By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: Pâmela Oliveira (Revista Veja) – Imagem: Revista Veja
O protesto de um grupo de invasores, em frente à prefeitura do Rio, transformou-se em tumulto generalizado, com lançamento de pedras contra o prédio e os guardas municipais, que precisaram formar um cordão de isolamento ao redor do Centro Administrativo São Sebastião (CASS). Às cerca de 300 pessoas que se concentravam no local, na Cidade Nova, desde o início da manhã, juntaram-se dezenas de mascarados do Black Bloc e a estudante de cinema Elisa Quadros, a Sininho. Oficialmente, o protesto é para “cobrar solução para famílias desabrigadas” desde a desocupação do terreno da Oi, invadido por cerca de 5.000 pessoas e devolvido à empresa na última sexta-feira. Mas os movimentos recentes do grupo não deixam dúvida: os invasores são a nova massa de manobra para uma turma que quer causar baderna e reeditar o vandalismo dos últimos meses.
A situação, que parecia sob controle depois que as famílias foram transportadas de ônibus na segunda-feira, tornou-se insustentável no início da tarde, quando um representante da prefeitura informou que seria interrompido o cadastramento de famílias. Na segunda-feira, foram cadastradas 1.400 famílias – apesar de ser esse um número bem acima do total de pessoas presentes no local. Nesta terça-feira, foram apresentados dados de 6.000 famílias – número muito superior ao de invasores do terreno da Oi.
Os problemas habitacionais do Rio são muitos. E há urgente necessidade de prover soluções de moradia para favelas e áreas de risco. Mas o que se desenha nos arredores da prefeitura, nesse momento, é mais uma intenção de aproveitar um problema real para criar o caos e impasses insolúveis. Entre os invasores da Oi, a maioria é de pessoas que moram em outras favelas e, repentinamente, decidiram criar uma nova área de moradia irregular, ilegal e sem qualquer estrutura. O Black Block e manifestantes de plantão aparecem, agora, para inflamar os protestos.
Sininho – Uma personagem conhecida das manifestações está, neste momento, em frente à prefeitura. A estudante de cinema Elisa Quadros, a Sininho, que sempre negou ser líder de qualquer tipo de manifestação, orienta um grupo de mulheres. Coincidência ou não, essas manifestantes partem para cima dos guardas municipais quando eles tentam desobstruir o trânsito. Cria-se a tensão e jovens com câmeras registram o conflito, para abastecer as redes sociais com denúncias de truculência.
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