O presidente Jair Bolsonaro desautorizou nesta quinta-feira o
vice-presidente Hamilton Mourão por ter feito críticas à Rússia pela
invasão da Ucrânia. Bolsonaro disse que somente ele trata de questões
internacionais e evitou repudiar a ação militar russa.
Na manhã
desta quinta, Mourão adotou um tom duro contra a invasão e comparou a
ação do presidente russo, Vladimir Putin, com a movimentação militar do
líder da Alemanha nazista, Adolf Hitler, nas vésperas da Segunda Guerra
Mundial.
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O vice-presidente disse que apenas sanções econômicas contra a
Rússia não são suficientes, sendo necessário também o uso da força.
No início da noite, em transmissão ao vivo em redes sociais,
Bolsonaro leu uma notícia sobre as críticas de Mourão e disse que ele
estava "falando algo que não deve".
— Deixar bem claro. O artigo
84 da Constituição diz que quem fala sobre assunto é o presidente. E o
presidente chama-se Jair Messias Bolsonaro. E ponto final. Com todo
respeito a essa pessoa que falou isso, e eu vi as imagens, falou mesmo,
está falando algo que não deve. Não é de competência dela. É de
competência nossa.
Para Bolsonaro, quem comenta sobre isso está "está dando peruada naquilo que não o compete".
—
Quem fala dessas questões chama-se Jair Messias Bolsonaro. Quem tem
dúvida disso basta procurar na nossa Constituição o artigo 84. Mais
ninguém fala. Quem está falando, está dando peruada naquilo que não o
compete.
O presidente afirmou que o Brasil é "da paz" e
não comentou a invasão feita pela Rússia. Bolsonaro disse que em sua
viagem ao país, realizada na semana passada, teve um "contato
excepcional" com Putin e ressaltou que o Brasil tem uma dependência na
área de fertilizantes.
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— Nós somos da paz. Nós queremos a
paz. Viajamos em paz para a Rússia, fizemos um contato excepcional com o
presidente Putin. Acertamos a questão de fertilizantes para o Brasil.
Somos dependentes de fertilizantes da Rússia, da Bielorússia, em grande
parte desses países. E o país mais importante do mundo chama-se Brasil.
Tudo que tiver a nossa alcance nós faremos pela paz.
Na
transmissão, Bolsonaro estava acompanhado do ministro das Relações
Exteriores, Carlos França. O chanceler, contudo, não comentou o conflito
e limitou-se a dar orientações para os brasileiros que estão na
Ucrânia. De acordo com ele, o governo está elaborando um "plano de
contingência" para a retirada desses brasileiros.
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