sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Após suspensão de reorganização escolar, secretário deixa cargo em SP



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 Imagem: Tiago Queiroz (Estadão)

O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Herman Voorwald, pediu para deixar o cargo na tarde desta sexta-feira (4) após o governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciar a suspensão da reorganização escolar na rede estadual de ensino, informou o SPTV.
A carta com o pedido de demissão foi entregue ao governador, que aceitou a decisão de Voorwald. Alckmin deve anunciar o nome do novo secretário no início da próxima semana, ainda segundo o SPTV.
O projeto de reorganização das escolas era uma aposta da pasta, mas esbarrou em uma grande resistência por parte de alunos, pais e professores – que culminou na ocupação de cerca de 200 escolas e protestos na ruas com repressão policial.
A reorganização de ensino iria provocar o fechamento de 93 escolas, a transferência de 311 mil alunos para outras unidades e a formação de 754 novas unidades de ciclo único. Segundo o secretário, o projeto iria melhorar a qualidade do ensino pela divisão das escolas em ciclos e o agrupamento dos alunos por faixa etária.
'Vergonha'
No último dia 26, Voorwald afirmou “ter vergonha” do ensino no estado de São Paulo e no país. “A minha única preocupação é que esses jovens tenham melhor educação. Tenho vergonha, enquanto secretário de estado da Educação, dos resultados que o estado de São Paulo, que este país apresenta. Não é possível que a sociedade se conforme com isso”, disse.
Desde então, ele não apareceu mais em entrevistas para falar sobre os protestos contra a reorganização.
O chefe de gabinete da secretaria, Fernando Padula Novaes, apareceu como porta-voz dizendo que os movimentos tinham cunho político. Na quinta-feira (3), quem falou pela pasta foi o secretário-chefe da Casa Civil do governo do São Paulo, Edson Aparecido.
Engenheiro formado pelo ITA e ex-reitor da Unesp, Voorwald assumiu a secretaria de Educação em janeiro de 2011 e enfrentou nesse período uma série de greves de professores da rede estadual. Neste ano, a greve foi a maior da história e durou 92 dias.
Suspensão e diálogo
No anúncio da suspensão da reorganização, Alckmin disse que o governo irá dialogar com pais e alunos no ano que vem a respeito da reorganização da rede de ensino do estado. Ele acrescentou que os alunos permanecerão em suas atuais unidades em 2016.
"O ano de 2016, que seria o ano de implantação, será o ano de aprofundar o diálogo. Alunos vão continuar na escola que já estudam, não haverá mudança", afirmou o governador.
Estudantes comemoraram a suspensão mas afirmaram que vão continuar ocupando as escolas até que Alckmin revogue a lei que determina a reorganização escolar.
“Recebi a mensagem e respeito a mensagem dos estudantes e de seus familiares com suas dúvidas e preocupações em relação à reorganização das escolas aqui do nosso estado de São Paulo”, afirmou Alckmin no anúncio.
No fim do pronunciamento, Alckmin leu uma frase do Papa Francisco. "Sempre que perguntado entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma solução sempre possível, o diálogo."
Alckmin não concedeu entrevista após o anúncio. A frase citada por governador foi dita pelo pontífice em um discurso no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em sua visita ao Brasil em 27 de julho de 2013.

OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.