By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: UOL – Imagem: Marcos Oliveira (Agência Senado)
A CCJ
(Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) do Senado aprovou o parecer
favorável à reforma trabalhista do senador Romero Jucá (PMDB-RR), em sessão que
durou mais de 13 horas nesta quarta-feira (28). Foram 16 votos a favor, 9
contrários e uma abstenção.Com o resultado, a reforma trabalhista termina sua
passagem pelas comissões do Senado e segue para análise em plenário, que dará a
palavra final da Casa sobre o projeto.
Ao
final da sessão, os senadores também aprovaram a urgência do projeto, o que
significa que ele poderá ser votado em plenário após duas sessões.
Duas
comissões favoráveis e uma contrária
A CCJ
é a terceira comissão do Senado a analisar a proposta de reforma trabalhista.
Ela passou primeiro pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), onde o parecer
do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), favorável à reforma, foi aprovado.
Ferraço
também foi relator na segunda comissão, a de Assuntos Sociais (CAS). Lá, porém,
seu relatório foi rejeitado por 10 votos a 9, levando o governo a sua primeira
derrota desde que o projeto foi apresentado, no final do ano passado.Com a
derrota do relatório de Ferraço, a CAS aprovou um voto em separado, que é um
relatório alternativo, elaborado pelo senador Paulo Paim (PT-RS). Nele, o
parlamentar pediu a rejeição total do projeto.
A
tarefa da CAS e da CAE foi analisar o mérito do projeto, ou seja, as propostas
em si, enquanto a CCJ devia analisar se ela está de acordo com a Constituição.
Os
três pareceres das comissões seguem, agora, para o plenário do Senado. Eles são
considerados opiniões sobre a proposta, e não uma decisão final sobre a
reforma.
Essa
aprovação ou rejeição do projeto cabe ao plenário do Senado, que é soberano.
Ele pode escolher um dos três pareceres, ou ainda aprovar outro que venha a ser
apresentado diretamente ao plenário.
Votação no plenário
A
votação em plenário ainda não tem data definida. É o presidente do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), quem coloca a matéria na pauta de votações. Ele já
prometeu, porém, colocar a reforma em votação antes do recesso parlamentar do
meio do ano.
No
plenário, o texto precisa de maioria simples para ser aprovado, ou seja, metade
dos senadores presentes na sessão, mais um.
Se
for aprovada pelo Senado sem mudanças, a reforma segue para sanção do
presidente Michel Temer (PMDB).A reforma trabalhista, ao lado da
previdenciária, é uma das prioridades do governo, que tem investido seus
esforços na continuidade da tramitação, uma forma de sinalizar ao mercado que
ainda tem fôlego e que pode contar com sua base no Congresso.
Carta de Temer
A sessão,
que começou pouco depois das 10h com a leitura de votos em separado (relatórios
alternativos) dos senadores. Ao todo, foram apresentados seis votos. Por volta
das 16h30 essa parte da sessão foi encerrada, dando início ao debate sobre a
reforma trabalhista.
Nesse
momento, Romero Jucá leu carta do presidente Michel Temer aos parlamentares,
reafirmando o compromisso de que eventuais mudanças da Casa ao projeto serão
feitas pelo Palácio do Planalto.
O
governo firmou um acordo com sua base no Senado para que o texto da reforma
trabalhista não sofresse alterações no Senado. Caso isso aconteça, ele terá que
ser analisado novamente pela Câmara, o que atrasaria a aprovação da reforma.
Pelo
acordo firmado, o Senado aprovaria o texto como foi enviado pela Câmara, com
pontos indicados para serem vetados por Temer e modificados por uma medida
provisória a ser enviada pelo Executivo ao Congresso.
"Quero
aqui reafirmar o compromisso de que os pontos tratados como necessários para os
ajustes e colocados ao líder do governo, senador Romero Jucá e à equipe da Casa
Civil, serão assumidos pelo governo, se esta for a decisão final do Senado da
República", afirmou Temer na carta, segundo Jucá.
Jucá,
que também é líder do governo no Senado, leu ainda um documento elaborado por
senadores da base, com oito pontos a serem vetados ou modificados pela eventual
medida provisória.
A oposição é contra o acordo e diz que o Senado não
pode abrir mão de sua prerrogativa para modificar projetos. Além disso, afirma
que não há garantia de que as mudanças serão de fato feitas por Temer,
posteriormente.
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