By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Nesta semana, uma foto chamou a atenção nas redes sociais. A imagem
mostra dois policiais, que fazem o curso de formação de soldados, em
Ipatinga (MG), alimentando um morador em situação de rua. Eles estavam
no Centro da cidade, auxiliando no reforço da fiscalização da onda roxa —
a medida mais restritiva do programa implantado pelo Estado de Minas
Gerais, para combater o novo coronavírus.
Eles estão por aí nas praças, nos cruzamentos, no nosso dia a dia e tem
gente que prefere não os ver. Em Ipatinga, são quase 250 pessoas em
situação de rua, e outras 300 migrantes, que vêm e vão.
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A estudante Amanda Carolina foi quem fez as fotos que circularam nas
redes sociais. Ela ia para o estágio, quando viu a movimentação de
pessoas e resolveu ajudar. Ela começou a conversar com o homem deitado
no canteiro da praça e deu a ele uma maçã que tinha na bolsa. Em
seguida, dois policiais se aproximaram.
“Ele falou que estava com fome, então, imediatamente ele [um dos
policiais] começou a alimentar o senhor. Na hora que eu vi aquilo, eu
falei assim: ‘eu nunca vi isso aqui na minha vida’”, contou.
Um dos policiais contou que o homem, que é deficiente físico, estava com fome e passando mal.
“Ele nos relatou que não estava simplesmente só passando mal, ele estava
com muita fome. Ele tem uma certa deficiência e não consegue se
locomover sozinho. A princípio, pelas perguntas que fizemos para ele,
ele chegou aqui rastejando”, contou o soldado Diego Messias Leal.
O outro policial disse que se sentiu comovido ao ouvir as dificuldades do homem e logo resolveu ajudar.
“O que surpreendeu a gente foi quando ele nos comoveu, dizendo que ele
não conseguia se alimentar sozinho. Aí tivemos a iniciativa de abrir a
marmita e sanar a dificuldade dele naquele momento”, disse o soldado
Weliton de Caldas Rodrigues.
“No momento que a gente estava alimentando ele, ele estava comendo de
maneira rápida. Então, falamos ‘pode comer tranquilo, tem tempo’. Nesse
momento, a gente fez o acionamento da ambulância e ele foi e começou a
chorar. Então, eu perguntei ‘por que o senhor está chorando’? Então, ele
falou que estava com fome, mas havia dois dias que ele não se
alimentava de maneira alguma”, completou Diego.
As fotos viralizaram na internet, e um gesto tão básico quebrou o gelo da falta de empatia.
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“Aqueles policiais, eles não importaram com a farda que eles estavam
carregando, pelo contrário, eles fizeram jus a ela. Eles demonstraram
que realmente eles estão aqui para servir a sociedade, independente de
quem seja”, parabenizou Amanda.
“A função da Polícia Militar vai muito além do que a maioria da
sociedade enxerga, que é trazer essa qualidade de vida para o cidadão,
para toda a sociedade. É uma sensação de dever cumprido, não só como
policial militar, mas como um ser humano”, falou Weliton.
Após perceber a proporção que a atitude em ajudar o morador em situação
de rua tomou, os policiais se surpreenderam com o resultado.
“A gente não imaginava essa repercussão toda. No momento, só agimos com
o instinto de ser humano e em prol da ajuda do senhor Gesser. A gente
estava fazendo nosso serviço como policial mesmo, mas eu acredito que
qualquer um poderia estar fazendo isso”, afirmou Diego.
Gesser Oliveira nasceu em 1985 e, até essa quinta-feira (25), estava na
UPA da cidade em uma internação social. Ele contou aos militares que
morou em Belo Horizonte no último mês e que estava sendo explorado nas
ruas e que foi até agredido. Ele disse que conseguiu algum dinheiro e
chegou em Ipatinga na quarta-feira (24), com R$ 15 no bolso. Devido às
dificuldades de se locomover, ele foi deixado próximo ao canteiro da
Praça 1º de Maio, no Centro de Ipatinga, onde foi encontrado.
“A pergunta reflexiva para todos nós é: ‘amanhã, quando esse senhor
sair do hospital, quando ele receber alta, para onde ele vai? Para as
ruas?’.
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Nós precisamos ter um olhar crítico com relação a tudo isso. Uma
sociedade melhor, ela é feita de cobrança do estado, do poder público,
com relação a todas essas questões. Nós não podemos apenas nos tornar
admiradores de boas ações isoladas, nós precisamos ser veículo de
cobrança e de mudança social”, alertou o doutor em sociolinguística,
João Xavier.
“Às vezes a pessoa até dá uma esmola para se livrar da pessoa, mas ela
talvez nem esteja querendo a esmola ou comida. Às vezes ela quer um bom
dia, ela quer um olhar seu diferente para ela. Falar um ‘bom dia’, ‘fica
com Deus’, ‘Deus te abençoe’, são coisas que, às vezes, suprem essa
carência que essa pessoa, que está em situação de rua, necessita”,
concluiu Weliton.
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