By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: BANDA B – Imagem: Agência Senado
A Polícia Federal, no Paraná,
investiga ameaças ao juiz federal Sergio Moro, da Operação Lava Jato, após ele
não acatar a ordem de soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
determinada pelo desembargador Rogério Favreto, plantonista do Tribunal
Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), no domingo, 8. Uma série de publicações
em rede social, feitas a partir do domingo, hostilizam e buscam intimidar o
magistrado.
O juiz federal Marcelo Bretas, da
Lava Jato no Rio, reuniu algumas dessas ameaças e publicou em seu Twitter. São
oito postagens publicadas no domingo, dia em que Lula quase foi solto por ordem
do desembargador plantonista do TRF-4 – que é ex-filiado do PT e com histórico
de trabalho nos governos do partido.
Todos os perfis compilados por
Bretas falam sobre “matar o Moro” “Não é possível q o PT não tenha um assassino
de aluguel pra matar o Sérgio Moro”, afirma um deles.
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“Alguém precisa matar o Sérgio
Moro”, diz outro.
As investigações da PF correm em
sigilo, em procedimento já aberto anteriormente. Não é a primeira vez que Moro
sofre ameaças. Desde 2016 ele anda com escolta armada. Naquele ano, a PF
investigou ameaças semelhantes feitas na internet, que pregavam atos de
violência contra o juiz.
Desde então, ele abandonou o carro
e a bicicleta como meios de transporte para ir ao trabalho e demais compromissos
– que também sofreram alterações. Voltou a andar em carro blindado e
acompanhado de escolta armada sempre que sai de sua residência – em um bairro
residencial de classe média de Curitiba.
Há dez anos, quando condenou o
traficante carioca Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, o
magistrado também viveu sob proteção de agentes federais e policiais civis. Sua
escolta hoje é formada por agentes de segurança judiciária da Justiça Federal
do Paraná e da Polícia Federal.
Rogério Favreto mandou soltar o
ex-presidente duas vezes pela manhã e durante a tarde. O desembargador alegou
“um fato novo” – a pré-candidatura do petista.
A PF não cumpriu a ordem de Favreto
para soltar Lula, sob alegação de que estava esperando por uma definição sobre
a liberdade ou a manutenção da prisão de Lula.
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A primeira decisão do desembargador
foi derrubada pelo relator da Lava Jato, João Pedro Gebran Neto. As duas ordens
de soltura perderam efeito, por decisão do presidente da Corte, Thompson
Flores.
Lula está preso desde 7 de abril na
PF, em Curitiba. O ex-presidente foi condenado pelo Tribunal da Lava Jato a 12
anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso triplex.
Nesta terça-feira, 10, os juízes
federais, por meio de sua principal entidade – a Associação dos Juízes Federais
do Brasil (Ajufe) -, defenderam a “independência judicial”. O texto não cita
nominalmente Lula, mas se refere inteiramente ao imbróglio do domingo.
Os magistrados afirmam que a
atuação da Justiça Federal em processos criminais que envolvem agentes públicos
ou políticos acusados de corrupção “é isenta e imparcial, não havendo razão
para se estranhar decisões que condenem e prendam pessoas consideradas
culpadas, independentemente do poder ou condição econômica e social”.
Depois que a ordem de soltura de
Lula foi revogada, lideranças partidárias atacaram a Justiça. “É inadmissível
que magistrados, no exercício das funções constitucionais, sejam alvos de
ataques pessoais, provenientes de figuras públicas ou de dirigentes de partidos
políticos.”
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