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INTERVALO DA NOTICIAS
Texto: PORTAL TERRA – Imagem: Antonio Molina (Estadão)O Palácio do Planalto demonstra
preocupação com o desgaste político do ministro da Casa Civil, Ciro
Nogueira. Ao longo deste domingo, auxiliares mais próximos do presidente
Jair Bolsonaro avaliaram que a revelação de um esquema de 'escolas
fake' que tem como base o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) ameaça a permanência do ministro no governo e tem potencial
corrosivo para a estratégia da campanha à reeleição do presidente, que
está centrada no debate da corrupção.
Neste domingo, 10, o Estadão
revelou que, com o aval do FNDE, controlado pelo ministro da Casa
Civil, deputados 'vendem' aos seus eleitores a ideia de que conseguiram
recursos para colégios e creches, com promessas de construção de duas
mil novas unidades sem garantias orçamentárias.
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O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da
União (TCU) vai pedir a abertura de uma investigação na Corte até
terça-feira, em mais um desgaste para o governo provocado pela área
controlada por Ciro Nogueira.
Uma série de
reportagens do jornal já mostrou que o ministro, por meio de um
apadrinhado, controla o FNDE, órgão que concentra o dinheiro do setor. O
Estadão mostrou que o ministro se reúne com o presidente do FNDE, Marcelo Ponte, com frequência.
A
ala ideológica e o núcleo militar do governo avaliaram que o
levantamento de 3,6 mil obras de escolas, creches e quadras paradas no
País, apresentado pela reportagem, põe em xeque a narrativa de
eficiência e o suposto caráter técnico na distribuição de recursos da
infraestrutura.
A situação de Ciro no Planalto é monitorada mais de perto por essa ala do governo desde que o Estadão revelou
um esquema de cobrança de propina no Ministério da Educação operado por
pastores. A prioridade número um no Planalto é pavimentar o caminho de
mais um mandato para o presidente. Essa premissa foi fundamental para a
saída de Milton Ribeiro do cargo de ministro da pasta.
No
governo, auxiliares de Bolsonaro começaram a fazer o discurso de que o
envolvimento de Ciro Nogueira com casos de corrupção é do governo
anterior.
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Na última quinta-feira, a Polícia Federal concluiu que o atual
ministro recebeu propinas do grupo J&F e praticou crimes de
corrupção passiva e lavagem de dinheiro na campanha da reeleição da
ex-presidente Dilma Rousseff.
Procurado, Ciro Nogueira não foi localizado pela reportagem.
Parlamentares repercutem caso das 'escolas fake'
Neste domingo, 10, o senador Alvaro Dias (Podemos-PR)
disse que, agora, é hora de cobrar o trabalho do Ministério Público, da
Polícia Federal e do TCU. Ele alegou ser o "maior defensor de CPI",
apesar de não ter assinado, na última semana, o documento para criação
da Comissão Parlamentar de Inquérito do MEC.
"Fui
certa vez expulso do PSDB por assinar CPI para investigar o governo do
meu próprio partido. Sempre atuo com independência e não aceito
pressões", afirmou o senador. "Mas não faço esse jogo do espetáculo da
encenação", ponderou.
O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR),
que retirou a assinatura para a instauração da CPI, afirmou que as
revelações deste domingo demonstram que há um "puro jogo para enganar a
sociedade". "Incríveis 3,5 mil escolas inacabadas e o início de mais
2000 sem verbas para a construção."
Guimarães
justificou a retirada da assinatura da CPI por receio de que ela se
tornaria um "palanque eleitoral", ao entender que a investigação não
seria "imparcial e técnica". O senador diz entender que "fatos muito
graves estão acontecendo no MEC", mas que é melhor que a investigação
seja feita pela Polícia Federal e pelo Ministério Público.
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Além do senador Oriovisto, o senador Styvenson Valentim
(Podemos-RN) também anunciou neste final de semana que não vai mais
assinar o pedido de abertura da comissão parlamentar de inquérito. São
necessárias 27 assinaturas para abertura de uma CPI e, com a retirada
dos dois, não há o número suficiente.
O senador Randolfe Rodrigues
(Rede-AP), autor do pedido de instauração da CPI, se manifestou neste
domingo nas redes sociais, após o anúncio do senador Styvenson. "Estadão
revelou mais um escândalo na pasta. Precisamos passar a limpo a
corrupção desse governo no MEC! Temos que proteger o dinheiro público!
#CPIdoMEC".
A presidente executiva do Todos pela Educação, Priscila Cruz,
defende a rápida investigação dos fatos. "A gestão educacional federal
fere a Lei Orçamentária, a Lei de Responsabilidade Fiscal, os princípios
constitucionais da administração pública, promove violação penal com
emprego irregular de verbas públicas". "Tudo isso já constituiria um
escândalo em anos normais. Mas após a pandemia, com efeitos gravíssimos
na educação brasileira, esses supostos crimes precisam ser imediatamente
investigados e seus responsáveis punidos", afirmou.
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