By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1 – Imagem: Divulgação
Os garotos, que tem entre 11 e 16 anos, e o técnico ficaram 9 dias sem comer até serem encontrados por dois mergulhadores ingleses dentro da caverna inundada. A complexa operação de resgate teve a participação de 90 mergulhadores, sendo 50 estrangeiros e 40 tailandeses. No total, mais de mil pessoas fizeram parte dos trabalhos.
Entenda o caso
- No dia 23 de junho, 12 meninos de um time de futebol e o técnico faziam um passeio de bicicleta e entraram na caverna para se proteger do mau tempo. A chuva ficou intensa, e a água subiu muito rápido, deixando o grupo preso.
- Eles ficaram isolados e sem comida por 9 dias. Em 2 de julho, mergulhadores ingleses encontraram o grupo, debilitado e com muita fome, a 4 km da entrada da caverna e entre 800 m e 1 km de profundidade.
- O resgate durou 3 dias. No domingo (8) e na segunda, foram retirados quatro garotos em cada dia. Nesta terça, foram resgatados mais quatro meninos e o técnico.
- Cada garoto foi conduzido por pelo menos 2 mergulhadores e usou máscara facial de oxigênio durante o percurso até a entrada da caverna, que dura 6 horas. Vários trechos são muito estreitos, com água turva e baixa visibilidade.
- Os resgatados foram levados de helicóptero para hospital, onde vão ficar em quarentena e observação.
Operação delicada
A dramática situação dos meninos presos na caverna causou comoção
internacional. Uma complexa operação de resgate precisou ser organizada
para retirá-los da caverna.
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A missão era difícil: os estreitos, lamacentos e inundados caminhos eram
um desafio até mesmo para mergulhadores experientes, que levavam cerca
de seis horas para percorrer 4 km até onde estava o grupo, em uma
encosta cercada por água. Um dos mergulhadores que levou suprimentos aos meninos morreu sem oxigênio quando voltava para a entrada da caverna.
As equipes de resgate chegaram a considerar tirá-los pela superfície da
montanha, mas não encontraram cavidades na parte superior da caverna. A
profundidade no ponto em que estavam era grande demais – entre 800 m e 1
km – e ainda havia risco de desmoronamento caso o solo fosse perfurado.
Para facilitar o resgate, bombas drenavam a água initerruptamente, mas
os esforços tinham pouco resultado. Apesar dos milhões de litros de água
bombeadas, o nível recuava lentamente.
O governo tailandês também considerou esperar meses até que a água
baixasse, já que a saída pela água seria muito arriscada – alguns dos
meninos não sabiam nadar e nenhum deles sabia técnicas de mergulho.
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Mas, durante o fim de semana, a chuva deu uma trégua e a operação de
resgate foi colocada em prática. A queda no nível de oxigênio na
cavidade subterrânea e a elevação do dióxido de carbono também
pressionaram as equipes a antecipar o resgate.
O entorno da caverna começou a ser esvaziado ainda no fim da noite de
sábado (7). Os mais de mil jornalistas que acompanham o resgate tiveram
que se afastar da região. Nesta terça, um jornalista estrangeiro foi
detido pela polícia por colocar um drone para sobrevoar a entrada da
caverna.
Tudo foi feito para preservar os meninos, seu treinador e suas
famílias. Conforme as vítimas eram salvas, os nomes não eram divulgados
nem para os parentes. Questões culturais, relacionadas ao respeito, explicam essa decisão.
Algum tempo depois que os últimos meninos e o treinador voltaram à
superfície, o médico e os fuzileiros navais que entraram na caverna para
auxiliar nos resgates também saíram das galerias subterrâneas.
Rachapol Ngamgrabuan, governador da província Chiang Rai e coordenador
do esforço de resgate, não escondeu a emoção com o sucesso da operação.
Voluntários e tailandeses celebraram o anúncio do bem-sucedido resgate
com palmas e buzinaço. Líderes internacionais, como o presidente dos
EUA, Donald Trump, e a premiê do Reino Unido, Theresa May, também comemoraram o sucesso da ação.
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Atendimento aos meninos
Ao sair da caverna, os resgatados foram atendidos em um hospital
improvisado. Em seguida, foram transferidos de ambulância para um
helicóptero e foram levados ao hospital da província de Chiang Rai, que
fica a cerca de 70 km.
Nesta terça, houve certa demora em transferir os meninos para o
helicóptero, mas três ambulâncias foram vistas deixando o local, de
acordo com a BBC.
O primeiro-ministro tailandês, Prayut Chan-o-chau, afirmou que os
meninos receberam ansiolíticos (calmantes) antes de serem levados à
superfície, segundo o “The Guardian”. Nos últimos dias, resgatados foram
vistos chegar à superfície em macas.
As oito primeiras crianças salvas permanecem internadas, mas passam
bem. Elas estão em quarentena para evitar alguma infecção, já que a
saúde do grupo ficou fragilizada por causa do longo período de jejum
forçado.
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