By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TERRA – Imagem: Divulgação
"Aqui não tem ninguém com condições para julgar ninguém. Qual a moral
do Senado para julgar uma presidente da República?", disse, visivelmente
exaltada. A declaração foi interrompida pela manifestação indignada de
outros senadores longe do microfone, entre eles, Ronaldo Caiado
(DEM-GO), a quem Gleisi respondeu acusando: "o senhor é do trabalho
escravo", disse ao microfone.
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Gleisi rebatia o senador Magno Malta (PR- ES), a quem coube colocar o
contraponto a uma das questões de ordem apresentadas por aliados de
Dilma que afirmaram que o impeachment é defendido para blindar o
presidente interino, Michel Temer, e alguns integrantes de seu governo
citados em delações da Lava Jato.
Lata e lixo
"É o sujo falando do mal lavado. É a lata e o lixo. Não sou do PMDB,
não sou do PSDB, que são os inimigos declarados do processo eleitoral",
disse. Sobre gravações que estão sendo reveladas ao longo das
investigações, Malta atacou: "se valesse alguma coisa, Aloizio
Mercadante deveria estar preso".
Diante do bate-boca estabelecido, com a volta dos trabalhos, o senador
Aécio Neves (PSDB-MG) pediu serenidade nas discussões para que as
testemunhas começassem a ser ouvidas. Ao retomar a sessão, Lewandowski
anunciou o indeferimento da questão de ordem da senadora Fátima Bezerra
(PT-RN) que voltou a apontar suspeição do relator, Antonio Anastasia
(PSDB-MG), pelo vínculo com o partido tucano, a quem aliados de Dilma
atribuem a autoria do processo.
"Isto não é democracia. É um tribunal de exceção", acusou. Aliada do
governo Temer, Simone Tebet (PMDB-MS) disse que a alegação revela "medo"
dos contrários ao processo e afirmou que a questão já foi decidida por
todas as instâncias que receberam recursos no mesmo sentido.
O ministro Lewandowski também indeferiu pedido feito pela senadora
Vanessa Graziotin (PCdoB-AM) que solicitou a impugnação do procurador
Júlio Marcelo de Oliveira, primeira testemunha a falar na sessão de
hoje, afirmando que ele teria um posicionamento parcial. Lewandowski
negou o pedido dizendo que Júlio Marcelo "possui idoneidade e capacidade
técnica para apresentar testemunho".
A sessão foi aberta por volta de 9h35 e até o momento só foram
apresentados pedidos de esclarecimentos sobre a sessão. Ainda hoje,
quatro testemunhas serão arroladas pela acusação e pela defesa.
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