By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: G1/PR – Imagem: Divulgação
Monumento do salto São João em Prudentópolis - Foto: Anderson Theodoro
Curitiba é a Capital do Paraná, estado com mais de 11,4 milhões de
habitantes, segundo a última estimativa populacional do IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística). O título foi conquistado porque é
na cidade curitibana que reside o governo estadual e todos os
organismos da administração pública. Mas, o quinto estado mais populoso
do Brasil tem outros municípios que conquistaram o mesmo ‘status’ devido
a atividade econômica ou costume dos moradores. Os títulos aprovados na
Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) ou no Senado Federal funcionam
como estratégia para movimentar a economia local.
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Em levantamento inédito, o Crea (Conselho e Engenharia e Agronomia do
Paraná) identificou entre os 399 municípios do Paraná que pelo menos 30
têm títulos de ‘capitais estaduais ou nacionais’, por exemplo: Marialva,
é a Capital da Uva Fina; Guarapuava é a Capital da Cevada e do Malte;
Jaboti é a Capital do Morango e Carlópolis é a Capital da Goiaba. Neste
contexto, a Engenharia contribui de forma direta com o desenvolvimento
econômico dos municípios paranaenses, desde o plantio até a
industrialização. No caso das cidades com ‘vocação’ para o campo, a
participação dos profissionais é ainda maior.
Uma das bases econômicas do Brasil, o agronegócio, é também a fonte de
renda de muitas cidades do estado. Na região Oeste, Toledo tem o título
de Capital do Agronegócio Paranaense por manter forte esta vocação. O
status foi conquistado em 2011, quando o município atingiu pelo 14º ano
consecutivo R$ 1 bilhão no Vbpa (Valor Bruto de Produção Agrícola). Duas
atividades econômicas se destacam: suinocultura e avicultura.
O cacho de Uva é o monumento de Marialva. — Foto: Prefeitura
A Engenheira Agrônoma Silvia Capelari, profissional de extensão rural,
explica que o título de capital permitiu um enfoque turístico para o
município.
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“Pessoas visitam Marialva com frequência para conhecer a
produção de uva e os profissionais da área e produtores buscam a troca
de experiências”, destaca. Ela ainda ressalta que após o status, a
cidade se transformou em um pólo de tecnologia na produção a fruta.
“Hoje são produzidas uvas finas de mesa das variedades Itália, Rubi,
Benitaka e Brasil; variedades da Embrapa Núbia e Vitória e também uvas
rústicas como Niagara, em menor quantidade”, complementa.
Apesar de Marialva ser a Capital da Uva Fina, existem outros parreirais
paranaenses em áreas menores nos municípios de Colombo, Rosário do
Ivaí, Salgado Filho, Bituruna, Mariópolis e na Região Metropolitana de
Curitiba.
Em Jaboti, cidade com quase 5 mil habitantes, a produção destaque é a
de morangos. Tanto que em 2014 o município recebeu o título de Capital
Paranaense do Morango. Na época, quase 25% dos moradores estavam ligados
diretamente à cultura. Segundo o Engenheiro Agrônomo Maurício Castro
Alves, da Emater, a cidade tem quase 200 produtores da fruta (entre
meeiros e áreas próprias) que geram um VBP de R$ 38 milhões anuais,
sendo a principal fonte de arrecadação municipal.
Já em Carlópolis, Capital Nacional da Goiaba, Alves diz que a produção
da fruta gera em torno de R$46 milhões anuais. São 250 produtores de
goiaba em uma área de 800 hectares. Além de uma associação, o município
também tem uma cooperativa de fruticultores de lixia, abacate e
maracujá. Ainda conforme o Engenheiro Agrônomo, a goiaba de Carlópolis
tem a certificação IG (Identificação Geográfica), que mostra a origem e
característica única do produto. Ele conclui explicando que os
produtores estão iniciando a exportação da goiaba paranaense para a
Europa.
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Guarapuava produz 40% da cevada do País
Desde 2017, através da Lei nº 134/2017, de autoria da Deputada Estadual
Cristina Silvestri, Guarapuava passou a ser denominada a Capital
Paranaense da Cevada e do Malte, estimulando ainda mais os produtores de
cevada a investirem nesta área. É que de acordo com o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística), 60% da cevada colhida no País é
proveniente do Paraná.
A estimativa de produção da safra de 2018 apontava que o Brasil
produziria mais de 427 toneladas de cevada, destas, quase 252
provenientes do Paraná e, dentro deste contexto de produtividade
paranaense, 174.225 toneladas são originárias de Guarapuava, de acordo
com levantamento do Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná).
Portanto, os números revelam que a “terra do lobo bravo” é responsável
por cerca de 40% de toda a cevada produzida nacionalmente. Além da
intensa produção de matéria-prima, Guarapuava também abriga a maior
maltaria da América Latina, a Agrária Malte, que atende aproximadamente
30% da demanda nacional.
Em todo este processo de produção da cerveja – desde o plantio até a
industrialização – o acompanhamento de um responsável técnico é
fundamental para contribuir com a preservação da qualidade do produto.
Neste caso específico, o conselheiro do Crea-PR, Engenheiro Agrônomo e
Sommelier de Cervejas e Vinhos, Paulo Rogério Borszowskei, destaca
algumas modalidades das Engenharias que são qualificadas para acompanhar
tais procedimentos: Engenheiros Agrônomos, Engenheiros Químicos e
Engenheiros de Alimentos.
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“A Agronomia e a Engenharia de Alimentos trabalha com a questão da
tecnologia de processamento de alimentos, envolve o conhecimento prático
e teórico da fermentação e manipulação de alimentos. Já a Engenharia
Química, é focada nas transformações, nas questões de reação, redução e
oxidação. Tendo um profissional que conheça essas áreas, a certificação e
o produto terão o monitoramento da qualidade preservado”, avalia.
O Crea-PR atua fiscalizando as atividades de industrialização de
cervejas. Em 2016, 28 fiscalizações deste segmento foram realizadas em
todo o Paraná. O responsável por uma cervejaria deve seguir os
parâmetros legais do Ministério da Agricultura, Anvisa e Inmetro, desde
as normas de layout da indústria e boas práticas de fabricação, até as
questões que envolvem qualidade, certificação e registro da cervejaria e
do produto.
Maringá, Londrina e Cambé na fila de títulos
Maringá quer se tornar a Capital Nacional do Associativismo. — Foto: Prefeitura
Três municípios paranaenses aguardam a votação dos projetos de lei
sobre títulos de capitais nacionais e estaduais. As solicitações são
recentes, todas deste ano. Maringá pode se tornar a Capital Nacional do
Associativismo, Londrina a Capital Nacional da Economia Criativa e o
município de Cambé, a Capital do Cadeado.
O projeto de lei que concede ao município de Londrina o título de
Capital Nacional da Economia Criativa foi apresentado em agosto, pela
deputada Luísa Canziani (PTB-PR). Pela proposta, economia criativa é o
conjunto de empreendimentos relacionados ao capital cultural,
intelectual e criativo de uma região, presentes na cidade.
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De acordo com
a deputada, Londrina concentra um importante arranjo produtivo local de
Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs), com mais de 1,5 mil
empresas do segmento. A cidade também tem muitas startups (núcleos de
empresas jovens). Além disso, possui rica gastronomia, reflexo da
diversidade de etnias presentes.
Quem defende o título de Capital Estadual do Cadeado na Alep para o
município de Cambé é o deputado estadual Cobra Repórter (PSD). A
tramitação na Alep é desde setembro. A proposta diz que a cidade tem a
maior empresa do ramo de fabricação de cadeados e fechaduras do país. A
PADO, fundada em 1936 em São Paulo, se instalou em Cambé em 1997, sendo
atualmente a empresa líder nacional do setor. A produção anual é de 20
milhões de produtos.
O autor do projeto de lei pelo título maringaense, que tramita no Senado
Federal desde outubro, é o senador Flávio Arns (REDE). A justificativa
está na organização cooperativista do setor. É que Maringá tem nove
cooperativas na área de crédito, saúde e trabalho. Ao todo, são 276 mil
cooperados e 5 mil funcionários. Em 2018, o setor faturou no município
em torno de R$ 5,7 bi.
Na pesquisa, o Crea-PR descobriu que o município de Prudentópolis,
localizado a 207 km de Curitiba, acumula vários títulos de capitais:
Capital da Erva-Mate, Capital da Oração, Capital do Mel, Capital da
Cracóvia, Capital dos Ucranianos no Brasil e Capital Nacional do Feijão
Preto. Outro status da cidade é de Terra das Cachoeiras Gigantes.
O ‘apelido’ é porque a cidade tem mais de 100 cachoeiras catalogadas
pela Secretaria Municipal de Turismo, muitas com mais de 100 metros de
altura.
Jornalista Carina Bernardino com colaboração de Naiara Persegona - Crea-PR
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