quinta-feira, 30 de abril de 2015

Bebê fica com cortes no rosto após parto de emergência, em Goiás



By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Extra Imagem: Divulgação


A foto de um bebê recém-nascido com dois cortes no rosto chocou usuários das redes sociais. A criança, batizada Tatiele Vitória Teixeira Bueno, nasceu no último sábado no Hospital Municipal de Mundo Novo, no interior de Goiás, a cerca de 420 quilômetros de Goiânia, e precisou levar nove pontos no rosto antes mesmo de chegar ao berçário. A imagem, publicada na última segunda-feira no Facebook por Marilda Vieira Jânio Nunes, uma amiga da avó da menina, já tem mais de 1,5 mil compartilhamentos.
"Estou aqui indignada, médico corta o rosto da criança durante o parto, uma cesariana, em Mundo Novo, Goiás. O mais incrível no caso é que foram dois cortes de bisturi. Se fosse um pequeno arranhão já era demais, mas dois cortes profundos a ponto de ter que suturar... Aí é demais", publicou Marilda.
De acordo com o diretor clínico do Hospital Municipal de Mundo Novo, Dr. Silvio Jacques de Assis, a mãe de Tatiele teve uma parada cardíaca e o parto, que, a princípio seria normal, virou uma cesariana de emergência.
— O médico responsável pelo parto teve que abrir (o útero) às pressas para tirar o bebê, se não ele iria a óbito. Na emergência do corte que ele fez com o bisturi, devido ao alto grau de urgência, acabou atingindo o bebê. É isso o que está relatado no prontuário e na sindicância que foi feita no hospital. Os dois cortes são grandes, mas superficiais e não colocam a vida do bebê em risco - afirmou ao EXTRA.
Segundo o presidente da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Marcelo Burla, acidentes deste tipo podem acontecer, especialmente nos casos onde a mulher está há muitas horas em trabalho de parto, como aconteceu com a mãe de Tatiele.
— Quando a gente chega no útero, fazemos com o bisturi um desenho da área que vai ser aberta e, em uma região, o corte é mais profundo. Isso é para que a cicatriz não fique irregular. Em uma cesárea eletiva, a entrada no útero é feita com uma pinça fechada, para evitar machucar o bebê. Em uma emergência, o foco é tirar o neném o quanto antes e é possível que o bisturi tenha ido um pouco mais profundamente. Além disso, quando a mulher está em trabalho de parto há muito tempo, a parede do útero fica mais fina - esclareceu.
A mãe de Tatiele, Heloísa Teixeira Bueno, de 18 anos, deveria dar à luz no dia 5 de maio, mas começou a passar mal na madrugada do último dia 25 e foi internada no hospital de Mundo Novo por volta da meia-noite. Segundo Paula Socorro Germano dos Santos, de 38 anos, sogra de Heloísa e avó de Tatiele, a jovem só entrou na sala de cirurgia às 17h.
— Ela gritava de dor no corredor, arrancava o soro e pedia: "pelo amor de Deus, tira a minha filha, vou morrer, não estou dando conta mais". E, depois que entrou, demorou a sair. Minha neta só saiu de lá já eram 21h e a enfermeira disse que a mãe teve eclâmpsia, estava com pressão muito alta, mas não era nada demais. Disseram que iam mandá-la para Goiânia porque a pressão estava muito alta e não conseguiam abaixar, não falaram que teve parada cardíaca e não nos deixaram vê-la - contou.
O diretor clínico do hospital afirma que a evolução do trabalho de parto estava "dentro dos limites de normalidade até uma certa hora", quando houve uma "parada de progressão".
— A dilatação estava quase completa e o bebê não veio. A criança teve uma diminuição dos batimentos cardíacos e optou-se pela cesariana. A mãe teve uma parada cardíaca provavelmente por causa da anestesia raquidiana e, na urgência de tentar salvar a criança, o corte do bisturi deve ter sido forte demais. Ela precisou fazer uma uma entubação endotraqueal (procedimento feito para auxiliar a ventilação da paciente) - explicou.
Segundo ele, Heloísa não apresentava pressão alta durante o trabalho de parto. A pressão arterial dela começou a aumentar após a reanimação, "provavelmente por causa dos medicamentos usados para reanimá-la".
Como o Hospital Municipal de Mundo Novo não tem UTI, Heloísa precisou ser transferida para o Hospital Materno Infantil, em Goiânia. A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde de Goiás informou que ela deu entrada na unidade no domingo, dia 26, em estado grave, respirando por aparelhos. Atualmente, ela está internada na UTI, sedada e respirando sem a ajuda de aparelhos. Seu estado de saúde é grave, mas ela não apresenta febre e não há previsão de alta.
Tatiele recebeu alta no domingo e sua avó acusa o hospital de ter se negado a entregar a Declaração de Nascido Vivo, necessária para fazer a certidão de nascimento.
— Minha neta teve alta às 9h. Estávamos eu, que sou avó, e meu filho, pai da bebê, e não queriam dar o papel para fazer a certidão de nascimento. Disseram que só dariam para a mãe, mas ela estava internada. Só conseguimos o documento às 13h.
O Dr. Silvio Jacques de Assis afirma que a demora para entregar a Declaração de Nascido Vivo se deu porque a enfermeira chefe, que deve assinar o documento, não estava no hospital no período da manhã. Além disso, ele garante que os funcionários informaram o estado de saúde de Heloísa e Tatiele a todos os familiares.
A criança está na casa da família e passa bem.

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