By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: EXTRA – Imagem: Divulgação
O investimento recorde feito pelo Governo Federal na preparação de
atletas brasileiros nos últimos anos colaborou para que o país atingisse
sua melhor participação em Jogos Olímpicos na história, com seis ouros
até agora. Embora aquém da meta estabelecida pelo Comitê Olímpico do
Brasil, que previa um lugar entre os dez primeiros no quadro de
medalhas, os resultados podem ser considerados expressivos. O futuro,
porém, é rodeado de incertezas. Com o fim da Rio-2016, 220 esportistas
de alto rendimento devem deixar de receber a Bolsa Pódio, a mais alta
categoria da Bolsa Atleta, cujo valor varia entre R$ 5 mil e R$ 15 mil
por mês.
— O programa é fundamental para que os atletas se
mantenham no topo — afirma Felipe Wu, prata no tiro esportivo: — Recebi a
última parcela prevista agora, mas espero que não termine. Faço um
apelo para que mantenham. Todos os atletas gostariam muito que o
benefício fosse renovado.
No último ciclo olímpico, entre 2012 e
2016, o Governo Federal injetou cerca de R$ 413 milhões em todos os
níveis do Bolsa Atleta — um investimento 126% superior ao feito para
Londres-2012, quando o aporte foi de R$ 183 milhões. Os resultados são
visíveis. Entre os 465 brasileiros classificados para os Jogos, 77% são
beneficiados pelo programa. Das 18 medalhas do país no Rio, apenas no
ouro da seleção masculina de futebol e no bronze de Maicon Siqueira, do
taekwondo, não há dinheiro do Bolsa Pódio.
E de acordo com o ex-nadador Luiz Lima, secretário de esporte de alto
rendimento do Ministério do Esporte, há chance de o apelo dos atletas
ser atendido.
— A vontade é de manter o programa. Sabemos da
importância desse apoio. Em outubro, vamos discutir as novas diretrizes
e, se tudo der certo, um novo edital será lançado para renovarmos o
incentivo para o novo ciclo.
Forças Armadas se tornam porto seguro
Enquanto
segue a indefinição sobre o Bolsa Pódio, muitos atletas se agarram a
uma fonte que, em vez de secar, jorra mais dinheiro a cada ciclo
olímpico: as Forças Armadas do Brasil. Ao todo, 145 militares
representaram o país na Rio-2016: cerca de 30% da delegação. E os
resultados impressionam. Das 18 medalhas conquistadas, 12 — 66% — foram
por atletas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
— Sem esse
apoio, eu certamente não teria chegado a essa medalha de ouro — afirma o
campeão olímpico do salto com vara, Thiago Braz, que, aos 22 anos, é
terceiro sargento da Aeronáutica.
Os atletas começaram a ser
recrutados pelas Forças Armadas em 2008, para os Jogos Mundiais
Militares de 2011. Desde então, o Programa Atletas de Alto Rendimento
cresceu. Atualmente, o investimento gira em torno de R$ 18 milhões ao
ano, mas deve aumentar.
— É um recurso essencial. No caso do judô,
por exemplo, um quimono custa cerca de R$ 1.500, e nós precisamos de
quatro deles para participar de uma competição — explica Rafaela Silva,
medalha de ouro no Rio.
Para se tornar um militar temporário, por um período de oito anos, o
atleta se candidata por meio de um edital. Aceito, entra com a patente
de terceiro sargento e salário em torno de R$ 3 mil.
O número de
militares nos pódios da Rio-2016 chamou a atenção por uma peculiaridade:
a continência. O gesto é controverso. Embora não haja objeção por parte
do Comitê Olímpico Internacional, muitos patrocinadores não aprovam a
atitude.
— Quem critica não sabe nem o que significa a continência — defende Wu.
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