terça-feira, 2 de março de 2021

Síndrome do pânico: como identificar e quais as formas de tratamento?

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA Imagem: Divulgação
Dores no peito, taquicardia, dificuldade de respirar e muito medo da morte são alguns dos sintomas da síndrome do pânico, que também é marcada por recorrentes crises de ansiedade. Como identificar e tratar este problema? A psicóloga Stéphanie Sonsin abordou o tema durante o programa Espaço Cidadão, da Super Najuá. Ela fez uma pesquisa em suas redes sociais e concluiu que 56% das pessoas que participaram conhecem crianças que tiveram ou têm crises de ansiedade, que podem desencadear ataques de pânico.
Continua depois da publicidade
Outro dado apontado por ela indica que 76% das pessoas pesquisadas presenciaram um adulto tendo crise de ansiedade, e 70% delas relataram sofrer com o problema. Stéphanie acredita que a demora pela procura por atendimento para crianças, adolescentes e adultos pode ser causada por uma resistência ou desinformação sobre o problema.
“Esta demora eu vejo que não é à toa, pois às vezes pode ser uma resistência, mas também pode ser algo assim, de que ‘eu estou com ansiedade, isto já passa, é um desconforto, é ruim, é errado, eu não posso, tenho que trabalhar e me organizar’, e daí acaba se esticando tanto que não procura atendimento e as crises se tornam muito frequentes, vindo até mesmo a prejudicar no dia a dia”, frisou.
Psicóloga Stéphanie Sonsin relatou que síndrome do pânico atinge boa parte da população brasileira. Foto: Arquivo Najuá
Causas 
Conforme Stéphanie, a crise do pânico pode ter inúmeras causas, dependendo de cada pessoa ou contexto. Por isto, é importante ficar atento à saúde emocional. A psicóloga elencou alguns fatores que podem desencadear crises de pânico. “Tendências a preocupação excessiva, como vai ser, o que vai ser, não me responde, aquela preocupação não natural do dia a dia, mas sim aquele mal-estar que eu fico porque sempre penso no amanhã, como vai ser. Algo muito comum que eu escuto é uma necessidade de estar no controle da situação, ou seja, se algo muda, eu me perco. Eu preciso saber tudo exatamente como vai ser, e tem uma expectativa muito alta. Se algo muda, fica aquele mal-estar”, comentou.
Mudanças repentinas em determinadas situações também podem causar crises, segundo a psicóloga. “A transição exige uma nova postura, mas é uma dificuldade a mais, é uma coisa que saiu do meu controle. Existe um sofrimento. Claro que existe algo que mudou, que vai me tirar da zona de conforto e eu vou ter que me adaptar, mas existe um sofrimento em relação a isto e que eu estou trazendo aqui como alerta”, pontuou.
Continua depois da publicidade
Diagnóstico 
As crises de pânico podem começar ainda na infância. Stéphanie citou exemplos de crianças de 5 anos que apresentaram sinais da síndrome, assim como adolescentes e adultos jovens. “Talvez antes era um pouco mais ignorada a questão da adolescência e da infância. Agora tem estudos, acompanhamento e atendimentos que são feitos nestas faixas etárias”, afirmou. Homens e mulheres diagnosticados com síndrome do pânico precisam ser tratados o quanto antes. “Homens e mulheres sofrem, têm angústia. Desde pequenos ouvem que homem não chora. Por isto, cria-se a ideia de que homem não sofre, que tem que ser forte, mas não. Este mal-estar é tanto para homens quanto para mulheres”, pontuou.
Sintomas 
Alguns sintomas da síndrome do pânico são tontura, mal-estar, náuseas, taquicardia e medo exagerado da morte. Por conta deles, antes de procurar um psicólogo, o paciente acaba recorrendo a um atendimento médico. “Vem aquela sensação de que estou enlouquecendo, tendo uma taquicardia, eu vou morrer. O mal-estar é tão grande que até mesmo alguns têm esta sensação de que ele cai em descontrole que pode ser que esteja infartando  e virá a óbito”, frisou.
O pânico também pode causar despersonalização e desrealização (fuga da realidade) da pessoa. Segundo Stéphanie, o corpo começa a apresentar angústia e dores, mesmo que nada seja constatado fisicamente. “Vem aquela questão sobre o que pode estar acontecendo comigo. Normalmente as pessoas pensam ‘eu que sou tão ativa, que sempre faço as coisas, sou tão cheio de energia, o que está acontecendo comigo? Por que estou assim?’. Vem estes questionamentos, pois parece que não sou eu, nem estou tendo o meu jeito de ser”, comentou.
Stéphanie alerta que pacientes com síndrome do pânico podem vir a ter depressão. 
Continua depois da publicidade
“Meu corpo se agitou, eu acelerei, estou com medo e pensando na minha exigência, na minha necessidade de controle. Meu corpo sente, vem aquela taquicardia e o que acontece? Vem, aquela baixa e é tão intensa a aceleração, o descontrole, a angústia e a baixa também. Esta oscilação acaba sendo muito frequente”, pontuou. 
Tratamento 
A pessoa acometida pela síndrome do pânico precisa de acompanhamento psicológico para investigar a ansiedade, e reorganizar sua vida. Alguns pacientes precisarão também de medicamentos. Entretanto, segundo Stéphanie, a pessoa não pode abandonar o tratamento psicológico. “Fica um tratamento um pouco ‘manco’. A percepção sobre si é necessária para você se perceber, se compreender e se reorganizar. O medicamento auxilia, mas não vai fazer você pensar, apenas acentua. Não estou dizendo que ele não vai ser necessário, mas não posso descartar a forma com que a Psicologia e a psicoterapia atua. Alguns vão para inúmeras terapias alternativas, quando ainda a psicoterapia se faz necessária no tratamento da crise de pânico”, finalizou.

CURTA AQUI NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.

FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.