sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Prudentópolis: A cidade de vários títulos de capital


By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR Imagem: Divulgação

Monumento do salto São João em Prudentópolis - Foto: Anderson Theodoro
Curitiba é a Capital do Paraná, estado com mais de 11,4 milhões de habitantes, segundo a última estimativa populacional do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O título foi conquistado porque é na cidade curitibana que reside o governo estadual e todos os organismos da administração pública. Mas, o quinto estado mais populoso do Brasil tem outros municípios que conquistaram o mesmo ‘status’ devido a atividade econômica ou costume dos moradores. Os títulos aprovados na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) ou no Senado Federal funcionam como estratégia para movimentar a economia local. 
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Em levantamento inédito, o Crea (Conselho e Engenharia e Agronomia do Paraná) identificou entre os 399 municípios do Paraná que pelo menos 30 têm títulos de ‘capitais estaduais ou nacionais’, por exemplo: Marialva, é a Capital da Uva Fina; Guarapuava é a Capital da Cevada e do Malte; Jaboti é a Capital do Morango e Carlópolis é a Capital da Goiaba. Neste contexto, a Engenharia contribui de forma direta com o desenvolvimento econômico dos municípios paranaenses, desde o plantio até a industrialização. No caso das cidades com ‘vocação’ para o campo, a participação dos profissionais é ainda maior. 
Uma das bases econômicas do Brasil, o agronegócio, é também a fonte de renda de muitas cidades do estado. Na região Oeste, Toledo tem o título de Capital do Agronegócio Paranaense por manter forte esta vocação. O status foi conquistado em 2011, quando o município atingiu pelo 14º ano consecutivo R$ 1 bilhão no Vbpa (Valor Bruto de Produção Agrícola). Duas atividades econômicas se destacam: suinocultura e avicultura.
O cacho de Uva é o monumento de Marialva. — Foto: Prefeitura
No Noroeste, uma das cidades que se tornaram referência pela vocação rural é Marialva, a Capital da Uva Fina do Paraná, que teve sua colonização iniciada em 1940. O município é considerado o maior produtor da cultura no estado e tem como monumento um grande cacho de uva na entrada, que se tornou um atrativo turístico. De acordo com a Emater (Institucional do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), são 500 produtores da cultura em uma área de 450 hectares.
A Engenheira Agrônoma Silvia Capelari, profissional de extensão rural, explica que o título de capital permitiu um enfoque turístico para o município. 
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“Pessoas visitam Marialva com frequência para conhecer a produção de uva e os profissionais da área e produtores buscam a troca de experiências”, destaca. Ela ainda ressalta que após o status, a cidade se transformou em um pólo de tecnologia na produção a fruta. “Hoje são produzidas uvas finas de mesa das variedades Itália, Rubi, Benitaka e Brasil; variedades da Embrapa Núbia e Vitória e também uvas rústicas como Niagara, em menor quantidade”, complementa.
Apesar de Marialva ser a Capital da Uva Fina, existem outros parreirais paranaenses em áreas menores nos municípios de Colombo, Rosário do Ivaí, Salgado Filho, Bituruna, Mariópolis e na Região Metropolitana de Curitiba.
Em Jaboti, cidade com quase 5 mil habitantes, a produção destaque é a de morangos. Tanto que em 2014 o município recebeu o título de Capital Paranaense do Morango. Na época, quase 25% dos moradores estavam ligados diretamente à cultura. Segundo o Engenheiro Agrônomo Maurício Castro Alves, da Emater, a cidade tem quase 200 produtores da fruta (entre meeiros e áreas próprias) que geram um VBP de R$ 38 milhões anuais, sendo a principal fonte de arrecadação municipal. 
Já em Carlópolis, Capital Nacional da Goiaba, Alves diz que a produção da fruta gera em torno de R$46 milhões anuais. São 250 produtores de goiaba em uma área de 800 hectares. Além de uma associação, o município também tem uma cooperativa de fruticultores de lixia, abacate e maracujá. Ainda conforme o Engenheiro Agrônomo, a goiaba de Carlópolis tem a certificação IG (Identificação Geográfica), que mostra a origem e característica única do produto. Ele conclui explicando que os produtores estão iniciando a exportação da goiaba paranaense para a Europa. 
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Guarapuava produz 40% da cevada do País
Desde 2017, através da Lei nº 134/2017, de autoria da Deputada Estadual Cristina Silvestri, Guarapuava passou a ser denominada a Capital Paranaense da Cevada e do Malte, estimulando ainda mais os produtores de cevada a investirem nesta área. É que de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 60% da cevada colhida no País é proveniente do Paraná.
A estimativa de produção da safra de 2018 apontava que o Brasil produziria mais de 427 toneladas de cevada, destas, quase 252 provenientes do Paraná e, dentro deste contexto de produtividade paranaense, 174.225 toneladas são originárias de Guarapuava, de acordo com levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná). 
Portanto, os números revelam que a “terra do lobo bravo” é responsável por cerca de 40% de toda a cevada produzida nacionalmente. Além da intensa produção de matéria-prima, Guarapuava também abriga a maior maltaria da América Latina, a Agrária Malte, que atende aproximadamente 30% da demanda nacional.
Em todo este processo de produção da cerveja – desde o plantio até a industrialização – o acompanhamento de um responsável técnico é fundamental para contribuir com a preservação da qualidade do produto. Neste caso específico, o conselheiro do Crea-PR, Engenheiro Agrônomo e Sommelier de Cervejas e Vinhos, Paulo Rogério Borszowskei, destaca algumas modalidades das Engenharias que são qualificadas para acompanhar tais procedimentos: Engenheiros Agrônomos, Engenheiros Químicos e Engenheiros de Alimentos. 
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“A Agronomia e a Engenharia de Alimentos trabalha com a questão da tecnologia de processamento de alimentos, envolve o conhecimento prático e teórico da fermentação e manipulação de alimentos. Já a Engenharia Química, é focada nas transformações, nas questões de reação, redução e oxidação. Tendo um profissional que conheça essas áreas, a certificação e o produto terão o monitoramento da qualidade preservado”, avalia.
O Crea-PR atua fiscalizando as atividades de industrialização de cervejas. Em 2016, 28 fiscalizações deste segmento foram realizadas em todo o Paraná. O responsável por uma cervejaria deve seguir os parâmetros legais do Ministério da Agricultura, Anvisa e Inmetro, desde as normas de layout da indústria e boas práticas de fabricação, até as questões que envolvem qualidade, certificação e registro da cervejaria e do produto.
Maringá, Londrina e Cambé na fila de títulos
Maringá quer se tornar a Capital Nacional do Associativismo. — Foto: Prefeitura
Três municípios paranaenses aguardam a votação dos projetos de lei sobre títulos de capitais nacionais e estaduais. As solicitações são recentes, todas deste ano. Maringá pode se tornar a Capital Nacional do Associativismo, Londrina a Capital Nacional da Economia Criativa e o município de Cambé, a Capital do Cadeado.
O projeto de lei que concede ao município de Londrina o título de Capital Nacional da Economia Criativa foi apresentado em agosto, pela deputada Luísa Canziani (PTB-PR). Pela proposta, economia criativa é o conjunto de empreendimentos relacionados ao capital cultural, intelectual e criativo de uma região, presentes na cidade. 
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De acordo com a deputada, Londrina concentra um importante arranjo produtivo local de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs), com mais de 1,5 mil empresas do segmento. A cidade também tem muitas startups (núcleos de empresas jovens). Além disso, possui rica gastronomia, reflexo da diversidade de etnias presentes.
Quem defende o título de Capital Estadual do Cadeado na Alep para o município de Cambé é o deputado estadual Cobra Repórter (PSD). A tramitação na Alep é desde setembro. A proposta diz que a cidade tem a maior empresa do ramo de fabricação de cadeados e fechaduras do país. A PADO, fundada em 1936 em São Paulo, se instalou em Cambé em 1997, sendo atualmente a empresa líder nacional do setor. A produção anual é de 20 milhões de produtos. 
O autor do projeto de lei pelo título maringaense, que tramita no Senado Federal desde outubro, é o senador Flávio Arns (REDE). A justificativa está na organização cooperativista do setor. É que Maringá tem nove cooperativas na área de crédito, saúde e trabalho. Ao todo, são 276 mil cooperados e 5 mil funcionários. Em 2018, o setor faturou no município em torno de R$ 5,7 bi.
Prudentópolis: A cidade de vários títulos 
Prudentópolis - Foto: Divulgação
Na pesquisa, o Crea-PR descobriu que o município de Prudentópolis, localizado a 207 km de Curitiba, acumula vários títulos de capitais: Capital da Erva-Mate, Capital da Oração, Capital do Mel, Capital da Cracóvia, Capital dos Ucranianos no Brasil e Capital Nacional do Feijão Preto. Outro status da cidade é de Terra das Cachoeiras Gigantes.
O ‘apelido’ é porque a cidade tem mais de 100 cachoeiras catalogadas pela Secretaria Municipal de Turismo, muitas com mais de 100 metros de altura.
Jornalista Carina Bernardino com colaboração de Naiara Persegona - Crea-PR 
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