By:
INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA – Imagem: Élio Kohut
(Intervalo da Noticias)Segundo projeções do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e
Social (Ipardes), Irati e boa parte dos municípios da região devem
enfrentar uma queda populacional até 2050. No caso de Irati, a
estimativa é de uma redução de cerca de 5.900 moradores: da projeção de
pouco mais de 60,6 mil habitantes em 2025 para 54.608 em 2050. A maior
parte dessa perda ocorrerá na zona rural, que cairia de 10.286 para
6.911 moradores.
A tendência, segundo a doutora em Geografia Karla Rosario Brumes,
não é exclusiva da cidade. “O que está acontecendo aqui em Irati
espelha aquilo que já vem acontecendo no Brasil. Ao contrário do que as
pessoas pensam, que as famílias brasileiras são numerosas, elas já não
são mais”, afirma.
O país, segundo ela, vive um fenômeno demográfico marcado por baixa fecundidade e migração urbana, que também afeta pequenas cidades do interior.
Continua depois da publicidade
A
transição demográfica é visível em todo o mapa regional. Em Fernandes
Pinheiro, por exemplo, a população urbana deverá crescer (de 3.087 para
4.231), enquanto a rural deve cair quase pela metade (de 3.294 para
1.819). Em outros municípios, como Inácio Martins e Teixeira Soares,
tanto a área urbana quanto a rural devem encolher, com destaque para a
queda acentuada no campo:
- Inácio Martins: população rural deve cair de 3.322 para 1.569.
- Teixeira Soares: de 4.274 para 2.279 na zona rural.
- Rebouças: redução de 5.662 para 3.358.
- Rio Azul: de 7.915 para 4.976.
- Imbituva: zona rural cai de 7.591 para 2.932.
A
explicação para esse esvaziamento rural, segundo Karla, está na mudança
da própria estrutura do campo: “O campo não está produzindo? Não, pelo
contrário, o Brasil é um dos países que mais exportam. É que está
totalmente mecanizado e moderno. Aquilo que há um tempo precisava de 20
pessoas, uma máquina faz sozinha”.
Fecundidade em queda e juventude migrando
Segundo a pesquisadora, o primeiro fator-chave por trás da redução populacional é a baixa fecundidade.
“Se você comparar o número de filhos que a nossa geração hoje, 2025,
tem com aqueles lá das décadas de 50, 60, até os anos 70, diminuiu
significativamente”, explica.
Continua depois da publicidade
As causas vão desde o planejamento
familiar até questões como custo de vida e acesso a saúde e educação.
O segundo fator é a migração,
especialmente entre os jovens. “Hoje a gente tem uma migração
urbana-urbana. As pessoas migram dentro do contexto urbano”, explica. E o
destino principal são cidades maiores com mais oportunidades.
Karla
observou em suas pesquisas que cidades como Londrina e Maringá
conseguem atrair moradores, ao contrário de Irati. “Londrina e Maringá
atraem pessoas. Irati atrai?”, questiona. Segundo ela, uma rápida
sondagem com universitários de Irati revela o desânimo: “Aqui não tem
trabalho, professora. Eu estou me formando e eu não sei pra onde eu
vou”.
Menos gente, menos repasse: impacto nas finanças públicas
A
diminuição da população também afeta o caixa das prefeituras. “A grande
expectativa, especialmente do poder público, é que a população cresça,
porque o fundo de participação do município e os recursos que os
municípios recebem se relacionam muito ao número da população”,
explicou.
Ou seja, com menos moradores, o município tende a
receber menos repasses de recursos estaduais e federais. Isso impacta
diretamente na capacidade de investimento em áreas como saúde, educação,
moradia e segurança.
Por outro lado, Karla destaca que
crescimento populacional também exige planejamento. “Tudo cresce
proporcionalmente, infelizmente, até a violência cresce
proporcionalmente a isso. Então, se você não tem uma gestão que pensa
nisso, fica muito difícil”.
Continua depois da publicidade
Uma das soluções apontadas por Karla Rosario Brumes é o fortalecimento da gestão regional.
Ela defende que os municípios da região pensem em conjunto estratégias
para manter a população e gerar oportunidades. “A gestão não pode ser só
do município, tem que ser pela região onde você está inserido”.
Ela
menciona que esse tipo de articulação é essencial para pensar o
potencial local e desenvolver políticas públicas mais eficazes. “Várias
coisas precisam ser pensadas de modo a você fazer com que essa população
permaneça”, reforça. “Se pelo menos não atrai pessoas, que possa manter
as pessoas aqui”.
Fatores imprevisíveis também podem interferir
Por
fim, Karla lembra que projeções demográficas, embora baseadas em dados
reais, também podem ser impactadas por fatores inesperados. “O Covid
impactou na diminuição da população brasileira, não só no Brasil, no
mundo todo”, disse.
Ela citou também um exemplo oposto nos Estados Unidos, após os ataques
de 11 de setembro: “Lá teve um fenômeno chamado baby boom, que ocorre
logo após grandes eventos impactantes. Sociedades como a norte-americana
até cresceram”.
PARTICIPE DO NOSSO GRUPO NO WHATSAPP.
GRUPO 2 - CLIQUE AQUI.
GRUPO 1 - CLIQUE AQUI.
GRUPO 4 - CLIQUE AQUI.
GRUPO - CLIQUE AQUI.
GRUPO 3 : CLIQUE AQUI.
GRUPO 5: CLIQUE AQUI.
GRUPO 6: CLIQUE AQUI.
CURTA AQUI NOSSA PÁGINA NO FACEBOOK
OS COMENTÁRIOS NÃO SÃO DE RESPONSABILIDADES DO INTERVALO DA NOTICIAS. OS COMENTÁRIOS IRÃO PARA ANALISE E SÓ SERÃO PUBLICADOS SE TIVEREM OS NOMES COMPLETOS.
FOTOS PODERÃO SER USADAS MEDIANTE AUTORIZAÇÃO OU CITAR A FONTE
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.