By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: METROPOLES – Imagem: Marcos Corrêa
Dos 22 ministros do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), 15 foram diagnosticados com Covid-19
desde o ano passado. A lista inclui nomes que não compõem mais o
primeiro escalão do governo, como Jorge Oliveira, hoje ex-titular da
Secretaria-Geral, Marcelo Álvaro Antônio, hoje ex-chefe do Turismo, e Eduardo Pazuello, que deve deixar o comando do Ministério da Saúde nos próximos dias.O Plano Nacional de Imunização
não faz qualquer menção à vacinação de autoridades do governo, ou seja,
membros de governo de nível federal, estadual e municipal terão de
seguir o cronograma elaborado pelo Ministério da Saúde, de acordo com a
idade e os grupos mais vulneráveis à doença.
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Existe a hipótese, porém, de uma
campanha de vacinação de integrantes do governo, liderada por Bolsonaro,
a fim de incentivar a população a fazer o mesmo.
No pior momento da pandemia no país, que já acumula mais de 290 mil mortes, um terço dos ministros de Bolsonaro afirmou ao Metrópoles que
pretende se vacinar contra a Covid-19. O restante do primeiro escalão
foi procurado ao longo da semana, mas não se manifestou.
O ministro Augusto
Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), é o decano entre
os colegas da Esplanada, com 73 anos. Na última quinta-feira (18/3),
quando o Distrito Federal liberou a vacinação para pessoas com 72 e 73
anos, o ministro se vacinou em um posto drive-thru, em Brasília.
Em
uma publicação nas redes sociais, Heleno afirmou que o governo defende a
imunização em massa, mas fez um aceno aos apoiadores mais ferrenhos,
que defendem a bandeira anti-imunização que Bolsonaro levantava até
pouco tempo atrás.
Heleno foi uma das primeiras
autoridades a contrair a Covid-19, em março de 2020. A iniciativa de se
vacinar de imediato sinaliza que a retórica do governo de questionar a
imunização ficou para trás.
O segundo ministro mais velho do governo é Paulo Guedes,
chefe da pasta da Economia, com 71 anos. Em entrevista à CNN Brasil na
última terça-feira (16/3), Guedes disse que tem a intenção de se
vacinar.
Quanto ao local de vacinação do
ministro da Economia, a pasta disse ainda não dispor de informação
confirmada, mas indicou que provavelmente será Brasília.
Até
o início da pandemia, o ministro passava a semana em um hotel na
capital federal e se deslocava ao Rio de Janeiro aos fins de semana,
onde sua família morava. Depois, por sugestão de Bolsonaro, mudou-se
para uma das residências oficiais da Presidência, na Granja do Torto.
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Terceiro na lista de longevidade, o ministro Fernando Azevedo e Silva,
de 67 anos, vai tomar a vacina. Ele vai seguir o cronograma de
vacinação contra Covid-19, informou a assessoria do Ministério da
Defesa.
A ministra Tereza Cristina (Agricultura e Pecuária) e o ministro Onyx Lorenzoni
(Secretaria-Geral da Presidência), ambos com 66 anos, informaram, por
meio deu suas assessorias, que pretendem se vacinar de acordo com o
cronograma estabelecido pelo Ministério da Saúde.
Aos
58 anos, o general Eduardo Pazuello já foi infectado em outubro
passado. Procurada, a assessoria da pasta não deixou claro se o militar
irá se vacinar.
Em nota,
afirmou apenas que, considerando a orientação do PNI – que estabelece
uma ordem de vacinação para os grupos prioritários – Pazuello e os
secretários “ainda não foram imunizados, pois não fazem parte dos grupos
prioritários convocados para a vacinação no momento”. O ministério não
deu informações sobre o futuro ministro da pasta, Marcelo Queiroga,
apesar de a reportagem ter questionado.
Com 57 anos, a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmou que irá se vacinar, mas que quer ser a última da fila.
“Vou
tomar quando não tiver nenhum idoso, pessoa com deficiência e índios
sem vacina. Só depois que eu tiver a certeza de que todos eles estão
protegidos. Vou me vacinar, mas quero ser a última da fila”, afirmou a
ministra ao Metrópoles.
Com 45 anos, a vez do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário,
deve demorar a chegar. Ele já foi infectado em junho passado.
Questionado sobre se iria se vacinar, afirmou, por meio de sua
assessoria, que não iria se manifestar por se tratar de um “assunto
pessoal” e “não de atribuições institucionais do órgão”.
Por outro lado, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, também com 45 anos, informou que irá se vacinar contra a Covid-19 conforme sua vez na fila.
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O ministro das Comunicações, Fábio Faria, de 43 anos, informou ao Metrópoles
que pretende se vacinar tão logo o imunizante esteja disponível para a
sua faixa etária, dentro do Programa Nacional de Imunização (PNI). Ele é o integrante do primeiro escalão
mais jovem da Esplanada e foi diagnosticado com Covid-19 em outubro. Na
época, disse ter se tratado com cloroquina, medicamento sem eficácia
comprovada.
A Casa Civil, a Secretaria de Governo e a
Advocacia-Geral da União (AGU) não responderam até o fechamento desta
reportagem. Os ministérios da Educação; Minas e Energia; Ciência e
Tecnologia; Relações Exteriores; Turismo; Justiça e Segurança Pública;
Cidadania e Meio Ambiente também não deram retorno, apesar de acionados
mais de uma vez ao longo da última semana. O espaço segue aberto para
manifestações.
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