By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Portal Terra – Imagem: The Mirror
A mãe de Lauren, Barbara Atkinson, e o padrasto, Kenny, a
mantinham separada dos irmãos e do resto do mundo. De acordo com ela,
quando tinha apenas três anos, ela teria sido levada pela mãe para
dentro do armário e, a princípio, pensou que estava sendo castigada.
Após horas de agonia no local escuro, a menina foi pega pelo casal e
abusada sexualmente pela primeira vez.
“Era uma criança fraca de fome e, muitas vezes, ficava
amarrada e não poderia lutar contra os dois. Fui torturada diversas
vezes – como quando minha mãe me dava banho e empurrava a minha cabeça
para debaixo d’água. Quando tinha seis anos, um dia, ela colocou um
prato de macarrão com queijo na minha frente e disse que poderia comer.
Mas, depois me obrigou a cuspir tudo”, conta.
Além dos abusos terríveis, Lauren teria sido privada de
comer e, até mesmo, ir ao banheiro durante os cinco anos. Ela tinha de
sobreviver com restos de comida que conseguia encontrar próxima ao
armário.
Ela era chamada como “o segredinho” pelos abusadores.
O pesadelo de Lauren acabou quando ela tinha oito anos. Quem denunciou
os pais à polícia foi um vizinho para quem a mãe da menina a apresentou.
A testemunha ficou aterrorizada com a situação da criança: estava
desnutrida, fraca e pesava menos de 11 quilos (peso de uma criança de
dois anos). Também havia marcas de tortura pelo corpo e queimaduras de
cigarro. Após receber tratamento em um hospital, onde passou por
cirurgias, Lauren foi encaminhada à adoção.
A adaptação da menina pós-trauma foi lenta. Ela conta
que, quando a mãe adotiva ia ajuda-la a tomar banho, ela gritava “não me
afogue”. Lauren também se recorda que não havia passado por situações
básicas, como brincar: era uma criança que não fazia ideia de como se
divertir com um brinquedo. Depois de viver, praticamente, os primeiros
anos de sua vida dentro de um espaço de poucos metros, ela conta que se
lembra da primeira vez que pisou na grama.
“Eu achei que a grama estivesse me mordendo”, diz.
Ela tinha comportamentos e mentalidade de uma criança bem mais nova e teve de receber tratamento psicológico.
Aos 21 anos, Lauren está terminando o colegial e pensa
em começar uma faculdade de psicologia para poder se tornar uma
conselheira e ajudar outras crianças que sofrem abuso a vencer o trauma e
a violência, assim como teve de fazer.
Barbara e Kenny Atkison foram condenados à prisão perpétua e estão presos.
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