By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: R7 – Imagem: R7
O cabo C.S., de 39 anos, envolvido na perseguição transmitida ao vivo pelo Cidade Alerta, da TV Record, que acabou com dois fugitivos baleados na zona sul, não está mais preso administrativamente.
De acordo com nota da corporação, emitida na noite de quinta-feira (25), “o policial foi preso administrativamente, num primeiro momento, para facilitar a produção de provas do inquérito policial-militar instaurado”.
“Não havendo mais motivo para a manutenção da prisão disciplinar, o PM foi colocado em liberdade, nesta data, sendo certo que será mantido no serviço administrativo enquanto perdurarem as investigações”, prossegue a nota.
Pela manhã, o cabo já havia sido visitado pelo coronel Telhada (PSDB) na sede do batalhão do Comando de Policiamento de Área Metropolitano 2, na zona sul, onde teria ficado recolhido.
O deputado postou, em sua página no Facebook, um vídeo no qual negava que C.S. estivesse preso e entrevistava o cabo. Questionado se foi maltratado, C.S. negou.
— Aqui é minha casa, todos aqui me apoiaram desde o início. Inclusive eu quero aproveitar a oportunidade para agradecer a todos, o empenho de todos da ocorrência.
A prisão administrativa do policial já havia sido criticada por outros integrantes da bancada da bala paulista.
Em 2012, C.S. esteve envolvido em outro suposto confronto, que terminou com a morte de dois suspeitos.
Cena forjada?
A polícia ainda apura se o cabo C.S. tentou simular um confronto para que sua ação não fosse considerada excessiva.
Após balear os fugitivos, o PM aproximou-se dos adolescentes, pegou uma arma que estava com um deles, e atirou duas vezes para o chão. Até então, os infratores não tinham disparado. Em depoimento à Polícia Civil, o cabo disse que os tiros com a arma apreendida foram acidentais.
A perseguição teve início na avenida João Dias e terminou na rua Olímpio Rodrigues Araújo, quando os adolescentes bateram contra um poste. Sem descer da moto, o cabo, que estava sozinho, apontou para os fugitivos, caídos no chão, e disparou quatro vezes.
Nas imagens da TV Record, é possível ver um dos adolescentes com as mãos para o alto.
Na delegacia, o PM afirmou que só atirou nos momentos finais da perseguição, após o adolescente mais novo, que estava na garupa, atirar o capacete contra ele e apontar uma arma.
Ainda conforme o policial, mesmo após a batida da moto, os fugitivos continuaram ameaçando atirar — e não obedeceram à ordem de largar as armas. O cabo disse que então disparou "diversas vezes" como um "ato de reflexo" em "autodefesa".
De acordo com o registro da ocorrência, meia hora antes de serem baleados, os adolescentes haviam roubado a moto — uma CG 150 Titan —, dois celulares e R$ 107 de um motoboy de 36 anos, na rua Paes da Silva, em Santo Amaro. A vítima os reconheceu por foto.
Logo após o caso, a Polícia Militar afirmou em nota que “reforça seus valores de transparência, imparcialidade e legalidade, sendo certo que todo e qualquer tipo de não conformidade na atuação policial será objeto de responsabilização nas esferas competentes”.
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