segunda-feira, 21 de julho de 2025

Imbituva, Irati e região. Projeções indicam diminuição na população de cidades vizinhas até 2050

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA Imagem: Élio Kohut (Intervalo da Noticias)
Segundo projeções do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Irati e boa parte dos municípios da região devem enfrentar uma queda populacional até 2050. No caso de Irati, a estimativa é de uma redução de cerca de 5.900 moradores: da projeção de pouco mais de 60,6 mil habitantes em 2025 para 54.608 em 2050. A maior parte dessa perda ocorrerá na zona rural, que cairia de 10.286 para 6.911 moradores. 
A tendência, segundo a doutora em Geografia Karla Rosario Brumes, não é exclusiva da cidade. “O que está acontecendo aqui em Irati espelha aquilo que já vem acontecendo no Brasil. Ao contrário do que as pessoas pensam, que as famílias brasileiras são numerosas, elas já não são mais”, afirma.
O país, segundo ela, vive um fenômeno demográfico marcado por baixa fecundidade e migração urbana, que também afeta pequenas cidades do interior.
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Regiões urbanas crescem enquanto o campo esvazia
A transição demográfica é visível em todo o mapa regional. Em Fernandes Pinheiro, por exemplo, a população urbana deverá crescer (de 3.087 para 4.231), enquanto a rural deve cair quase pela metade (de 3.294 para 1.819). Em outros municípios, como Inácio Martins e Teixeira Soares, tanto a área urbana quanto a rural devem encolher, com destaque para a queda acentuada no campo:
  • Inácio Martins: população rural deve cair de 3.322 para 1.569.
  • Teixeira Soares: de 4.274 para 2.279 na zona rural.
  • Rebouças: redução de 5.662 para 3.358.
  • Rio Azul: de 7.915 para 4.976.
  • Imbituva: zona rural cai de 7.591 para 2.932.
A explicação para esse esvaziamento rural, segundo Karla, está na mudança da própria estrutura do campo: “O campo não está produzindo? Não, pelo contrário, o Brasil é um dos países que mais exportam. É que está totalmente mecanizado e moderno. Aquilo que há um tempo precisava de 20 pessoas, uma máquina faz sozinha”.
Fecundidade em queda e juventude migrando
Segundo a pesquisadora, o primeiro fator-chave por trás da redução populacional é a baixa fecundidade. “Se você comparar o número de filhos que a nossa geração hoje, 2025, tem com aqueles lá das décadas de 50, 60, até os anos 70, diminuiu significativamente”, explica. 
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As causas vão desde o planejamento familiar até questões como custo de vida e acesso a saúde e educação.
O segundo fator é a migração, especialmente entre os jovens. “Hoje a gente tem uma migração urbana-urbana. As pessoas migram dentro do contexto urbano”, explica. E o destino principal são cidades maiores com mais oportunidades.
Karla observou em suas pesquisas que cidades como Londrina e Maringá conseguem atrair moradores, ao contrário de Irati. “Londrina e Maringá atraem pessoas. Irati atrai?”, questiona. Segundo ela, uma rápida sondagem com universitários de Irati revela o desânimo: “Aqui não tem trabalho, professora. Eu estou me formando e eu não sei pra onde eu vou”.
Menos gente, menos repasse: impacto nas finanças públicas
A diminuição da população também afeta o caixa das prefeituras. “A grande expectativa, especialmente do poder público, é que a população cresça, porque o fundo de participação do município e os recursos que os municípios recebem se relacionam muito ao número da população”, explicou.
Ou seja, com menos moradores, o município tende a receber menos repasses de recursos estaduais e federais. Isso impacta diretamente na capacidade de investimento em áreas como saúde, educação, moradia e segurança.
Por outro lado, Karla destaca que crescimento populacional também exige planejamento. “Tudo cresce proporcionalmente, infelizmente, até a violência cresce proporcionalmente a isso. Então, se você não tem uma gestão que pensa nisso, fica muito difícil”.
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Planejamento regional como saída
Uma das soluções apontadas por Karla Rosario Brumes é o fortalecimento da gestão regional. Ela defende que os municípios da região pensem em conjunto estratégias para manter a população e gerar oportunidades. “A gestão não pode ser só do município, tem que ser pela região onde você está inserido”.
Ela menciona que esse tipo de articulação é essencial para pensar o potencial local e desenvolver políticas públicas mais eficazes. “Várias coisas precisam ser pensadas de modo a você fazer com que essa população permaneça”, reforça. “Se pelo menos não atrai pessoas, que possa manter as pessoas aqui”.
Fatores imprevisíveis também podem interferir
Por fim, Karla lembra que projeções demográficas, embora baseadas em dados reais, também podem ser impactadas por fatores inesperados. “O Covid impactou na diminuição da população brasileira, não só no Brasil, no mundo todo”, disse.
Ela citou também um exemplo oposto nos Estados Unidos, após os ataques de 11 de setembro: “Lá teve um fenômeno chamado baby boom, que ocorre logo após grandes eventos impactantes. Sociedades como a norte-americana até cresceram”.

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