By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PARANÁ PORTAL – Imagem: Divulgação
O governador do Paraná, Beto Richa
(PSDB), que foi citado na lista de Janot, negou, nesta quinta-feira
(16), ter recebido qualquer recurso da Odebrecht, empreiteira investigada na
Operação Lava Jato. Além de Richa, na lista também aparecem, entre os governadores citados, os nomes de Geraldo Alckmin (PSDB),
de São Paulo; Renan Filho (PMDB), de Alagoas; Fernando Pimentel (PT), de Minas
Gerais; Tião Viana (PT), do Acre; e Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de
Janeiro.
A lista com 83 pedidos de abertura
de inquérito contra políticos com foro privilegiado foi entregue na terça-feira
(14) ao Supremo Tribunal Federal (STF) pelo procurador-geral da República,
Rodrigo Janot, e é baseada nos depoimentos de 77 executivos da
empreiteira, que têm acordo de delação premiada na operação.
Não foram informados, ainda,
detalhes sobre as acusações envolvendo Richa. “Estou contratando um advogado
para que possa ter acesso a esse processo e o conhecimento dos fatos nos quais
eu fui citado. Da minha parte, desconheço o contexto que levou a inclusão do
meu nome nessa lista da Procuradoria-Geral da República”, disse o governador.
“Eu estou absolutamente tranquilo,
confio plenamente na Justiça. E sou o maior interessado em que isso seja
profundamente, detalhadamente, o mais rápido possível, investigado. E acredito,
que assim como vários outros citados já tiveram seus processos arquivados, o
meu terá o mesmo destino”.
Dinheiro da Odebrecht
Beto Richa negou o recebimento de
recursos da Odebrecht ou empresas ligadas à empreiteira. “Não temos nenhuma
doação. Nós temos um comitê financeiro que, em todas as campanhas, é legalmente
constituído. Pessoas autorizadas por mim, que fazem parte desse comitê, são as
únicas que podem fazer captação de recursos para campanhas eleitorais. Tudo
dentro da lei. Todas as doações com origens lícitas. E sempre prestadas as
contas, declarado na nossa prestação de contas e aprovado pela Justiça
Eleitoral”, disse, ressaltando que o comitê tem pleno conhecimento da
legislação.
“Quero dizer que, em todas as
campanhas, sempre fui muito cuidadoso com isso. As últimas prestações de
contas, inclusive, mereceram reconhecimento pelo detalhamento pelo Tribunal
Regional Eleitoral”, afirmou. As investigações referentes aos governadores
devem ficar a encargo do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No dia 3 de março, o jornal Gazeta
do Povo revelou que o Diretório do PSDB no Paraná recebeu doações de
empresas que seriam laranjas do Grupo Odebrecht. São cervejarias ligadas
ao Grupo Petrópolis – que fabrica a cerveja Itaipava. O dinheiro teria sido
usado na campanha eleitoral de 2010.
Segundo Marcelo Odebrecht e
Benedicto Júnior, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o grupo
teria sido usado como laranja da Odebrecht para repasses eleitorais. As
empresas Praiamar e Leyros de Caxias – ambas ligadas ao Grupo Petrópolis –
repassaram R$ 200 mil para o diretório estadual do PSDB.
O mesmo valor aparece relacionado
ao nome de Beto Richa e do partido na planilha da Odebrecht apreendida em março
do ano passado pela Polícia Federal na Operação Xepa.
A planilha estava em posse do
executivo Benedicto Barbosa Júnior e listava mais de 200 políticos de diversos
partidos, incluindo o nome do governador Beto Richa (PSDB). Nesse caso, no
campo “nome do candidato” consta PSDB – Diretório Estadual do PR. Como
beneficiário está o nome de Beto Richa. Há dois campos financeiros: “valor” (R$
200 mil) e “pagamento” (R$ 160 mil). Há ainda a indicação de uma data de
pagamento, 24 de setembro de 2010.
Em nota ao jornal, o PSDB do Paraná
afirmou que não recebeu doação da empreiteira Odebrecht em 2010. O partido
admitiu, porém, ter recebido R$ 160 mil da Leyros de Caxias e R$ 40 mil da
Praiamar “em conformidade com a legislação vigente”. “As referidas doações
constam na prestação de contas do ano de 2010, que foi devidamente aprovada
pela Justiça Eleitoral”, alega o partido.
Richa já é investigado em
outro inquérito autorizado pelo STJ
Com a inclusão de seu nome na lista
de Janot, Richa pode entrar na mira do Superior Tribunal de Justiça (STJ) pela
segunda vez. Por ser governador de estado, Richa tem a prerrogativa de só poder
ser investigado após permissão do STJ.
A corte superior já autorizou a abertura de um inquérito contra ele em março de 2016, por
causa de investigações derivadas da Operação Publicano. A suspeita é de que o esquema de
corrupção na Receita Estadual do Paraná tenha abastecido a campanha do tucano à
reeleição, em 2014.
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