domingo, 3 de março de 2019

Preso, pai de menino morto em Madureira não foi liberado para ir ao enterro


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: JORNAL EXTRA Imagem: Fabiano Rocha (Jornal Extra)


Preso desde 2013, o pai de Ryan Gabriel, Paulo Orlando dos Santos, de 28 anos, não conseguiu liberação para comparecer ao enterro do filho, no Cemitério de Irajá, na tarde desta terça-feira. O menino de 4 anos foi atingido por uma bala perdida, no domingo de Páscoa, em Madureira, na Zona Norte. A mãe da criança, Tayane Pereira da Silva, de 20, ficou indignada com a decisão da Justiça.
— Tiraram o direito dele de ir ao enterro do filho. Me ajuda, por favor. Não sei nem o que vou dizer para ele quando for lá. Não sei como vou olhar para ele e não lembrar mais do meu filho — diz a mãe, emocionada.
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Paulo está preso por associação para o tráfico, no Presídio Gabriel Castilho, em Bangu, na Zona Oeste do Rio. Segundo o advogado dele, Hugo Sant'anna, o pai de Ryan foi condenado porque a defesa técnica (feita por outro advogado) foi falha.
— Aguardei no plantão judiciário de 22h até 3h30m, mas fui informando de que não havia condições de liberar o pai do Ryan. A juíza alegou que a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) não poderia disponibilizar o pessoal do Serviço de Operações Especiais para realizar a escolta dele. Mas não vou desistir, vou enviar uma petição administrativa ao secretário Erir Ribeiro — explica Sant'anna.
O advogado contou que Paulo passou mal ao receber a notícia e que pediu assistência para a enfermaria.
— Como naquela unidade tudo é muito difícil, os próprios companheiros de cela tentaram acalmá-lo. Os detentos que recebem medicação controlada disponibilizaram um calmante para ele — conta.
Família evitava o local onde menino foi baleado
Tayane disse que evitava ficar na rua porque achava perigoso. Ela afirma que o seu filho não foi a primeira vítima da violência do local.
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— Toda vez que vão da Serrinha é um tal de tiroteio. Eles estão sempre baleando os outros e ninguém faz nada. Não é a primeira vez. Meu filho não é a primeira vítima — conta: — A gente evitava o máximo, mas nunca ia imaginar que, num domingo de Páscoa, meu filho seria baleado na porta de casa. Ele não estava correndo solto, estava na porta.
Com a voz tremida, Tayane disse que Ryan era um menino divertido e que a fazia sorrir quando ela estava triste:
— Guardo todas as lembranças boas. Meu filho era tudo pra mim, era divertido. Se eu estivesse chorando, era ele que me fazia sorrir. Tiraram um pedaço do meu coração. Não tem como voltar atrás.


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