By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RPC
O cheque de R$ 230 milhões foi exibido no Plenário da Alep em 2015, na posse do governador. O presidente da Alep à época, Valdir Rossoni (PSDB), disse que a devolução era prova de que os deputados tinham economizado e estavam devolvendo dinheiro ao governo.
Conforme o TCE-PR, os quase R$ 2 milhões foram repassados em aditivos de contratos da Construtora Valor para a construção de duas escolas em Campina Grande do Sul – Jardim Paulista e Ribeirão Grande. Os auditores afirmaram que, apesar de as obras não terem sido entregues, documentos foram forjados para garantir a liberação dos recursos.
A Operação Quadro Negro, que já resultou em processo contra 15 pessoas, descobriu que laudos e medições foram fraudados para fazer parecer que as obras estão andando, quando na verdade estavam paradas. Engenheiros da Secretaria de Educação estão entre os réus da ação.
Funcionárias da Valor, que também respondem ao processo, disseram em depoimentos ao Ministério Público que parte do dinheiro desviado dos contratos das escolasfoi para políticos do estado. Dentre eles, Plauto Miró (DEM), que também participou da entrega do cheque ao governador. Ele negou ter recebido dinheiro da construtora.
Valdir Rossoni, que atualmente é deputado federal, disse que não sabia que o dinheiro das sobras da Alep iria para a Valor e, que se soubesse, não devolveria o cheque. “Jamais devolveria. Existiu um acordo entre a Alep, os deputados e o governo de que os recursos seriam destinados para os pequenos municípios”, relatou.
A campanha à reeleição do governador Beto Richa também foi apontada pelas funcionárias como destinatária do dinheiro desviado. Ele também negou ter recebido esses recursos. Sobre o destino dos recursos da Alep para a Valor, Richa disse que não seria possível rastrear essa origem.
“Eu não sei nem como o TCE-PR tem maneiras de identificar recursos que sai de um caixa único. Cada destinação, cada pagamento do estado, qual é a sua origem”, rebateu o governador.
Segundo o TCE-PR, a inspetoria que elaborou o relatório se baseou em documentos da Secretaria de Fazenda, que mostra o dinheiro com o qual foi feito o pagamento à Valor veio da Fonte 147. Essa fonte, conforme o relatório representa o dinheiro que veio da Assembleia Legislativa.
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