By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: TERRA – Imagem: Fabio Rodrigues Pozzebom (Agência Brasil)
Durante o período em que ficou na interinidade, Temer afirmou que sua
prioridade é a melhoria da economia brasileira e eficiência da máquina
pública. Para tanto enviou ao Congresso Nacional uma Proposta de Emenda
Constitucional que limita os gastos públicos. "É urgente fazermos um
governo de salvação nacional", disse no discurso, ao assumir a
Presidência da República como interino.
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Por duas vezes vice da chapa PT-PMDB para a Presidência, Temer é
paulista de Tietê e começou a carreira na política na década de
60. Michel Miguel Elias Temer Lulia nasceu em Tietê (SP) no dia 23 de
setembro de 1940 e é o caçula de oito irmãos.
Trajetória política
Foi como oficial de gabinete de Ataliba Nogueira, secretário de
Educação do governo de São Paulo, em 1964, que Michel Temer iniciou a
carreira política. Sua filiação partidária ocorreu décadas depois, em
1981, ao assinar a ficha do PMDB, partido do qual nunca se afastou. Em
1983, foi nomeado procurador-geral do Estado de São Paulo no governo do
correligionário Franco Montoro. No ano seguinte, assumiu a Secretaria de
Segurança Pública de São Paulo, cargo que também ocupou no início dos
anos 90.
Sua atuação como secretário de Segurança foi marcada por ações
inovadoras. Temer criou os conselhos comunitários de Segurança
(Conensegs) e, após receber uma comissão que denunciava o espancamento
de mulheres e o descaso de autoridades com os crimes, instituiu a
primeira Delegacia da Mulher no Brasil. Também criou a Delegacia de
Proteção aos Direitos Autorais, instrumento de combate à pirataria, e a
Delegacia de Apuração de Crimes Raciais.
Em 1986, foi candidato a deputado federal pelo PMDB de São Paulo, mas,
com os 43.747 votos obtidos, ficou como suplente. Em 16 de março de
1987, assumiu o primeiro mandato na Câmara, com a licença do deputado
Tidei de Lima, e se tornou constituinte. Na segunda eleição, em 1990,
Michel Temer também ficou como suplente, registrando 32. 024 votos.
Em 1992, no governo de Luiz Antônio Fleury em São Paulo, voltou à
Secretaria de Segurança seis dias após o Massacre do Carandiru. Naquela
ocasião, uma intervenção da Polícia Militar no Pavilhão 9 da Casa de
Detenção, para conter uma rebelião, provocou a morte de 111 detentos.
Presidente interino
Vice-presidente de Dilma desde o primeiro mandato, Temer foi
responsável pela articulação política do governo, com a saída de Pepe
Vargas da Secretaria de Relações Institucionais, no início de abril de
2015. Apesar de fazer parte do governo, nos últimos meses, viveu uma
relação conturbada com Dilma. Em agosto, anunciou a saída da coordenação
política.
Em dezembro, Temer escreveu uma carta em que se dizia "vice decorativo"
e que não era ouvido pela então presidenta. À época, Dilma disse não
ver motivos para desconfiar "um milímetro" de Michel Temer. Ela destacou
ainda que não só confia como sempre confiou nele e que o
vice-presidente sempre teve um comportamento "bastante correto".
Em março deste ano, o PMDB decidiu deixar a base do governo para apoiar
o processo de impeachment que tramitava na Câmara dos Deputados.
Já em abril, na mesma semana da votação no plenário da Câmara da
admissibilidade do processo de impeachment de Dilma, Temer enviou uma
mensagem de voz a parlamentares do PMDB em que falava como se estivesse
prestes a assumir o governo após o afastamento de Dilma. O áudio, de
cerca de 14 minutos, dá a impressão de ser um comunicado dele ao "povo
brasileiro" sobre como pretende conduzir o país, de forma transitória ou
não. Depois das primeiras repercussões da mensagem nas redes sociais, a
assessoria de Temer informou que o áudio foi enviado por engano a um
grupo de deputados do partido.
No dia seguinte, Dilma disse que havia um golpe em curso contra o seu
governo e, sem citar nomes, fala em "chefe e vice-chefe do golpe",
referindo-se a Michel Temer e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), até então
presidente da Câmara dos Deputados.
Influência política
Temer exerceu seis mandatos como deputado federal. No pleito de 2006,
com 99.046 votos, foi eleito com o menor número de votos entre os três
parlamentares do PMDB que conquistaram vaga na Câmara. Antonio Bulhões
obteve 109.978 votos e Francisco Rossi de Almeida, 106.272.
Em 2009, foi apontado pelo Departamento Intersindical de Assessoria
Parlamentar (Diap) como parlamentar mais influente do Congresso
Nacional. "Michel Temer é um político experiente, de boa formação,
habilidoso na articulação com os agentes públicos de modo geral e com os
demais poderes quando exerce a função de chefe de poder. É um
parlamentar que conhece a real importância do diálogo, da negociação e
isso pode ser um diferencial neste período à frente da Presidência da
República", disse Antônio Augusto, jornalista e analista político do
Diap.
Temer foi eleito três vezes para a presidência da Câmara (1997, 1999 e
2009). Na condição de presidente da Casa, assumiu a Presidência da
República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e
em 15 de junho de 1999 (governo do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso).
No PMDB, foi presidente do Diretório Nacional de 2001 ao fim de 2010.
No ano seguinte, licenciou-se do posto ao assumir a Vice-Presidência da
República. Em 2013, ele voltou ao posto, eleito por unanimidade. Após a
saída do PMDB do governo em março, em meio às discussões do impeachment
da presidenta Dilma Rousseff, Temer licenciou-se da presidência da
legenda e deu lugar ao senador Romero Jucá (PMDB-RO).
Aliança PT-PMDB
A aliança entre o PMDB e o PT começou no primeiro mandato do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, há 13 anos. Em votação
simbólica, no dia 13 de junho de 2010, os petistas aprovaram, durante a
convenção nacional do PT, em Brasília, a formalização da candidatura de
Dilma Rousseff à Presidência da República e a indicação do deputado
Michel Temer para vice na chapa.
Em julho de 2011, em meio à última reunião da base aliada no primeiro
semestre, houve até um bolo com os bonecos de Dilma Rousseff e de Michel
Temer no topo. Na época, petistas como Ricardo Berzoini e peemedebistas
como Henrique Eduardo Alves e Marcelo Castro, todos ministros do
governo Dilma, repartiram o bolo para celebrar o "casamento" entre as
legendas.
Formação
Formado em direito pela Universidade de São Paulo (1963), Temer é
doutor em direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São
Paulo. O presidente interino também atuou como professor de direito em
1968. Sua carreira acadêmica estendeu-se até 1984.
Temer é autor dos livros Constituição e Política, Territórios Federais
nas Constituições Brasileiras e Seus Direitos na Constituinte e
Elementos do Direito Constitucional, esse último na 24ª edição, com mais
de 200 mil exemplares vendidos.
Intimidade
A intimidade do presidente sempre foi preservada. Apesar do reconhecido
traquejo político, Michel Temer manteve-se discretamente nos bastidores
do poder.
Com a publicação de seu livro de poemas Anônima Intimidade, em 2013,
deixou de lado o perfil reservado de político e expôs traços de sua
natureza íntima. Na ocasião, contou que a obra foi escrita durante
viagens entre a residência pessoal e reduto eleitoral, em São Paulo, e a
capital federal. Temer afirmou que os versos eram "imortalizados em
guardanapos".
Michel Temer é casado há 13 anos com Marcela Temer, com quem tem o
filho Michel. Também foi casado com Neusa Popinigis (sem filhos) e com
Maria de Toledo, com quem teve três filhas: Clarissa, Luciana e
Maristela.
Também filiada ao PMDB, Luciana Temer é secretária municipal de
Assistência e Desenvolvimento Social de São Paulo, na gestão do prefeito
Fernando Haddad, candidato à reeleição pelo PT. MATÉRIAS RELACIONADAS:
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