sábado, 6 de agosto de 2016

Dia-a-dia do Rio 2016



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL Imagem: Divulgação


A primeira medalha do Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro é de Felipe Wu. O atleta do tiro esportivo ficou em segundo lugar na categoria pistola de ar 10m neste sábado (06), fazendo 202.1 pontos na final disputada no Centro Olímpico de Tiro.

No último tiro, Wu acertou o alvo antes do adversário, mas Hoang não cedeu à pressão e garantiu o ouro, cravando 202.5. Fazendo a melhor pontuação da categoria em uma final olímpica, Hoang conquistou a primeira medalha de ouro da história do Vietnã nos Jogos Olímpicos. O bronze ficou com o chinês Wei Pang, que foi eliminado alguns tiros antes com 180.4 pontos.
O brasileiro terá nova chance de subir ao pódio na quarta-feira (10), quando disputa a categoria pistola de ar 50m.
Torcida ‘atira junto’
A torcida brasileira fez barulho durante toda a final. O público foi privilegiado por uma nova regra do esporte, criada em 2014, que permite a livre manifestação dos torcedores no local de prova. “Wu, Wu, Wu”, cantavam os brasileiros que, para os padrões do tiro esportivo, gritaram alto no Centro Olímpico de Tiro quando os adversários atiravam. Mas quando um russo puxou uma vuvuzela em hora errada, quase deu confusão na arquibancada.
Emoção desde a primeira fase
Mais cedo, mesmo a etapa classificatória do brasileiro já tinha sido emocionante. Ele fez duas séries ruins, perdendo nove pontos e chegando a estar na 25ª posição entre 46 atletas. Mas Wu se recuperou a tempo de chegar ao sétimo lugar, com 580 pontos.
Wu celebra “dever cumprido”
“A sensação é de dever cumprido. Nós batalhamos muito para estar aqui, para ganhar essa medalha. Até hoje de manhã eu não achava que a torcida faria tanta diferença (atuando em casa), mas na final foi muito legal essa energia”, celebra Wu, que pretende fomentar o tiro esportivo no Brasil com sua medalha.
“É uma honra. Espero que o esporte se torne mais popular no Brasil, mais profissional também. Que as pessoas passem a olhar mais para o tiro esportivo”, completa o atleta brasileiro.
Como funciona
São 15 eventos de tiro esportivo, nos quais são utilizados três tipos de arma: carabina, pistola e espingarda. Para cada tipo são realizados três eventos para homens e dois para mulheres – todos individuais. As regras variam em função de diversos fatores: distância até o alvo, tipo de alvo, posição de tiro, número de disparos e tempo para atirar.
Neste evento (pistola de ar 10 m), os competidores precisam atirar em um alvo fixo com 10 circunferências, a 10 m de distância. São 60 tiros, divididos em seis séries de dez durante 1h10min. A final é disputada pelos oito melhores atletas da fase de classificação, e a cada oito tiros um deles é eliminado.
  
O Brasil tentou, e até dominou metade da partida, mas não conseguiu superar a Austrália e colocar fim a um tabu que já dura 16 anos. Neste sábado, na Arena da Juventude, em Deodoro, a equipe comandada por Antônio Carlos Barbosa teve um ótimo desempenho nos dois primeiros quartos, mas não segurou a pressão da rival da Oceania na parte final do confronto e estreou no basquete feminino da Rio-2016 com uma derrota por 84 a 66.
A Austrália é uma antiga conhecida da seleção brasileira. Antes da Rio-2016, as duas seleções já haviam se enfrentado seis vezes na história dos Jogos Olímpicos - a primeira em Sydney-2000 -, terminando todas as partidas com vitória australiana. No último duelo, em Londres-2012, a vitória da equipe da Oceania foi por 67 a 61.
A Austrália começou bem o primeiro quarto, pressionando o Brasil. Atrás no placar, a seleção brasileira não se abateu e mostrou uma reação espetacular. Com a pontaria calibrada, Iziane fez a diferença com boas infiltrações e arremessos de três pontos, contabilizando 12 pontos e fazendo equipe terminar a parcial vencendo por 24 a 14.
Na volta para o segundo quarto, o Brasil parecia que manteria o ritmo imposto no primeiro, mas cansou e começou a ceder pontos para as rivais. Na metade da parcial, a Austrália, com uma bela atuação da armadora Leilani Mitchell, já havia tirado seis pontos, deixando a diferença em quatro, que permaneceu assim até o intervalo da partida: 39 a 35.
Austrália reage e vira partida
Depois do intervalo, a seleção brasileira tentou voltar com o mesmo foco, e até soube aproveitar alguns bons ataques com Iziane, mas não conseguiu segurar a pressão australiana que empatou a partida no meio do terceiro quarto, deixando o placar 47 a 47. Na metade final da parcial, a situação do Brasil piorou, e as visitantes conseguiram assumir a liderança no placar, vencendo o quarto por 57 a 53.
Logo no começo do último quarto, a Austrália deslanchou com cestas seguidas, abriu dez pontos de vantagem e ficou tranquila para administrar o resultado. O Brasil, visivelmente cansado, não teve fôlego para tentar uma reação e só viu a diferença aumentar. Ao final, vitória das australianas por 84 a 66.
Na sequência da competição, as brasileiras terão como adversários o Japão, campeão asiático, segunda-feira (08), às 17h30 (de Brasília), e as outras três seleções classificadas no Pré-Olímpico Mundial: Bielorrússia, França e Turquia. A fase de grupos é disputada na Arena da Juventude, em Deodoro, zona oeste do Rio de Janeiro. A partir das quartas de final, o basquete feminino terá seus jogos na Arena Carioca 1, na Barra da Tijuca.
  
O Brasil sofreu, mas começou com o pé direito no vôlei de praia feminino nos Jogos Olímpicos Rio-2016. Na tarde deste sábado, na Arena do Vôlei, em Copacabana, a dupla formada por Ágatha e Bárbara foi surpreendida por um bom desempenho das tchecas Slukova e Hermannova, começou perdendo, mas, com apoio da torcida, virou e venceu por 2 sets a 1, com parciais de 19/21, 21/17 e 15/11.
No segundo set, precisando vencer, Ágatha e Bárbara não voltaram tão ligadas no bloqueio, principal arma na primeira parcial, mas calibraram os saques e construíram uma boa vitória. Com a ajuda da torcida, as brasileiras lideraram praticamente todo set, fechando em 21 a 17.
No tie-break, outra disputa apertada, com as duplas se revezando na liderança do set decisivo. Repetindo os bons saques, com ótimos bloqueios de Ágatha, as brasileiras conseguiram desgarrar no placar, chegando abrir 10 a 7. Ao final, ainda desperdiçaram dois match points até conseguirem fechar por 15 a 11.
Donas da parceria mais longa entre as duplas brasileiras do vôlei de praia que disputam os Jogos - estão juntas desde 2012 -, Ágatha e Bárbara têm tudo para brigar por medalha na competição, já que foram campeãs do Campeonato e do Circuito Mundial em 2015, bicampeãs brasileiras em 12/13 e 13/14 e bicampeãs do Superpraia em 2015 e 2016.
"Não imaginava que seria tão maravilhoso assim (jogar na Rio-2016). Tive um pouco de dificuldade no primeiro set, mas a Ágatha me ajudou bastante, junto com essa torcida que estava do nosso lado. Está sendo maravilho", disse Bárbara à TV Globo ao final da partida.
"Ficamos um pouco ansiosas, o que é normal, se pensarmos que essa é nossa primeira Olimpíada. Mas acho que soubemos lidar bem com isso. Pecamos no primeiro set, mas revertemos no segundo, jogando ponto a ponto, com calma, como costumamos fazer", completou Ágatha.
No torneio do vôlei de praia olímpico, cada vitória na fase de grupos vale dois pontos, enquanto a derrota rende um ponto. Os primeiros e segundos colocados de cada grupo vão às oitavas de final, assim como os dois melhores terceiros colocados. Os outros quatro terceiros colocados disputam uma outra rodada chamada, com os vencedores avançando às oitavas, completando as 16 equipes.
O Brasil é o país com mais medalhas no vôlei de praia nos Jogos Olímpicos. Desde Atlanta-1996, ao menos uma medalha é conquistada. São 11 no total, sendo duas de ouro, seis de prata e três de bronze.
  
O time brasileiro masculino de ginástica já tem classificação assegurada para uma inédita final da disputa por equipes, e a rodada classificatória deste sábado (06) ainda nem terminou.
A última rotação será para Ucrânia, China, Rússia e Suíça. Os brasileiros competiram na primeira e somaram 268,078 pontos. Arthur Zanetti, medalhista de ouro em Londres-2012, avaliou pela manhã que uma chegada à decisão seria "muito merecida". A final agora é certeza para o time.
"Para o primeiro dia, toda a nossa equipe foi muito bem", disse Diego Hypólito, que caiu no choro depois de se apresentar, pouco mais cedo neste sábado.
À frente do Brasil, por ora, apenas EUA (270,405), Japão (269,294) e Grã-Bretanha (268,670).

Sarah Menezes (48 kg) e Felipe Kitadai (60 kg) foram derrotados na repescagem do judô e deixaram Olimpíada do Rio sem medalhas. Sarah Menezes  foi eliminada da repescagem no golden score e deixou a Arena Carioca 2 com uma luxação no cotovelo direito. Kitadai perdeu logo depois para o atleta do Uzbequistão Rishod Sobirov por ippon.
Agora, Sarah Menezes está sob cuidado do Breno Schor, médico da Confederação Brasileira de Judô que está trabalhando na policlínica. Ela passará por exames na tarde deste sábado para ver o tamanho da lesão.
A luta de Sarah na repescagem
Após ser eliminada da chave principal dos ligeiros (48kg) pela cubana Dayaris Mestre Alvarez, Sarah Menezes perdeu sua primeira luta na repescagem. A algoz foi a mongol Urantsetseg Munkhbat, campeã mundial de 2013 e líder do ranking da Federação Internacional de Judô. Ela foi derrotada no golden score por imobilização.
A luta ficou empatada no tempo normal, com uma penalidade para cada atleta, assim, a disputa foi para o golden score. Com 52 segundos, a brasileira acabou sendo imobilizada e foi dada a vitória para a mongol.
"Taticamente ela não entrou bem na luta. Errou na forma de segurar o quimono. Ela sabia que a luta contra a mongol era dura. A Sarah tem lutado de igual pra igual com ela. Mas não deu. O ciclo dela foi instável, mas no final ela teve uma temporada ascendente e conseguiu pódio em todas as suas lutas este ano”, comentou o técnico do judô brasileiro, Ney Wilson.
Defender um título importante é sempre difícil. Quando Sarah venceu em Londres, foi uma surpresa. Mas a medalha de ouro virou um alvo. Nos últimos quatro anos, foram muito mais derrotas do que o esperado. E uma fase sem títulos entre 2014 e 2015 que durou quase um ano.
Felipe Kitadai leva ippon e também fica sem medalha
O Uzbequistão não traz lembranças muito boas para Felipe Kitadai. Primeiro foi em Londres-2012. Rishod Sobirov o derrotou nas quartas de final na Inglaterra, acabando com seu sonho de ouro. Agora, no Rio de Janeiro foi a vez de Diyorbek Urozboev, vice-campeão asiático em abril, acabar com suas chances de subir ao pódio em casa.
O combate valia pela final da repescagem: se vencesse, o brasileiro iria para a decisão da medalha de bronze, contra o perdedor de uma das semifinais da categoria ligeiro (60kg).
“O Kitadai não teve grandes resultados no ciclo olímpico. Mas estava muito bem preparado”, disse o treinador do Brasil.
A derrota chega em um dia inspirado do medalhista de bronze de 2012. Em sua estreia, ele perdia até os dez segundos finais, quando conseguiu derrubar o francês Walide Khyar, atual campeão europeu. Recebeu um yuko, a menor pontuação possível, mas que valeu como um ippon, o golpe vencedor. Depois, derrotou com tranquilidade o alemão Tobias Englmaier nas oitavas.
Sina dos campeões olímpicos segue viva no Brasil
Em provas individuais, o Brasil tem só dois bicampeões olímpicos, Robert Scheidt, da vela, e Adhemar Ferreira da Silva, do atletismo. Mas só Adhemar, há 60 anos, conseguiu o segundo ouro quatro anos depois do primeiro. Scheidt tem uma prata, de Sydney-2000, entre os dois ouros de Atlanta-1996 e Atenas-2004.
A introdução serve para lamentar as duas derrotas de Sarah Menezes, a primeira campeã olímpica do judô, neste sábado, nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A sina de campeões olímpicos, que já tinha atingido nomes como Aurélio Miguel e Rogério Sampaio, do judô, Joaquim Cruz, do atletismo, ou até Guilherme Paraense, do tiro esportivo, caiu sobre a piauiense.
  
Um torcedor que acompanhava as finais do tiro com arco foi retirado à força por agentes da Força Nacional da arquibancada do Sambódromo, onde aconteciam as competições. Os policiais o levaram para a área destinada aos espectadores alegando que ele havia gritado “Fora Temer”. O UOL Esporte falou o torcedor retirado e com sua família. Eles negam que ele foi o autor do grito de protesto contra o presidente interino.
Ele foi ao Sambódromo acompanhado pela esposa e dois filhos. Chegou a levar um cartaz contra o presidente interino Michel Temer e exibi-lo da arquibancada. O Comitê Organizador dos Jogos Rio-2016 proíbe que torcedores levem cartazes ou faixas de cunho político ou religioso para arenas olímpicas. Sabendo disso, um agente da Força Nacional abordou o torcedor e pediu para que guardasse o cartaz.
“Ele guardou o cartaz na mochila e continuamos ali assistindo à competição”, complementou a mulher do torcedor envolvido no incidente. “Atendemos ao pedido do agente da Força Nacional.”
Alguns minutos depois, entretanto, um outro torcedor gritou "Fora Temer" na arquibancada –o torcedor retirado ratifica que não gritou. O protesto fez com que quatro membros da Força Nacional voltassem a abordá-lo.
Os agentes queriam que o torcedor fosse acompanhado para fora da arquibancada. O torcedor negou, dizendo que não tinha sido o autor do grito. Outros presentes no Sambódromo avisaram os agentes da Força Nacional. Mesmo assim, os policiais então levantaram o torcedor à força e o retiraram da área de espectadores.
“Meus filhos estavam ali”, disse a esposa. “Todo mundo disse que não tinha sido ele. Não precisavam disso.”
Ainda sem saber o que fazer após a ação, a esposa e os filhos decidiram ficar na arquibancada. O torcedor foi levado para atrás do espaço e teve que entregar o cartaz que havia levado e guardado na mochila.
Agentes da Força Nacional chegaram a iniciar sua condução para fora da arena. Um funcionário do Comitê Rio-2016 avisou aos policiais que ele não poderia ser retirado. Os agentes, então, o liberaram.
Cerca de 20 minutos após a confusão --tempo suficiente para fazê-lo perder a disputa pelo bronze no tiro com arco--, o torcedor voltou ao seu lugar e pôde acompanhar a busca pelo ouro. “No final, deu tudo certo. Mas a abordagem foi completamente desproporcional”, disse a esposa.
A Sesge (Secretaria Extraordinária de Segurança de Grandes Eventos), que coordena o trabalho da Força Nacional na Olimpíada, foi procurada para comentar a abordagem ao torcedor, mas ainda não se pronunciou.

Confira aqui o quadro de medalhas.

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