By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: R7 – Imagem: R7
Os sintomas surgiram há mais de um ano, no período em que ela e o marido, Eduardo, estavam plenos de felicidade aguardando a chegada da pequena Flora.
Depois da comemoração [da gravidez], começou a vir a doença. No começo, achávamos que era frescura de grávida, até porque os médicos diziam muito isso. Ela começou a ter problemas para urinar, precisava fazer muita força para sair.
Gabriela perdeu o movimento das pernas em seguida e piorava a cada dia. Para agravar a situação, o bebê corria risco de morte, então antecipar o parto foi a única chance de preservar a vida de Flora.
Ela pedia para mim no hospital: "Ai, Edu, eu não queria perder a minha visão, queria tanto ver a minha filha. Que pare tudo! Nem que eu use óculos fundo de garrafa, mas eu quero ver minha filha, ver o rosto dela".
Flora nasceu aos seis meses e a mãe não pode ver o rosto da menina, pois já estava cega.
A menina foi direto para a UTI porque estava fraca demais; teve duas paradas cardíacas e paralisia cerebral. Como a vontade de viver não pode ser medida pelo tamanho de uma pessoa, Flora conseguiu e, dois meses depois, encontrou a mãe.
Dois anos após o nascimento de Flora, Gabriela não teve melhoras.
Para cuidar da família, Eduardo precisou parar de trabalhar e, para ajudar nas contas da casa, foi ao INSS pedir um auxílio doença para a esposa, mas o benefício foi negado.
Minha esposa chegou de ambulância no INSS, não se mexia, não tinha controle dos membros inferiores e superiores, não fala e não enxerga.
O perito avaliou a Gabriela fisicamente e eu expliquei a doença dela. Ele não era um perito para problemas neurológicos, então eu dei uma aula para ele e levei a ressonância.
Ele pegou nos braços dela, pegou nas pernas, fez testes de reflexo, passou a luz nos olhos para ver se ela era cega mesmo. No final da perícia, perguntei quando ela começaria a receber o benefício e ele disse que eu precisava aguardar chegar a carta em minha casa.
Dias depois, a carta chegou e o pedido havia sido indeferido, ou seja, negado. Segundo o INSS, Gabriela está apta a trabalhar.
A família, claro, entrou com recurso e aguarda uma nova decisão do INSS e, enquanto espera, vive à base de doações.
É uma corrente muito bonita, são pessoas querendo ajudar. Hoje, minha filha, faz a fisioterapia graças à tia Luiza, que banca; minha esposa faz fisioterapia graças a amigos, porque nós fazemos particular e é caro, então eu não conseguiria se não fossem esses amigos e familiares.
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