By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: ÉPOCA – Imagem: Divulgação
As informações constam em dois Boletins de Ocorrência registrados em delegacias de Belo Horizonte e aos quais a EXPRESSO teve acesso.
No Boletim de Ocorrência de Vitoria, ela diz que foi vítima de violência porque Bruno não aceitou o término do relacionamento. Procurado pela EXPRESSO, ele afirmou primeiro que não conhecia Vitoria. Confrontado com a declaração da própria no documento de que ambos foram cônjuges, o secretário nacional de Juventude reconheceu que manteve um relacionamento com ela por um ano, com quem teve uma filha. Ele negou a agressão, afirmou que não conhecia o Boletim de Ocorrência e que jamais foi intimado sobre o caso.
“Nunca fui intimado, nunca fui ouvido sobre esses boletins. [Você] está me trazendo uma surpresa nova”, alegou. Apesar de se dizer surpreso, ele afirmou que a ocorrência foi registrada porque ganhou na Justiça a guarda da filha que teve com Vitoria.
A indicação de Bruno para comandar a Secretaria Nacional de Juventude consta no Diário Oficial desta segunda-feira (20). O salário do cargo é de R$ 13.974,20. Aos 24 anos, ele é presidente da Juventude Nacional do PMDB e filho do deputado estadual de Minas Gerais Cabo Júlio, do mesmo partido.
O outro Boletim de Ocorrência registrado contra Bruno é de setembro de 2015. Nele, uma mulher que à época era subordinada a Bruno em uma agência do governo de Minas Gerais relata ter sofrido assédio sexual por parte dele. Ela disse que Bruno lhe fazia “insistentes propostas de relacionamento, elogiando-a acintosamente, convidando-a para lhe acompanhar em viagens, além de usar termos mais ousados, sempre manifestando o interesse em manter algo mais íntimo com a solicitante”. No Boletim de Ocorrência, a funcionária afirma ainda que as investidas, após as recusas, passaram a vir acompanhadas de ameaças de demissão.
Por último, a funcionária declarou colocar à disposição da polícia seu aparelho celular em que há trocas de mensagens com os “convites, elogios e ameaças” feitos por Bruno.
Procurado, o secretário nacional de Juventude recém-nomeado disse que também não tem conhecimento do boletim, mas depois disse que as acusações foram feitas depois de ele ter demitido a funcionária. “A partir do momento que falei que iria exonerar, ela passou a fazer esse tipo de denúncia em todos os órgãos”, justificou. Segundo ele, acusações feitas em órgãos de controle do Estado foram arquivadas.
A EXPRESSO ligou para a funcionária que fez o boletim, mas ela não retornou. Vitoria Abreu Alves da Costa não foi encontrada.
A Secretaria Nacional de Juventude é vinculada à Secretaria de Governo. A estrutura tem a tarefa de “coordenar, integrar e articular as políticas de juventude, além de promover programas de cooperação com organismos nacionais e internacionais, públicos e privados, voltados para o segmento juvenil”.
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