By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA – Imagem: Divulgação
Dores no peito, taquicardia, dificuldade de respirar e muito medo da
morte são alguns dos sintomas da síndrome do pânico, que também é
marcada por recorrentes crises de ansiedade. Como identificar e tratar
este problema? A psicóloga Stéphanie Sonsin abordou o tema durante o
programa Espaço Cidadão, da Super Najuá. Ela fez uma pesquisa em suas
redes sociais e concluiu que 56% das pessoas que participaram conhecem
crianças que tiveram ou têm crises de ansiedade, que podem desencadear
ataques de pânico.Continua depois da publicidade
Outro
dado apontado por ela indica que 76% das pessoas pesquisadas
presenciaram um adulto tendo crise de ansiedade, e 70% delas relataram
sofrer com o problema. Stéphanie acredita que a demora pela procura por
atendimento para crianças, adolescentes e adultos pode ser causada por
uma resistência ou desinformação sobre o problema.
“Esta demora eu vejo que não é à toa, pois às vezes pode ser uma
resistência, mas também pode ser algo assim, de que ‘eu estou com
ansiedade, isto já passa, é um desconforto, é ruim, é errado, eu não
posso, tenho que trabalhar e me organizar’, e daí acaba se esticando
tanto que não procura atendimento e as crises se tornam muito
frequentes, vindo até mesmo a prejudicar no dia a dia”, frisou.
Psicóloga Stéphanie Sonsin relatou que síndrome do pânico atinge boa parte da população brasileira. Foto: Arquivo Najuá
Causas
Conforme Stéphanie, a crise do pânico
pode ter inúmeras causas, dependendo de cada pessoa ou contexto. Por
isto, é importante ficar atento à saúde emocional. A psicóloga elencou
alguns fatores que podem desencadear crises de pânico. “Tendências a
preocupação excessiva, como vai ser, o que vai ser, não me responde,
aquela preocupação não natural do dia a dia, mas sim aquele mal-estar
que eu fico porque sempre penso no amanhã, como vai ser. Algo muito
comum que eu escuto é uma necessidade de estar no controle da situação,
ou seja, se algo muda, eu me perco. Eu preciso saber tudo exatamente
como vai ser, e tem uma expectativa muito alta. Se algo muda, fica
aquele mal-estar”, comentou.
Mudanças repentinas em
determinadas situações também podem causar crises, segundo a psicóloga.
“A transição exige uma nova postura, mas é uma dificuldade a mais, é uma
coisa que saiu do meu controle. Existe um sofrimento. Claro que existe
algo que mudou, que vai me tirar da zona de conforto e eu vou ter que me
adaptar, mas existe um sofrimento em relação a isto e que eu estou
trazendo aqui como alerta”, pontuou.
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As crises de pânico podem começar
ainda na infância. Stéphanie citou exemplos de crianças de 5 anos que
apresentaram sinais da síndrome, assim como adolescentes e adultos
jovens. “Talvez antes era um pouco mais ignorada a questão da
adolescência e da infância. Agora tem estudos, acompanhamento e
atendimentos que são feitos nestas faixas etárias”, afirmou. Homens e
mulheres diagnosticados com síndrome do pânico precisam ser tratados o
quanto antes. “Homens e mulheres sofrem, têm angústia. Desde pequenos
ouvem que homem não chora. Por isto, cria-se a ideia de que homem não
sofre, que tem que ser forte, mas não. Este mal-estar é tanto para
homens quanto para mulheres”, pontuou.
Sintomas
Alguns
sintomas da síndrome do pânico são tontura, mal-estar, náuseas,
taquicardia e medo exagerado da morte. Por conta deles, antes de
procurar um psicólogo, o paciente acaba recorrendo a um atendimento
médico. “Vem aquela sensação de que estou enlouquecendo, tendo uma
taquicardia, eu vou morrer. O mal-estar é tão grande que até mesmo
alguns têm esta sensação de que ele cai em descontrole que pode ser que
esteja infartando e virá a óbito”, frisou.
O pânico também pode causar despersonalização e
desrealização (fuga da realidade) da pessoa. Segundo Stéphanie, o corpo
começa a apresentar angústia e dores, mesmo que nada seja constatado
fisicamente. “Vem aquela questão sobre o que pode estar acontecendo
comigo. Normalmente as pessoas pensam ‘eu que sou tão ativa, que sempre
faço as coisas, sou tão cheio de energia, o que está acontecendo comigo?
Por que estou assim?’. Vem estes questionamentos, pois parece que não
sou eu, nem estou tendo o meu jeito de ser”, comentou.
Stéphanie
alerta que pacientes com síndrome do pânico podem vir a ter depressão.
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“Meu corpo se agitou, eu acelerei, estou com medo e pensando na minha
exigência, na minha necessidade de controle. Meu corpo sente, vem aquela
taquicardia e o que acontece? Vem, aquela baixa e é tão intensa a
aceleração, o descontrole, a angústia e a baixa também. Esta oscilação
acaba sendo muito frequente”, pontuou.
Tratamento
A
pessoa acometida pela síndrome do pânico precisa de acompanhamento
psicológico para investigar a ansiedade, e reorganizar sua vida. Alguns
pacientes precisarão também de medicamentos. Entretanto, segundo
Stéphanie, a pessoa não pode abandonar o tratamento psicológico. “Fica
um tratamento um pouco ‘manco’. A percepção sobre si é necessária para
você se perceber, se compreender e se reorganizar. O medicamento
auxilia, mas não vai fazer você pensar, apenas acentua. Não estou
dizendo que ele não vai ser necessário, mas não posso descartar a forma
com que a Psicologia e a psicoterapia atua. Alguns vão para inúmeras
terapias alternativas, quando ainda a psicoterapia se faz necessária no
tratamento da crise de pânico”, finalizou.
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