueios, chega a 45,4%.
O setor de transportes perdeu R$ 1,1 bilhão, só no último corte. Para os caminhoneiros, a redução dos investimentos aumenta a insegurança nas estradas, já que a manutenção é reduzida, ou praticamente eliminada por falta de verba. Outra reclamação envolve a segurança pública nas rodovias, que também teria piorado. “Vamos apoiar essa manifestação, não temos como ficar em cima do muro.”
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