quinta-feira, 19 de outubro de 2023

1ª Conferência Intermunicipal de Cultura será realizada nesta quinta-feira em Prudentópolis

By: INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: RADIO NAJUA Imagem: Divulgação
A 1ª Conferência Intermunicipal de Cultura acontece nesta quinta (19), em Prudentópolis. O evento será realizado na Câmara de Prudentópolis, que fica na rua Conselheiro Rui Barbosa, das 9 às 16 h.
O tema que será discutido é “Democracia e Direito à Cultura”. O evento será promovido por meio de uma parceria das secretarias de Cultura e Turismo de Irati e Prudentópolis e do Conselho Municipal de Cultura de Irati.
Estão convidados para participar da conferência, os integrantes da sociedade civil, conselheiros de Cultura, produtores de arte, trabalhadores da cultura e representantes de entidades e coletivos do setor cultural, que representam o polo 4 da Macrorregião Centro-Sul do Paraná. Seis eixos temáticos serão discutidos na conferência. São eles:
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Eixo 1 – Institucionalização, Marcos Legais e Sistema Nacional de Cultura;
Eixo 2 – Democratização do acesso à cultura e Participação Social;
Eixo 3 – Identidade, Patrimônio e Memória;
Eixo 4 – Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural;
Eixo 5 – Economia Criativa, Trabalho, Renda e Sustentabilidade;
Eixo 6 – Direito às Artes e às Linguagens Digitais.
Durante o evento também serão eleitos os Delegados que representarão o Polo na 4ª Conferência Estadual de Cultura do Paraná, que será realizada nos dias 4 e 5 de dezembro, em Foz do Iguaçu.
Pré-Conferência online em Irati 
Na terça-feira passada foi realizada a Pré-Conferência de Cultura de Irati, que aconteceu de forma online. O evento foi promovido pelo Conselho Municipal de Cultura e pela Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Um dos programas apresentados durante a pré-conferência foi o Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Irati (PROMUNICI), que faz parte do plano decenal de cultura, apresentado recentemente no município. Entretanto, ele ainda não foi regulamentado.
Outra necessidade apontada durante o evento foi a criação de um banco de dados informatizado sobre os artistas iratienses, com base no cadastro já existente. 
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O presidente do Conselho Municipal de Cultura, Leonardo Schenato Barroso, explicou como será criado este banco de dados, que ele chamou de “Portal da Transparência” da cultura iratiense.
“Nós estamos firmando uma parceria com o Instituto Federal do Paraná (IFPR), campus Irati, justamente para desenvolver este sistema eletrônico que, se tudo der certo, pode gerar uma carteirinha para que a pessoa possa se identificar como artista, válida em todo o território municipal, dizendo que pertence à classe artística de Irati-PR. Estamos desenvolvendo isto com uma validação digital junto ao IFPR, agradecendo à Lainara dos Reis Zontini, que é a pessoa que está capitaneando isto junto com um professor de informática e um aluno que vai fazer isto como TCC, se der certo”, frisou.
Leonardo também aponta que falta capacitação mais específica para quem trabalha dentro dos órgãos gestores de cultura, para os conselheiros e trabalhadores da área.
“Hoje eu vejo muita dificuldade na própria classe dos trabalhadores e trabalhadoras da cultura em desenvolver um projeto para captar recurso, desenvolver um trabalho específico que tenha como objetivo, uma finalização, uma geração de lucro, de renda, questão de envolvimento na economia, a inserção do artista dentro das trocas econômicas. Tem a ressalva de que isto talvez não valha para a cultura popular, para uma pessoa que trabalha em algo que, pela sua própria natureza, não envolve lucro, mas para aqueles que pretendem uma atividade remunerada, eu sinto falta disso em Irati. Então, trazer esta capacitação seria importante”, comentou.
O presidente do Conselho Municipal de Cultura defende que haja uma sensibilização dos gestores municipais e estaduais para a área cultural. 
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“Eu vejo que aqui temos que fazer uma força muito grande para convencer a gestão política e administrativa e os próprios órgãos técnicos de que a cultura merece um orçamento volumoso, uma atenção grande, assim como outras áreas merecem esta atenção do Poder Público, a priorização no momento de desenvolvimento do orçamento e tudo o mais. Esta é uma conversa de disputa porque todas as áreas pensam assim também”, argumentou.
Leonardo aponta que a volta do Ministério da Cultura no início deste ano foi importante, mas não resolve todos os problemas do setor. “Foi importante sim, mas não resolve todos os problemas da cultura a volta de um órgão. É importante haver um órgão gestor exclusivo, falei disto em termos de Irati, mas não resolve todos os problemas. Houve um paralelo no Paraná, que também tinha virado superintendência, mas voltou a ser Secretaria de Estado da Cultura”, pontuou.
Durante a pré-conferência online, Suzylene Batista de Oliveira, conhecida como Suzy Oliveira, presidente do Conselho Municipal de Políticas Culturais de Maringá e representante da macrorregião noroeste no Conselho Estadual de Cultura do Paraná, afirmou que, apesar dos avanços na sistematização das políticas culturais brasileiras, há a necessidade de ampliar a participação da esfera pública na cultura.
“Pensar uma política pública no Brasil, uma cidade que escuta primeiro aquele que é acessado pela política pública e depois constrói seus marcos legais. Eu acho que falar sobre a participação política da sociedade civil na construção das políticas culturas é algo visionário. Às vezes, as pessoas nos olham, enquanto fazedores de cultura, com olhar de apaixonados. Pensar políticas culturais democráticas é pensar em uma nova sociedade mesmo, é tentar propor um estado mais plural e democrático, que escute a população. Aí, os conselhos vêm neste sentido, como mediadores culturais e sociais da construção de políticas públicas. Eu acho revolucionário podermos participar enquanto agentes da sociedade civil e fazedor de cultura na construção das políticas públicas dos nossos municípios, estados e federação”, frisou.
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Solange Cristina Batigliana, gestora cultural de Londrina e diretora de patrimônio histórico, artístico e cultural, defendeu um aumento nos repasses financeiros para as políticas públicas de cultura. “Eu acho que tudo isto é bem importante. Eu trabalho na prefeitura de Londrina desde 1991 e na Secretaria de Cultura desde 1998. Eu vi muito o movimento do 1% para a Cultura, que foi grande, todo mundo acreditava, mas não conseguimos. Agora, de uma outra forma, estamos conseguindo e (as leis) Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2 vão ser momentos importantíssimos para esta organização da política cultural”, comentou.
Diversidade 
A artista Raíssa Negroni de Oliveira abordou a questão da Diversidade Cultural e Transversalidades de Gênero, Raça e Acessibilidade na Política Cultural. Para ela, a relação a respeito da diversidade dentro da sociedade é muito complexa, uma vez que a sociedade brasileira foi construída sobre um sistema racista.
“É um Brasil que foi construído a partir do genocídio de uma população indígena, a partir da mão de obra escrava, é uma coisa patriarcal e capacitista. Muitas vezes deixamos todas estas discussões em um segundo plano, sempre pensando um sujeito em uma unidade muito universal, em que estas discussões são tão excêntricas ou polêmicas que acabam ficando em segundo plano. Precisamos estar sempre entendendo o que as identidades podem nos potencializar para construirmos ferramentas e discussões mais amplas e quando podem nos desacelerar e limitar as nossas atuações”, comentou.
Já a procuradora municipal de Quatro Barras, Renata Caroline Kroska, que também participou do evento, citou um artigo da Constituição, que diz que “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais, o acesso às fontes da cultura nacional e apoiará a valorização e a difusão das manifestações culturais”. Para Renata, o texto é muito bonito, mas representa uma série de desafios para os produtores culturais.
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“Acesso às fontes da cultura nacional em um país de dimensões continentais, como eu garanto este acesso? Como vou garantir que isto aconteça em um país desta dimensão? Apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. O nosso constituinte aproxima a cultura de um conceito mais próximo do senso comum do que um conceito técnico-jurídico. A cultura seriam os costumes, o conjunto de hábitos das pessoas. Então, ele se distancia deste conceito técnico-jurídico de cultura e vai para um conceito mais de senso comum, atrelado às manifestações intelectuais e científicas das pessoas”, comentou.
Pandemia e tecnologia 
A pandemia de Covid-19 fez com que grande parte da população precisasse ficar em casa, o que afetou diretamente o setor artístico e cultural, que precisou se reinventar naquele período. Muitos deles passaram a fazer lives nas redes sociais e conseguiram obter patrocínios para realizar essas atividades. Renata avalia que o meio digital e as relações da arte com o metaverso são formas para melhorar o trabalho dos artistas, que precisam se adaptar a este novo cenário.
“Se pararmos mesmo para pensar sobre todas estas transformações, veremos que neste eixo da conferência devemos nos debruçar e encaminhar propostas tanto para serem enviadas para a União quanto para o nosso microcosmos municipal e o cosmos estadual de propostas reais para o nosso público de artistas, para eles começarem a se preparar para todas estas transformações digitais”, pontuou.
A secretária municipal de Cultura e Turismo de Irati, Samantha Regina dos Santos Ferreira, destacou que vai aproveitar a Conferência Intermunicipal de Cultura, que acontece nesta quinta-feira, 19, em Prudentópolis, para trazer algumas coisas para a cultura de Irati. “Muitas coisas nós teremos que trazer para a nossa realidade, que é um pouquinho menor que em outras cidades maiores. Porém, vemos que o que temos hoje em Irati, a cultura que está se mostrando e desenvolvendo em Irati é de grandes centros, onde temos todos os segmentos se mostrando fortes e estamos nos descobrindo também. Como o Leonardo colocou em uma fala, tem diferença de cadastros de artistas de uns meses atrás para agora. A quantidade de pessoas que nós mesmos, sendo do município, acabamos descobrindo como artistas, foi impressionante”, finalizou.

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