By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
O presidente Jair Bolsonaro realizou nesta segunda-feira (29) uma reforma ministerial com seis trocas no primeiro escalão do governo.
As mudanças foram confirmadas em uma nota divulgada pela Secretaria de
Comunicação Social, vinculada ao Ministério das Comunicações.
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CASA CIVIL DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
- Quem entra: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, atual ministro da Secretaria de Governo
- Quem sai: general da reserva Braga Netto, transferido para o Ministério da Defesa
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E DA SEGURANÇA PÚBLICA
- Quem entra: delegado da Polícia Federal Anderson Torres, atual secretário de Segurança Pública do Distrito Federal
- Quem sai: André Mendonça, transferido para a Advocacia-Geral da União (AGU)
MINISTÉRIO DA DEFESA
- Quem entra: general da reserva Walter Souza Braga Netto, atual chefe da Casa Civil
- Quem sai: general da reserva Fernando Azevedo e Silva
MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES
- Quem entra: embaixador Carlos Alberto Franco França, diplomata de carreira que estava na assessoria especial da Presidência da República
- Quem sai: embaixador Ernesto Araújo
SECRETARIA DE GOVERNO DA PRESIDÊNCIA
- Quem entra: deputada federal Flávia Arruda (PL-DF)
- Quem sai: general da reserva Luiz Eduardo Ramos, transferido para a Casa Civil
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
- Quem entra: André Mendonça, que já chefiou a AGU no início do governo e está atualmente no Ministério da Justiça.
- Quem sai: José Levi, procurador da Fazenda Nacional
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A amplitude da reforma surpreendeu. Até o fim de semana, somente a
substituição de Ernesto Araújo era tida como provável para os próximos
dias. Mas Bolsonaro aproveitou a saída de Araújo para realizar uma
mudança maior.
O governo atualmente tem 22 ministérios – a independência do Banco
Central aprovada pelo Congresso fez com que a instituição deixasse de
ser contabilizada nessa lista.
Os novos ministros
- Casa Civil: Luiz Eduardo Ramos
General de quatro estrelas e amigo de Bolsonaro, Luiz Eduardo Ramos
estava desde 2019 como o principal articulador político do governo junto
ao Congresso Nacional.
Na nova função, Ramos será uma espécie de gerente do governo, já que a
Casa Civil coordena o andamento das ações dos ministérios. A pasta
também trata da entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e o
Desenvolvimento Econômico (OCDE).
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General de quatro estrelas, Braga Netto chegou ao posto máximo da
carreira no Exército. Ex-interventor federal na segurança do Rio de
Janeiro, o militar era chefe do Estado-Maior do Exército quando foi
nomeado para Casa Civil, ou seja estava no serviço ativo das Forças
Armadas. Ele só passou à reserva após assumir o cargo.
- Justiça e Segurança Pública: Anderson Torres
Torres foi escolhido para o cargo pelo atual governador Ibaneis Rocha, do MDB, na transição de governo em 2018.
Antes, tinha sido chefe de gabinete do deputado federal Fernando
Francischini (PSL-PR), ligado ao presidente da República eleito Jair
Bolsonaro (PSL). Ao ser escolhido pelo governo do DF, foi definido como
alguém "de extrema confiança do presidente eleito [Jair Bolsonaro] e do
Sérgio Moro".
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No Palácio do Planalto, França é descrito como um diplomata de estilo
discreto, ponderado e muito aplicado para cumprir suas tarefas. Assim,
ganhou a confiança de Bolsonaro. O novo chanceler tem perfil avesso a
embates ideológicos, segundo interlocutores.
França nunca chefiou uma missão diplomática no exterior. Durante a
carreira, ele serviu nas embaixadas em Washington (Estados Unidos),
Assunção (Paraguai) e La Paz (Bolívia) por duas vezes.
- Secretaria de Governo: Flávia Arruda
A deputada é do mesmo bloco político do presidente da Câmara dos
Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O Centrão conseguiu emplacar o nome da
parlamentar de primeiro mandato na presidência da Comissão Mista de Orçamento.
A deputada é esposa de José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito
Federal condenado por participação em um esquema de corrupção conhecido
como “Mensalão do DEM”.
Formada em educação física e direito, Flávia Arruda foi eleita deputada
federal em 2018 com 121.340 votos, 8,43% dos votos válidos para o
cargo. Em 2014, foi candidata a vice-governadora do DF, mas a chapa não
se elegeu.
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- Advocacia-Geral da União: André Luiz Mendonça
Doutor em direito e governança global e mestre em estratégias
anticorrupção e políticas de integridade pela Universidade de Salamanca,
na Espanha, Mendonça já ganhou o Prêmio Innovare, que premia boas
práticas do poder Judiciário.
Mendonça é conhecido por ter bom trânsito entre ministros do STF.
Pastor na Igreja Presbiteriana Esperança, em Brasília, ele figura entre
cotados para uma indicação ao Supremo diante da promessa de Bolsonaro de
nomear para corte um ministro "terrivelmente evangélico".
Segunda-feira de mudanças
A primeira troca confirmada nesta segunda
foi justamente a de Ernesto Araújo. Criticado por sua atuação durante a
pandemia, o chanceler teve a demissão pedida por deputados e senadores
e, no domingo (28), sacramentou sua saída após um atrito com a senadora
Kátia Abreu (PP-TO).
O ministro se reuniu com assessores próximos no fim da manhã e
apresentou o pedido ao presidente Bolsonaro, segundo apurou a TV Globo. A
confirmação oficial e o nome de Carlos Alberto Franco França como
substituto, no entanto, só saíram no fim da tarde.
À tarde, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, emitiu nota oficial para informar que deixaria o cargo. O comunicado não informou motivo e nem substituto, mas Azevedo e Silva foi demitido pelo presidente Jair Bolsonaro, informou o blog da jornalista Andréia Sadi.
O pedido de demissão de José Levi
do comando da AGU foi confirmado no fim da tarde, minutos antes da nota
oficial do Planalto com a íntegra da reforma ministerial.
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A TV Globo
teve acesso ao despacho enviado por Levi ao presidente Jair Bolsonaro
com o pedido de exoneração.
O blog no G1 do jornalista Valdo Cruz,
da GloboNews, também já havia antecipado os nomes de Braga Netto no
Ministério da Defesa, de Anderson Torres na pasta de Justiça e Segurança
e de André Mendonça na AGU. As mudanças foram confirmadas pelo Planalto
na nota oficial.
Para a substituição de Ernesto Araújo, ao longo do dia, o principal
cotado era o atual embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra.
O nome era defendido por bolsonaristas,
como informou o blog de Andréia Sadi, mas o governo optou por um
diplomata de perfil mais discreto, promovido a embaixador há menos de
dois anos.
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